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Acolher sua criança traz força e confiança para a vida adulta

Conheça a primeira etapa dos "Três Passos para a Vida Adulta" para você curar dores do passado

Atualizado em

Todos têm uma criança interior. A criança é o nosso canal para o divino. É ela que mantém a chama de vida acesa, iluminando em nós qualidades como entusiasmo, leveza,  curiosidade, humor e espontaneidade.

Porém, devido às experiências de desamor, exclusão e abandono de nossa criança, ela se retrai como forma de defesa, o que não nos permite receber ou dar amor plenamente em nossa vida adulta.

As dores da nossa criança têm grande impacto em nossas vidas, podendo atuar como verdadeiros programas em nosso sistema limitando nosso progresso.

Ao ficarem registradas internamente dão margem para atrair experiências semelhantes. No artigo O Papel da Dor Emocional, falo mais sobre este fenômeno.

Como transformar as dores da nossa criança interior?

Pensando na integração das dores da infância, gostaria de compartilhar o que chamo de “Os três passos para a vida adulta”. São eles:

  1. Acolhendo sua criança
  2. Ressignificando a própria história
  3. Honrando os ancestrais

Acolhendo sua criança

Em sua inocência e total vulnerabilidade, a criança interior nos ensina a arte de confiar e, assim, num ato de entrega e humildade, é possível experienciar a fusão com o divino.

Acolher a própria criança é o primeiro passo rumo à maturidade espiritual. Enquanto não a acolhemos, ela continuará à frente da nossa vida, reagindo a tudo o que remete às suas dores.

Além de atrair mais experiências de dor, uma vez que está aprisionada a determinadas passagens de sua história, como num disco arranhado, ela vai repetindo tais experiências kármicas agarrada a ideia de que “agora vai ser diferente”.

No entanto, a situação não mudará por si só. É a sua reação e mudança de perspectiva que permitirá que sua experiência mude.

Karma é dívida de aprendizado. Enquanto não aprendemos, continuamos e repetir as mesmas experiências, como se estivéssemos presos numa “matéria da vida”.

Sem conseguir compreender o que aquela experiência reserva e obter os aprendizados nela guardados, continuaremos a reproduzir as mesmas situações.

Além disto, a criança não tem recursos para lidar com determinadas passagens da sua história. É por isso que o adulto em nós precisa tomar a frente da própria vida, o que só será possível se ele assumir a responsabilidade por sua criança interior.

Abaixo, seguem algumas formas terapêuticas que podem te ajudar neste processo:

Exercício da foto

  • Escolha uma foto de criança – de preferência de um momento desafiador. Coloque uma música relaxante e acenda um incenso. Certifique-se de que não será incomodado durante o tempo deste exercício. Desligue o celular e crie um momento de intimidade consigo mesmo.
  • Olhe nos olhos da sua própria criança, atravesse a linha do tempo e vá até o momento desta foto. Se conecte com os sentimentos da sua criança, mantendo-se apoiado em seu eu adulto. Acolha todos estes sentimentos. Ofereça seu amor à esta criança. Sinta ela em seu coração. Você pode dizer internamente: “está tudo bem”, “agora eu estou com você”, “você está em segurança”.
  • Se conecte com seus guias, mestres e protetores e, caso tenha um altar, você pode fazer todo o exercício de frente para seu altar. Respire profundamente e integre a experiência.

Exercício das cartas

  • Você pode fazer este exercício na sequência do primeiro ou em qualquer momento que desejar. Sugiro utilizar uma foto, pois sempre ajuda a se conectar. O mais importante é que crie seu espaço de intimidade.
  • Separe umas quatro folhas de papel, caneta ou lápis. Peça para seus guias e mestres para te ajudarem neste momento de autocura.
  • Se conecte com sua criança interior e permita que sua criança escreva uma carta para você, contando tudo o que está acontecendo com ela. Como ela está se sentindo, onde ela está dentro de você mesmo (às vezes ela se encontra num lugar muito sombrio dentro de nós) e o que ela precisa.
  • Permita que ela fale abertamente. Dê voz a ela. Escreva sem julgamento. Dê voz ao que está guardado dentro de você há tanto tempo.
  • Quando sentir que já terminou a carta, respire profundamente e agradeça à sua criança interior.
  • Se conecte agora com o adulto em você. E leia a carta da sua criança. Procure ler com compaixão buscando entender e acolher seus sentimentos. Não a julgue. Lembre-se que ela fez o melhor que podia com os recursos que tinha.
  • Após ler a carta, respire e permita agora que seu eu adulto escreva uma carta para esta criança. Lembre-se do conteúdo de sua carta e procure acolhê-la em relação ao que ela relatou. Ofereça a ela acolhimento, respeito, compaixão, proteção, amor.
  • Algumas frases-chave que “podem ajudar: “agora eu cuido de você”, “pode confiar”, “você está em segurança”, “está tudo bem”.
  • Procure falar sempre no positivo, evitando colocar o “não” antes do verbo. Exemplo: “eu não vou mais te abandonar”, troque por: “agora eu estarei sempre com você”.
  • É importante que você realmente sinta tudo que disser à sua criança. Quanto mais entrar em contato com estes sentimentos de amor, mais verdade terá em suas palavras e mais sua criança poderá receber este amor.
  • Ao finalizar a carta, respire profundamente mais uma vez. Agradeça aos guias e protetores que estiveram presentes e peça para que eles te ajudem nesta cura acolhendo e integrando a sua criança.

