Abaixo a síndrome de segunda-feira
Aprenda a definir prioridades e organizar melhor seu tempo
Por Juliana Garcia
Nem bem o domingo termina e muita gente já começa a sofrer pela segunda-feira que se aproxima. Você já sofreu ou sofre desse mal estar?
Por vezes aparecem até alguns sintomas físicos: dificuldade para acordar cedo, indigestão, dores de cabeça, aquele mau jeito nas costas. Em boa parte dos casos isso pode estar relacionado à quebra de hábitos no período do fim de semana ou do feriado: as pessoas comem e bebem mais do que devem, trocam a noite pelo dia, se envolvem naquelas famosas práticas dos “esportistas de final de semana”… Depois chega a famigerada segunda-feira e com ela os resultados dos excessos!
“Mas como curtir o final de semana, afinal?”, você se pergunta. O problema costuma estar no seguinte tipo de pensamento: “vou fazer no final de semana tudo aquilo que não faço durante a semana”. Aí você se torna escravo do futuro, sem viver o presente, ficando também sempre refém dos reflexos das circunstâncias do passado. Por que não dividir a diversão em várias doses no cotidiano? Por que não unir a diversão ao autocuidado que nos ajuda a recarregar as energias? Cada vez mais nos privamos de aproveitar as pausas e nos enchemos de tarefas, compromissos, ruídos.
Cada vez mais nos privamos de aproveitar as pausas e nos enchemos de tarefas, compromissos, ruídos.
A vida moderna nos traz um excesso de informações que acaba por nos viciar ao ritmo acelerado. Vamos perdendo a possibilidade de curtir uma brisa fresca sem o compromisso de preencher o tempo com atividades.
Piloto automático
Outra possível causa para a dificuldade de voltar à rotina após os períodos de final de semana e feriados: não vermos sentido na rotina que vivemos. Ir arrastando na vida, seguindo no automático, nos perdendo de nosso centro. Uma vida levada assim nos aliena de nós mesmos. É preciso retomar o significado de nossas ações vividas no presente. Se não me vejo vivendo a vida de segunda a sexta, tenho a impressão de que só nessas pausas é que me reencontro. Vamos ficando sedentos e famintos, por fim nos sentimos perdidos e frustrados.
A vida precisa ter cobertura e recheio, precisa de substância, de cor, de cheiro. Precisamos de riso, conversa, silêncio, prazer, pernas pro ar, responsabilidade, olho no olho, corpo livre, respiração profunda, nutrição pro corpo e pra alma todo dia, sempre. A vida não pode ser destinada somente a alguns poucos dias com hora marcada.
A vida não pode ser destinada somente a alguns poucos dias com hora marcada.
Precisamos organizar nosso tempo para que sempre haja momento para recarregar e também para deixar fluir a nossa energia. Precisamos equilibrar nossos movimentos entre cuidar do outro, cuidar de si, cumprir os compromissos que julgamos importantes, usufruir dos prazeres. Resgatar o sentido da vida para ter uma vida repleta de sentido, de segunda a segunda.
Psicóloga graduada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), pós-graduada em Psicodrama pelo Instituto Mineiro de Psicodrama Jacob Levy Moreno, pós-graduanda em Análise Junguiana e Arteterapia. Trabalha temas ligados ao universo inconsciente dos sonhos, autenticidade, coragem e transições de vida. Especializada na condução de grupos de estudos do livro “Mulheres que correm com os lobos”.
Saiba mais sobre mim- Contato: contato@julianaggarcia.com.br
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