5 segundos para dar o primeiro passo na vida e parar de procrastinar
Técnica simples ajuda você a parar de procrastinar tarefas e decisões
Por Celia Lima
Uma prática que causa muito desconforto, culpa e inquietação é a prática da procrastinação. Procrastinar quer dizer deixar tudo o que se pode fazer agora para a última hora. Quanto mais trocamos ideias com pessoas próximas, mais constatamos que são inúmeros os procrastinadores, inúmeras as pessoas que vão se deixando levar pela certeza de que vão conseguir dar conta de seus afazeres em tempo hábil e vão empurrando a obrigação com a barriga!
Se você se encaixa em algumas situações parecidas com essas abaixo, você tende a procrastinar muito:
- Tenho um trabalho para entregar e prazo suficiente para fazer com calma, mas…
- Preciso estudar para um teste que vai acontecer dentro de 15 dias, mas…
- Semana que vem vou ser madrinha do casamento da amiga, tenho que comprar o vestido, marcar cabeleireiro, unhas, mas…
- Preciso passar no banco para entender por que meu saldo ficou negativo, mas…
- Tenho que fazer exames de saúde para levar ao médico semana que vem, mas…
- Seria melhor começar a fazer o jantar agora, mas…
Depois do “mas”, o procrastinador encontra diversas desculpas, todas elas com a certeza de que vai dar tempo, de que o jantar vai ficar ótimo, que ele vai entregar os compromissos dentro do prazo e que, mesmo perdendo noites de sono, vai conseguir estudar e dar conta de obter bons resultados.
Ele parece ter um relógio interno que lhe indica o momento exato em que precisa começar a atividade para não perder prazos ou obter esses bons resultados.
Procrastinar causa angústia e aflição
Entretanto, mesmo com resultados positivos, a aflição que sente do momento em que assume o compromisso ou do momento em que detecta a necessidade de resolver alguma questão até o momento em que começa a realizar as tarefas ou ações e sua concretização, o procrastinador sofre. Sofre porque fica discretamente ansioso.
Faz suas obrigações diárias, trabalha, passeia, viaja, convive em família e com amigos, mas dificilmente está totalmente entregue e aproveitando o que está fazendo porque algo, lá no fundo, o incomoda e ele sabe o que é.
Vira e mexe seus pensamentos são assaltados por aquela tarefa que ele precisa começar em algum momento e, mais uma vez, ele disfarça para si mesmo a urgência e mais um dia se vai.
Conforme o tempo vai passando, o procrastinador vai sendo tomado pela urgência e uma espécie de “tic-tac-tic-tac” vai ecoando em seu peito, deixando a ansiedade se transformar em angústia.
Até que num determinado momento, no último momento, toda essa energia represada se transforma em ação voltada para o trabalho que, agora, precisa ser feito, terminado. É então que nada pode incomodá-lo, que ele se encarcera em seu compromisso e mergulha naquele dever, sendo capaz de passar noites sem dormir, de acordar de madrugada, de cancelar compromissos sociais para dar conta de cumprir prazos. E, pasmem, na maioria das vezes tudo sai perfeito!
De certa forma, o procrastinador sabe que tudo vai dar certo.
Por que procrastinar, se sabemos o tamanho do desconforto que isso causa?
O procrastinador vive quase que constantemente se sentindo em débito, em falta com alguém ou com ele mesmo.
Uma sensação de insatisfação percorre seus dias porque desde aquela louça que ele deveria ter lavado, a roupa que deveria ter guardado até o documento que deveria ter sido atualizado para tirar o passaporte ou fazer a inscrição para o concurso, passando pela entrega da tese em tempo hábil ou por comprar a fantasia de carnaval do filho, tudo vai ficar para a última hora.
Das menores às mais importantes coisas, o procrastinador empurra sua ação para começar a agir no último segundo da prorrogação do segundo tempo!
Essa tensão do desconforto que ele insiste em buscar só é comparável em intensidade com a satisfação e a alegria quase pueril do dever cumprido! O procrastinador experimenta uma grande sensação de alívio praticamente orgástico, especialmente porque diz a si mesmo “eu sabia que ia conseguir!”.
Claro que existe um motivo emocional que leva a procrastinar. A busca pelo “ponto de tensão” tem inúmeras razões psicológicas e emocionais para acontecer, mas não quero, aqui, trabalhar essas razões. Desejo, antes, apontar uma possível solução prática para vencer esse “vício”.
Ainda que se conheçam as causas que nos levam à procrastinação, podemos lançar mão de um truque que vem surtindo muitos resultados práticos na vida de muitos clientes e na minha vida, mesmo, já que também me considero uma procrastinadora.
