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Depressão: psicoterapia ou remédios?

Entenda como os tratamentos podem ajudar em conjunto ou separadamente

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A depressão é uma alteração no estado de humor de uma pessoa. Aquilo que chamamos de mau humor, muitas vezes, já pode ser um indício de depressão. O humor normal reflete as situações do dia a dia e pode se modificar, de acordo com o que acontece. A depressão é um estado em que o humor está reagindo de modo incompatível ou exagerado às situações.

Muitas vezes, a depressão é confundida com tristeza, mas são estados de espírito diferentes. A tristeza geralmente tem uma causa definida, pode vir em função da perda de alguém querido, de um problema familiar ou de uma decepção, por exemplo. A tristeza tem duração limitada e é proporcional ao fato que a causou.

Já a depressão é um estado emocional em que predominam a negatividade e o pessimismo. A pessoa perde o interesse em atividades que antes gostava e apresenta sentimentos como melancolia, irritação, culpa e desespero, apesar das condições reais não estarem tão adversas. Há vários graus de depressão, que pode ser leve, moderada ou grave.

Origem e tratamentos

As condições que levam alguém à depressão variam muito: uma pessoa pode entrar em depressão porque perdeu o emprego, enquanto outra entende esse tipo de evento apenas como um problema temporário a ser superado. Além disso, às vezes nem existe um fator desencadeante e a pessoa desenvolve depressão apenas por ter uma predisposição genética.

Se não for tratada corretamente, a depressão pode perdurar por muito tempo e trazer muitos prejuízos à vida da pessoa. Quanto antes for iniciado o tratamento, melhor, pois os pensamentos depressivos geralmente levam a comportamentos que fazem a pessoa se afundar cada vez mais na depressão, em um círculo vicioso.

O tratamento pode ser feito com o uso de remédios e/ou psicoterapia. Há vários tipos de medicamentos que podem ser utilizados para o tratamento da depressão, mas estes não curam a doença, apenas amenizam os sintomas. É comum encontrar pessoas que tomam antidepressivos há muitos anos, sem que haja uma remissão da doença. Já a psicoterapia ocorre por alguns meses ou anos e pode ser interrompida quando os sintomas desaparecem.

Terapia cognitivo-comportamental

Diversos estudos demontram que a terapia cognitivo-comportamental (TCC) é efetiva no tratamento da depressão e proporciona resultados mais duradouros, quando comparada ao tratamento somente com medicamentos, pois ajuda a evitar as recorrências.

De acordo com a linha cognitivo-comportamental da psicologia, a depressão é o resultado da forma negativa como as situações são entendidas pela pessoa. Devido a pensamentos e crenças distorcidas, os deprimidos entendem as coisas como se fossem piores do que realmente são e agem de forma proporcional a esse entendimento, imaginando sempre resultados ruins para seus problemas.

O objetivo da terapia é auxiliar a pessoa a identificar e modificar as crenças e comportamentos que produzem esses estados de humor e aprender novas formas de lidar com os problemas. Além disso, a terapia também é um excelente meio para auxiliar na retomada das atividades e na reintegração social.

Psicoterapia ou remédios?

Nos casos mais leves, a psicoterapia pode ser efetiva como único tratamento e muitas vezes os sintomas desaparecem sem a necessidade do uso de remédios. Entretanto, os tratamentos com medicamentos não são opostos à psicoterapia, ambos podem ser complementares. A opção pela combinação dos dois tratamentos é a mais indicada nos casos mais graves.

A escolha do tratamento deve ser do paciente, sempre com a orientação de bons profissionais. Qualquer opção precisa ser mantida pelo menos por três meses, para que se possa avaliar os resultados. Após esse período, se não houver melhora, deve-se buscar outro tratamento. O importante é procurar ajuda o quanto antes e persistir, até encontrar o tratamento mais adequado para cada caso.

Cristiane Costa Cruz

Cristiane Costa Cruz

Formada em Psicologia pela PUC/SP em 1990. Utiliza a abordagem cognitivo-comportamental. Ministra cursos sobre Psicopatologia e Transtornos Alimentares. Presidente da Mensa Brasil.

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