Amor-próprio: quem você é de verdade?
A autoestima e amor-próprio estão totalmente relacionados como o nível de autoconhecimento
Por Alícia Veloso
Cada um de nós, enquanto seres humanos, possuímos uma dádiva: o livre-arbítrio. Graças a ele, podemos desenvolver uma percepção única da nossa própria realidade e escolher no que desejamos acreditar.
Desta dádiva, porém, nasce também os conflitos humanos. Afinal, temos a tendência em tentar validar as nossas percepções em relação ao outro. Ou seja: nutrimos uma certa dificuldade em escutar, dialogar e respeitar as diferenças.
Porém, para que possamos ter relacionamentos saudáveis e funcionais é essencial entender a importância em exercitar o autoconhecimento. E isso nem sempre é agradável. Principalmente quando chegamos aos espaços que somente o subconsciente ou o inconsciente conseguem acessar.
Mesmo com um certo desconforto, perceber quais “máscaras” costumamos vestir nas mais variadas esferas da vida – familiar, profissional, social e relacionamentos íntimos – é importante para viver de forma mais equilibrada e harmoniosa.
Ao longo da vida, vamos construindo nosso temperamento. Primeiro vem a genética, depois vamos formando nosso caráter por meio dos processos de socialização. Assim, vamos absorvendo toda carga das normas sociais que estamos expostos.
Todas essas informações que recebemos desde a infância impactam a forma como pensamos e agimos.
O amor-próprio e autoconhecimento caminham sempre juntos
Você, por acaso, confiaria deixar algo valioso para você sob os cuidados de alguém que você não conhece? Provavelmente não, certo? Da mesma forma acontece com o amor-próprio. Como é possível confiar em si mesmo e se valorizar sem sequer se conhecer?
Mas, qual será o melhor caminho para o autoconhecimento e, por consequência, se aceitar e amar a si mesmo? A verdade é que receitas e verdades únicas não existem. Afinal, no que diz respeito ao ser humano, nunca uma somatória terá o mesmo resultado para duas personalidades diferentes.
O erro mais frequente que podemos cometer é ter a tendência em colocar nos outros certas responsabilidades que são apenas nossas. Um exemplo são atitudes pouco saudáveis como alimentar expectativas e depender de atitudes de terceiros para se sentir bem.
Agora, vejamos na prática: como você pode perceber se você está de desvalorizando e não pratica o amor-próprio? Como essa dificuldade impacta seus relacionamentos e como é possível ressignificar e modificar esse padrão de comportamento? O primeiro passo é realizar alguns questionamentos:
- Durante o dia, quantas vezes você se pega pensando sobre o que você projeta poderia dar certo com outra pessoa, mas não com você?
- Se o seu relacionamento está atravessando uma fase desafiadora, você costuma pensar ou sentir que essa responsabilidade é somente sua?
- No trabalho, o ambiente não está equilibrado, você sente ou pensa que poderia ser algo que você ocasionou?
- Seus filhos andam agitados, você pensa ou sente que é você quem ocasiona esse e outros transtornos?
- Ao se olhar no espelho, você pensa coisas do tipo: “eu poderia estar mais magra, mais bem vestida e mais botina…”?
Todas essas perguntas nos levam a forma mais doentia do nosso ego e orgulho: acreditar que o centro de tudo somos nós. E não na sua perspectiva positiva, mas sim, naquela em que esse centro se assemelha a um verdadeiro buraco negro existencial que suga toda e qualquer energia que possa revitalizar nossa vida, nos tornando mais plenos: somos simplesmente nossos mais perfeitos algozes, tiranos e sabotadores.
Dicas para exercitar o amor-próprio
Evite se cobrar tanto
Temos a tendência em querer absorver responsabilidades dos filhos, parceiro, familiares e, muitas vezes, não damos conta em permanecer no papel de super-herói durante muito tempo. É importante evitar o sentimento de culpa e se responsabilizar por problemas que não são seus.
Aprenda a descansar
Experimente se dar uma folga. Não está com vontade de cumprir todas as obrigações da sua agenda? Priorize certas tarefas e fracione. Muitas vezes, o ócio é fundamental para que possamos encontrar soluções mais criativas para alguns desafios. Além disso, esses momentos são excelentes para que você possa cuidar de você.
Viva no momento presente
Evite gastar energia se remoendo por situações do passado que não saíram como você esperava, ou então se entregar a um estado de ansiedade por ter medo do futuro. Foque no que você está vivendo agora e faça o melhor possível.
Aprenda a dizer não
Quantas vezes você disse “sim” quando, na realidade, queria dizer não? Fazemos isso por medo de decepcionar outras pessoas e não ter o mesmo reconhecimento por parte delas. Porém, esta tendência é algo nocivo para sua autoestima e, como consequência, para seu amor-próprio. Afinal, você anula o que realmente deseja simplesmente para não decepcionar o outro.
A qualidade das nossas relações depende diretamente do nosso nível de autoconhecimento. Quando nos conhecemos, nos tornamos protagonistas da nossa própria história e atitudes.
É Pedagoga, Master Coach Analista Comportamental e possui 20 anos de experiência na área de Gestão de Pessoas e Projetos no Uruguai e Brasil É palestrante formada pela ABRACOACHES, integrante VIP do grupo Palestrantes do Brasil, tem ministrado palestras em vários estados.
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