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3 etapas para definir e seguir seu propósito de vida

Ter clara sua missão pode dar a você uma vida mais feliz e realizada

Atualizado em

“Senhor Gato, qual caminho devo tomar?” – perguntou Alice quando chegou a uma bifurcação

“Depende, aonde você quer chegar?” – Reverteu a pergunta o Gato

“Eu não sei” – Respondeu Alice

“Então tanto faz” – Finalizou o Gato

Este simples diálogo entre Alice (do País das Maravilhas) e o Gato (aquele com um sorriso inesquecível), ilustra o quão importante é termos clareza de onde queremos chegar. Costumamos viver o dia a dia atendendo nossas necessidades de curto prazo. Com isso, esquecemos do que é mais importante: saber quem somos na essência e qual direção devemos seguir.

Esta clareza nos leva a agir com mais autoconfiança e dedicação. Então, conseguimos ter aquilo que queremos com maior facilidade e satisfação. Isso acontece porque criamos um pilar central em nossa vida, que faz com que a gente sempre saiba para onde deve voltar – mesmo quando nos perdemos. Desta forma, os problemas, receios, dúvidas, excessos e barreiras que aparecem no caminho já não nos afastam tanto tempo de nosso centro. Tornam-se apenas distrações ou paradas para descanso em nossa jornada principal.

Como traçar seu propósito de vida?

A primeira coisa é criar uma base sólida e fortalecê-la. Se tivermos um centro bem definido e coerente com aquilo que queremos para nós, nada poderá nos desviar desse caminho, a não ser que permitamos.

Então, para definirmos nosso propósito de vida, precisaremos refletir sobre três pilares que sustentarão essa base sólida.

1 – Princípios (Moralidade)

Em primeiro lugar, devemos definir quais princípios são coerentes e fazem sentido para nosso momento de vida atual. Os princípios são âncoras que ditarão as condutas morais que seguiremos no cotidiano. E estas devem se manter inabaláveis, até que haja uma dúvida íntegra se elas estão ajudando ou atrapalhando. Depois disso, podemos substituí-las, se for o caso, mas com consciência – e não por ordens do desejo.

Esses princípios podem ser encontrados como base de condutas éticas de organizações governamentais ou não-governamentais íntegras.

Abaixo, alguns exemplos de princípios universais que podemos tomar como base:

  • Humildade
  • Discernimento
  • Não-julgamento
  • Não-resistência
  • Desapego
  • Presença
  • Observação
  • Bondade
  • Generosidade
  • Amor
  • Perdão
  • Destemor
  • Não-violência
  • Verdade
  • Misericórdia
  • Compaixão
  • Harmonia
  • Paz
  • Não-roubar
  • Não-promiscuidade
  • Abster-se de entorpecentes

Escolha de cinco a sete princípios para serem as regras do jogo de sua vida. Aqueles que se você não seguir estará prejudicando única e exclusivamente a si mesmo.

2 – Missão (Concentração)

A missão é o guia do que nos comprometemos a ser todos os dias. Já a concentração – cujo significado é “junto ao centro” ou “com centro” – é o mapa para seguirmos em nossa jornada.

Uma missão bem definida apresenta, em uma frase curta, de uma a duas linhas, aquilo que nos determinamos a ser diariamente. De maneira clara e objetiva, sem rodeios ou meias palavras. Ela precisa ser formatada para não deixar dúvidas.

Abaixo, vemos alguns exemplos diferentes de missões:

  • Ser bondoso e amável com as pessoas e buscar trocar condenação por compreensão
  • Ser comprometido com o que me determino a fazer e seguir em frente mesmo diante de dificuldades e adversidades
  • Ser uma pessoa melhor a cada dia, observar meus erros e falhas para aprender e evoluir com eles
  • Ser a mudança que eu quero ver no mundo
  • Ser alguém que busca construir uma vida melhor para mim e para as pessoas ao meu redor constantemente
  • Ser autêntico e verdadeiro comigo mesmo e com as pessoas para que eu possa criar uma base de confiança ao meu redor

Após definir sua missão, podemos ir para a última etapa da construção de nosso propósito de vida.

3 – Visão (Sabedoria)

Poder enxergar mais longe do que os outros é a qualidade que torna as pessoas de sucesso visionárias. Afinal, é por meio da visão que você enxerga seu potencial máximo a ser alcançado, sua principal intenção de longo prazo e o destino que lhe guiará em sua jornada.

Costumamos nos sabotar na hora de traçar uma visão de longo prazo, seja por medo de não alcançarmos, nos frustrarmos, falharmos ou não sabermos lidar com tamanho poder. Mas, na verdade, essa visão é apenas um norte, pois não necessariamente deverá acontecer. Muitas vezes achamos destinos mais coerentes durante nossa jornada, porém, só os encontramos porque estávamos naquela direção. Então, não há nada de errado em nos redirecionarmos se encontrarmos uma visão mais atraente do que a anterior.

A visão pode ser direcionada ao âmbito pessoal, profissional, social, espiritual ou de relacionamentos. Deve ser construída também de uma maneira direta e objetiva e, se for concreta, pode ter um prazo a ser alcançada. Precisa ser construída com uma ou duas linhas, no máximo.

