Aceitação ajuda a viver melhor o presente
Troque a insatisfação por novas escolhas no seu dia a dia
Por Juliana Garcia
Aceitação. Essa palavra é poderosa, porém muitas vezes se perde por ser confundida com outras palavras que ganharam significados pejorativos. No campo das emoções, a aceitação muitas vezes se confunde com resignação, passividade, sucumbir, desistir, ter “sangue de barata”, “engolir sapo”, “fingir-se de morto”, e por aí vai. Mas sabe que nem a resignação eu vejo num sentido assim tão negativo? Sempre costumo pensar em resignação como “ressignificar”, dar outro tom, perceber as coisas por outro ângulo. Acho que ela se aproxima do que a aceitação positiva pode proporcionar.
Se algo me desagradou no passado, aceitar que “o que foi já foi” é a única alternativa para viver o presente e transformar o que for possível aqui e agora. Se percebo alguma dificuldade em mim, fingir que ela não existe ou fazer birra não vai adiantar nada. Aceitar a realidade é o primeiro passo para se fazer algo a respeito.
Comparar-se ao outro é sempre injusto. Na autocomparação sim, posso perceber meu crescimento, ver como eu era antes e como estou hoje, me propor metas a partir do que sou e de onde estou. Primeiro passo: aceitar-se! Aceitar a minha humanidade, aceitar a humanidade do outro. Essa é uma base importante para os bons relacionamentos.
Partindo para a ação
Se alguém que amo está seguindo por um caminho com o qual não concordo, posso tentar ajudar, alertar, compartilhar minha opinião. Mas sempre chegará um ponto em que eu simplesmente precisarei aceitar que a vida é do outro e que ele faz suas escolhas. A questão é: qual escolha eu farei a partir disso?
Algumas pessoas costumam dizer: “eu não queria que as coisas fossem como são”. E aí? O que vai fazer? As coisas são como são ou estão como estão. Se aceito esse ponto de partida, posso me perguntar o que gostaria de transformar e, então, mudar o foco para a ação.
As coisas são como são ou estão como estão. Se aceito esse ponto de partida, posso me perguntar o que gostaria de transformar e, então, mudar o foco para a ação.
Você percebe que tentando nos afastar da aceitação, por acharmos que esse caminho seria o da covardia, acabamos reforçando em nossos atos todos os pontos pejorativos que tentávamos evitar? Se não aceito, parto para condutas que me fazem estagnar, dar voltas, me repetir, me afundar em mais do mesmo.
A aceitação nos lança para a realidade. Aí podemos plantar e colher novos frutos, empreender as transformações necessárias para que nossos potenciais se manifestem amplamente na vida.
Psicóloga graduada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), pós-graduada em Psicodrama pelo Instituto Mineiro de Psicodrama Jacob Levy Moreno, pós-graduanda em Análise Junguiana e Arteterapia. Trabalha temas ligados ao universo inconsciente dos sonhos, autenticidade, coragem e transições de vida. Especializada na condução de grupos de estudos do livro “Mulheres que correm com os lobos”.
Saiba mais sobre mim- Contato: contato@julianaggarcia.com.br
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