Os cinco segundos de ouro!
Sabemos que a maior dificuldade dos procrastinadores é dar o primeiro passo. Para andarmos três metros ou três quilômetros, se não dermos o primeiro passo não vamos nem à porta de casa, nem ao banco, nem ao aeroporto. É preciso tomar a primeira atitude e essa é justamente a mais penosa.
Tirar a mão de onde ela está e esticar o braço para pegar o telefone e ligar para o médico e marcar aquela consulta que vem sendo adiada há meses, parece exigir um esforço sobre-humano! O procrastinador vai sempre achar que poderia fazer qualquer outra coisa, ao invés de tomar uma atitude que o leve de imediato à sensação de dever cumprido.
Mas temos muitas coisas a fazer ao longo do dia, da semana… da vida! Mesmo que marcar um exame médico ou uma consulta possa ser indefinidamente adiado, as consequências quando não temos um prazo imposto por algo externo a nós podem ser nefastas.
Então… vamos pensar juntos! O que são cinco segundos? Um… dois… três… quatro… cinco! Eu não levo mais de cinco segundos para pegar o telefone. Antes disso, não levo mais de cinco segundos para me levantar e ir até o telefone. Eis o primeiro passo!
A partir daí o braço fica mais leve e, já que coloquei o mínimo de foco no que preciso fazer, vou fazer: telefonar para o consultório médico. A partir do agendamento da consulta, sabemos que vamos, no dia marcado, finalmente cuidar da nossa saúde!
O truque é exatamente esse, sempre se perguntar: “Eu levo mais de cinco segundos para…?”.
E quase que invariavelmente a resposta será “não, não levo mais que isso!”. Então… vou fazer!
É da prática que o procrastinador precisa! Assim, a primeira pergunta a fazer para começar a mudar o vício perturbador da busca pelo ponto de tensão é: “eu levo mais de cinco segundos para pegar um papel e uma caneta ou para abrir a agenda do celular? Não, não levo. Então, vou pegar!”.
A lista de afazeres do dia pode ajudar. Ou faça já uma lista das tantas coisas que vem adiando:
- agendar reunião com o orientador do mestrado
- marcar consulta no dentista
- levar o carro para a revisão
- compras de supermercado
- comprar presente de aniversário
- agendar a primeira visita ao terapeuta
- fazer a cotação dos preços de geladeira
- visitar as academias de pilates
E, assim, tudo o que puder lembrar que vem prometendo a si mesmo há tanto tempo, das coisas urgentes aos simples desejos, deve fazer parte da lista. Com ela em mãos, o procrastinador já começa a ter a sensação de possibilidade de realização. Então, escolha um item da lista e faça a pergunta “mágica”:
- “Eu levo mais de cinco segundos para pegar o telefone?”
- “Eu levo mais de cinco segundos para sair de casa?”
- “Eu levo mais de cinco segundos para entrar na internet?
Depois do primeiro passo para parar de procrastinar, a vida fica mais prazerosa
O primeiro passo dificilmente vai levar mais de cinco segundos e, a partir daí, são outros e mais outros cinco segundos! Claro que agendar a consulta pode levar alguns minutos e, no shopping ou mercado, algumas horas. Mas o que segura o procrastinador é, usualmente, o primeiro passo!
A partir daí, você começa a perseguir a extrema sensação de bem-estar pelo dever cumprido, os dias rendem mais e você se sente verdadeiramente realizado, capaz e competente, assumindo as rédeas de sua vida!
Só um procrastinador pode saber o tamanho do prazer que é esse sentimento de realização pelas coisas aparentemente mais bobas, mas que, para ele, tem um valor imenso! Portanto, é preciso escolher sentir esse prazer ao invés de cultivar o desconforto de procrastinar e ter uma ou várias tarefas que não se realizam porque parece impossível dar o primeiro passo antes de tudo se tornar urgente.
E então? Você leva mais de cinco segundos para começar a fazer sua lista?
Mãos à obra e aproveite seu tempo para estar relaxado e feliz pelo dever cumprido!
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Psicoterapeuta holística com abordagem junguiana há mais de 30 anos e pós graduanda em Psicologia da Saúde e Hospitalar pela PUC-PR. Utiliza os florais, entre outras ferramentas como método de apoio ao processo terapêutico, como vivências xamânicas, buscando um pilar metafísico para uma compreensão mais ampla da vida, da saúde física e emocional.
Saiba mais sobre mim- Contato: celiacalima@gmail.com