Exemplos de visões:

  • Tornar-me um multiempresário com filiais fora do país
  • Alcançar um estado elevado de consciência e realização espiritual
  • Ser inspiração para meu círculo social evoluir em conjunto
  • Ser referência de especialista da área de marketing até 2025
  • Montar minha própria empresa e atuar na área que eu amo até 2018
  • Formar uma base familiar sólida e construtiva para a sociedade
  • Viajar pelos cinco continentes e conhecer o máximo de culturas possíveis

Após ter traçado esta intenção macro, você pode enxergá-la na sua mente com clareza de detalhes, como se estivesse em uma tela. Porém, fique atento para não cair em um sentimento de desejo, que acredita que a felicidade está lá fora ou no futuro. Ao invés disso, já enxergue-se na cena que idealizou, com sentimento de amor e merecimento, aproveitando cada etapa da jornada.

O que nos impede de seguir nosso propósito?

É normal priorizamos os prazeres de curto prazo, como almoçar fora todos os dias, comprar roupas quando vamos ao shopping, ir ao “happy hour” ou balada com os amigos, viajar para algum lugar agradável com constância ou qualquer outro entretenimento que gostamos. Além disso, criamos crenças de que “precisamos” de muitas coisas que julgamos desgastadas, velhas ou inapropriadas. Muitas vezes essas necessidades, na verdade, surgem da mesma fonte que os prazeres: o impulso do desejo.

De acordo com o Dr. David R. Hawkins, M.D, PhD, em seu livro “Truth vs Falsehood”, uma pessoa que evidencia o propósito de médio e longo prazo em sua vida, ou seja, que diminui a importância que dá aos impulsos do desejo e invoca coragem para alcançar seus objetivos e vencer obstáculos, tem um salto médio inicial em sua felicidade no dia a dia de 22% para 55% – mais do que o dobro.

O desejo vem de fora. Nasce de um estímulo sensorial que capta informações e estimula nossos pensamentos a buscarem recompensas que alimentem o prazer de nossos seis sentidos: olfato, tato, visão, paladar, audição e mente (opiniões).

Porém, quanto mais impulsivo o desejo, menos levamos em consideração as consequências posteriores.

É por isso que muitas pessoas depois de abusarem em um churrasco prometem para elas mesmas que nunca mais vão comer ou beber tanto. Até o próximo churrasco… Ou quando viajam e se deslumbram com tantos passeios, atrações e bens materiais diferentes que acabam gastando mais do que planejaram e ficam cheias de dívidas.

A verdade é que nos mimamos e tendemos a atender todos os nossos desejos conforme eles aparecem. Por termos enorme apego pelo desejo e não nos equilibrarmos, acabamos fazendo dele um vilão. Porém, é possível deixar o desejo em segundo plano na vida para escolher a hora que iremos atendê-lo, destronando-o de seu papel de imperador e o nomeando nosso serviçal.

Já a intenção, diferente do desejo, surge de dentro. É um chamado interno que nos leva a analisar e enfrentar uma situação desafiadora para alcançar um novo estado de consciência e resultado, levando em conta nossa evolução como ser e os benefícios posteriores.

Este poder interior é capaz de nos guiar para onde definimos ir e nos orientar a alcançar nosso propósito a cada dia, sem nos privarmos de momentos prazerosos.

Abaixo conseguimos verificar algumas características comparativas que diferenciam o impulso do desejo e o poder da intenção.

Tudo é possível! Desde que seja dividido em partes executáveis.

Com essa base sólida construída, você pode então traçar uma rota de ações e intenções menores que mostrarão que está na estrada correta para alcançar sua visão. Fazer um planejamento reverso para saber os próximos passos a serem dados pode deixar sua visão mais palpável.

Porém, nada disso adianta se mantivermos esse planejamento e nosso propósito de vida no papel, sem segui-los. Haverá obstáculos e distrações fortes o suficiente para nos tirar de nosso caminho. Então, com esse mapa traçado, o mais importante é buscar seguir um estilo de vida de autodesafios.

Infelicidade no trabalho tem relação com propósito de vida

Os autodesafios são exercícios práticos e simples que nos propomos a fazer para quebrar e diminuir a avidez em nossos desejos de curto prazo. Algo simples que tem poder de transformar o complexo. Diminuindo e aprendendo a dominar nossos desejos, eles passam a ter menos influência em nossa vida e passamos a nos concentrar melhor em nossos objetivos e propósito.

Aqui você encontra uma lista inicial de autodesafios para que consiga iniciar esse novo estilo de vida aos poucos, no seu tempo, sem precisar gerar grandes choques. Ou se você preferir receber orientações mais precisas, inscreva-se aqui e solicite uma mentoria exclusiva comigo, para construirmos juntos este novo ciclo de sua vida.

Se você gostou do artigo e se lembrou de alguém que merece ou pode precisar destas orientações, compartilhe com essa pessoa e com outras de seu círculo social.

Boas práticas. Gratidão!

Vitor Esprega

Vitor Esprega

Mentor de Alta Performance. Pós-graduado em Psicologia Positiva e Coaching, é escritor há 10 anos e tem 3 livros lançados, além de mais de 350 artigos publicados

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