Exercício da almofada

  • Após criar o seu campo de cura, pegue uma almofada e projete sua criança nela. Esta é outra forma de ganhar um distanciamento sadio da sua criança. Este distanciamento é importante para que tenha condições de acolhê-la, pois quando estamos muito misturados a ela, isto não se torna possível.
  • Se puder separar uma almofada só para isto, ainda melhor. Este é um exercício que você pode fazer sempre que sentir necessidade.
  • Em posse da almofada, após projetar sua criança nela, acolha-a em seu colo, dê carinho e ofereça a ela o que ela precisa. Você pode fazer uso das frases sugeridas e também criar suas próprias frases. Use sua intuição. Sinta a sua criança. Você saberá dizer o que ela precisa ouvir.

Gatilhos podem acionar a criança interior

É importante estar atento aos gatilhos que acionam a sua criança. Há determinadas situações que ativam memórias de dor dessa criança, fazendo com ela tome a frente da situação, nos tornando reativos. Esteja atento a estes gatilhos. Se observe. Ao perceber que os sentimentos da criança foram despertados, rapidamente deixe que o adulto em você se coloque à frente. E diga internamente para sua criança: “Está tudo bem. Agora eu cuido disso. Pode confiar. Você está em segurança”. Use essas frases-chave como mantras. Elas ajudam a fortalecer o adulto em você. 

Quanto mais aumentamos nosso nível de autorresponsabilidade, mais maduros nos tornamos emocionalmente

Para identificar quando a criança está querendo prevalecer, basta perceber em seu corpo se há algum desconforto, sensação de medo, angústia, raiva, vulnerabilidade. Com a prática, você começará a antever situações de risco. A prática também fará com que a criança em nós comece a relaxar, pois se sentirá cada vez mais amparada. Com o tempo, as situações-gatilho ficarão cada vez menos intensas e constantes.

Lembrando que a criança não tem recursos. Por isso, projetará sempre nos outros e no mundo a causa ou solução para seus problemas. Somos nós, adultos, que precisamos nos responsabilizar pela nossa vida.

Libere a criança que habita em você!

Uma coisa importante também é eventualmente fazer coisas que sua criança gostava. Seja ir num parque de diversões, assistir um desenho animado, tomar sorvete. Com consciência, claro. A questão é a exceção não virar regra. Muitas pessoas têm uma alimentação “infantilizada”, justamente porque ainda não acolheram sua criança interior. Mas quando nos tornamos responsáveis, é possível desenvolver uma dieta sadia e eventualmente, nos permitirmos alguns prazeres sem exageros.

Hobbies como pintar, dançar, cantar também ajudam a liberar sua criança. As atividades lúdicas são extremamente curadoras, acessam camadas mais profundas e desenvolvem nossas habilidades, espontaneidade, leveza.

Volte a ser criança sempre que possível e com consciência! Desta forma não apenas você estará cuidando dela, mas tornando a vida de adulto mais leve e divertida!

A criança que habita em mim, saúda a criança que habita em você!

Caso tenha alguma dúvida ou deseje compartilhar sua experiência, me envie um direct: @gabi.suryani. Me acompanhe também pela página @sagradofemininouna.

Gabriela Alves

Gabriela Alves

Mentora da Arte do Ser, Gabriela Alves Toulier dedica sua vida à expansão da consciência como Terapeuta da Alma e Guardiã do Sagrado Feminino, onde integra técnicas como Constelação Familiar, ThetaHealing e Filosofia do Yoga, a fim de auxiliar as pessoas a se tornarem a sua melhor versão.

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