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Autoimagem vale mais que rótulos

Nem sempre somos aquilo que as outras pessoas enxergam em nós

Atualizado em

“Numa moldura clara e simples, sou aquilo que se vê”. Lembra desse trecho da música do Los Hermanos?

Não é tão simples assim, na verdade. Eu não sou um retrato fiel da forma como os outros me percebem. Essa imagem nem sempre corresponde ao que realmente sinto, penso, faço, sonho.

Não sou tão frágil como imaginam, nem tão disciplinada. E tampouco perfeita! Aliás, quem é perfeito? A noção e a medida de perfeição variam de uma pessoa para outra. Portanto, o que os outros julgam perfeito pode estar muito longe do que eu ou você esperamos.

Introspectiva e comunicativa

Esse conflito se tornou mais claro para mim quando fiz meu Mapa Numerológico. Meu Número de Motivação, aquele que mostra o que desejamos na vida, revela que minha motivação está na intenção de compartilhar com os outros os meus conhecimentos, que gosto de analisar tudo e ir até o âmago das coisas.

É verdade! – principalmente porque explica que preciso de isolamento para pesquisar, que desenvolvo melhor meus talentos em ambientes mais calmos. Sim, sou uma pessoa extremamente tranquila, reservada e sinto que tenho melhores resultados quando posso “mergulhar” no que estou trabalhando.

Por outro lado, meu Número de Impressão, aquele que mostra a imagem que os outros têm de mim, revela que as primeiras impressões que transmito são de uma pessoa divertida e sociável – com uma personalidade espirituosa e charmosa. Mas essa não sou eu! – logo adverti, sob protestos de minha amiga e companheira de trabalho, Joana, que explicou que é exatamente assim que ela me vê. Mas como?

Recorri ao especialista, o numerólogo Yubertson Miranda, que esclareceu que é comum que eu sinta dificuldades para conciliar meu lado introspectivo com meu outro lado comunicativo, que acaba sendo mais percebido pelas pessoas.

Expectativas distorcidas

De acordo com o numerólogo, por conta dos desafios e lições que aparecem em meu mapa, conseguirei, aos poucos, aliar essas facetas da minha personalidade, criando um clima de troca de ideias e divertimento, por meio do qual oferecerei meu conhecimento.

Achei interessante e isso me fez pensar em como podemos ser tão diferentes da imagem que transmitimos. Seria uma falsa imagem, então? Um reflexo embaçado da forma como nos enxergamos?

Se somos diferentes da forma como os outros nos percebem, suas expectativas ao nosso respeito também podem ser distorcidas.

Se somos diferentes da forma como os outros nos percebem, suas expectativas ao nosso respeito também podem ser distorcidas.

Se me veem como alguém sociável, devem estranhar quando prefiro me isolar. Da mesma forma podem questionar quando você faz algo diferente do que encaixaria melhor com a sua imagem. É por isso que às vezes é tão difícil agradar aos outros.

Seguindo essa linha, não seria perda de tempo e energia se preocupar com a opinião alheia? Já sofremos tanto com todas as exigências dos tempos modernos – ser excelentes profissionais, mães exemplares, mulheres em forma, etc, etc, – para que incluir mais cobranças nessa lista?

Abaixo aos rótulos! Não quero provar nada a ninguém. Melhor: quero provar apenas a mim mesma. Me olhei demoradamente ao espelho esta manhã, reparando e aprovando cada detalhe da minha imagem. Sorri para mim mesma, num misto de confiança e identificação.

Conheço muito aquela imagem ali refletida, seus sentimentos, intenções e valores. São neles que devo me pautar para tomar minhas decisões e realizar meus sonhos, independente da imagem que as outras pessoas guardem de mim numa moldura.

Luciana Ramalho

Luciana Ramalho

Líder da Rede de Autores do Personare. Acredita no poder transformador das conexões entre pessoas. É responsável por recrutar novos especialistas, coordenar ações para crescimento profissional dos autores e articular oportunidades, aproximando-os da equipe e do público.

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