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Cristiana Guerra e a arte da alegria

Inspire-se nesse exemplo e escolha, diariamente, ser feliz

Atualizado em

Cristiana Guerra é única. Mas também é muitas. Blogueira, escritora, colunista, publicitária, mãe, amiga. E cada umas destas facetas encanta mais que a outra. Encanta por seu gosto apurado pela moda, revelado em cores e poses diárias no blog Hoje vou assim. Seduz pelas palavras arrebatadoras no sensível blog “Para Francisco”. Assim como cativa por sua história de vida. A mineira de 38 anos experimentou precocemente e em intervalos de poucos anos a perda da mãe, do pai e do marido. A viuvez veio antes de seu filho chegar. Cristiana estava grávida de sete meses.

Da dor e do amor, nasceu Francisco. Como também nasceram os blogs que a projetaram nacionalmente. Mais recentemente, deu à luz ao belíssimo livro “Para Francisco”. E tudo isto junto fez nascer uma Cris renovada de amores, de esperança e de uma alegria contagiante que segue encantando a muitas pessoas. “Alegria é realmente uma bela palavra para definir a Cris. Não uma alegria estampada em uma bandeira que se ostenta a qualquer custo, mas uma alegria que se encontra na satisfação por viver. O velho e bom amor à vida, e isso ela sabe fazer”, conta Daniel de Jesus, parceiro de trabalho, amigo de anos e padrinho do Francisco.

Confira abaixo a entrevista com Cristiana e reflita como você também pode escolher a felicidade, dia após dia.

Qual o sentimento-mor que te guia na vida?

Amor. Ao meu filho, a mim mesma, à própria vida, aos meus amigos e tantas pessoas especiais que me cercam.

Embora o pano de fundo que cativa de primeira seus leitores seja triste, é a sua alegria, sua vontade de continuar vivendo feliz que realmente se sobressai. A que você retribui esta gana pela vida?

Acho que eu não tinha outra escolha. Ou ter gana ou ter uma vida ruim. Se for viver, que seja por inteiro. Mas, justiça seja feita: uma parte dessa alegria veio do Francisco. É impossível não se deixar contagiar pela alegria de um filho.

Lendo os muitos comentários deixados no seus blogs, parece, às vezes, que as pessoas mitificam você: a guerreira delicada e forte que está sempre linda e sorridente. Mas sabemos, na prática, que é impossível ser feliz o tempo todo. Quando você está triste ou de mau-humor, por exemplo, o que faz para se sentir melhor?

Compras! (risos) Mentira. Tento escrever, falar, sou muito verborrágica. Resolvo tudo no verbo. Deveria haver outras saídas, mas ainda me safo por causa da expressão. Elaboro melhor as coisas falando. Depois passa. Ou faço alguma coisa de que gosto muito, tipo: me dou de presente um café num lugar que eu gosto; ouço uma música; chamo com um amigo para uma cerveja. Coisas simples que me fazem ver que a vida é linda e vale a pena.

Sem a menor pretensão ou ambição, você, falando só para o Francisco, acabou falando com uma multidão. Como você vê e a que atribui este movimento de transformar a própria dor em algo que acabou também fazendo bem aos outros?

Acredito que o meu humor e a minha vontade de recomeçar fizeram com que eu encarasse tudo de uma forma mais saudável. E acho que as minhas perdas anteriores me fizeram aprender que a vida tem sua poesia, a gente é que tem que saber procurar.

Usando uma antiga expressão, do limão você tem feito muita limonada. Você acredita mesmo que sempre é possível a superação dos momentos difíceis?

A minha história tem tragédia, mas também tem milagre. Não tem só o ingrediente ruim. Não me deram só o limão pra fazer a limonada, me deram o açúcar também. O que fiz foi usar um pouco de criatividade e o resultado foi uma limonada suíça ou uma caipirinha, bem à mineira.

Qual sua ideia de felicidade diária?

Felicidade diária é feita de coisas simples, pequenos gestos. Viver o hoje mais que o amanhã, entender e valorizar o ontem pra poder viver melhor hoje. Felicidade diária é construir uma rotina positiva – rotina que é necessária, sim, mas não para fazer tudo sempre igual, e sim para saber que amanhã teremos uma nova chance de fazer melhor ou diferente. Acredito nisso.

Carolina Arêas

Carolina Arêas

Iniciou sua formação como terapeuta floral através do Healing Herbs, da Inglaterra, estudando as essências de Bach. Também trabalha com Reiki nível II e massoterapia ayurvédica, e é co-criadora do projeto "Word Rocks" e “Love it Forward List”.

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