Cantar para viver em harmonia
A música estimula e impulsiona. Veja como o canto pode ser terapêutico
Por Nydia Monteiro
“Música, arte de harmonizar sons para produzir sensações que agradam.” Várias definições tentam descrever o que esta poderosa aliada do ser humano é, faz e provoca.Mas não são necessárias tantas definições, pois na prática ela faz parte da vida de quase todos nós. A humanidade em sua evolução teve os sons e as suas combinações transformadas em música, lado a lado com cada passo dado. O ser humano, individualmente tem a música, os sons e as vibrações fazendo parte de sua vida desde a estada no ventre materno até o momento de morte e finalização de ciclo. Música comemora, ritualiza, potencializa, educa, compartilha, estimula, marca e impulsiona.
Cantar é e deve ser como respirar. Sem censuras, exigências
Música também entristece, perturba, agita, incomoda, deprime, irrita e ensurdece. Pode ser uma companheira positiva, mas se mal utilizada romper o equilíbrio e causar mal. Até o canto tão espontâneo que faz parte do crescimento da criança tem sido pouco usado, pois alguns inventaram que tem de saber cantar para tal. “Quem canta seus males espanta”. Esse ditado tão utilizado e conhecido retrata bem o que a música com o recurso do canto pode causar. E isso é tão simples. Cantar é e deve ser como respirar. Sem censuras, exigências, a não ser em um contexto acadêmico erudito, o que não é o caso. Nascemos cantando, porque o choro que o bebê emite ao nascer é o seu canto de dor e alívio ao ser inundado de uma vez só com um golpe de ar em seu pulmões. E outros cantos apaziguadores e amorosos suavizam cada momento de adaptação deste novo habitante, ora no acalanto, no brincar ou estimular sua interação e compreensão do mundo.
Efeitos positivos
Desde os primórdios da evolução muitas culturas utilizam cantos para aumentar a capacidade de trabalho em suas plantações e comemorar suas colheitas. Cantando prossegue-se ao comemorar cada novo ano de vida. Torcer por times, distrair-se em “baladas”, potencializar valor de orações, meditações. Unir culturas e aumentar autoestima fazem parte de um dos grandes efeitos que a música, quando utilizada adequadamente, alcança.
Conscientemente, muitas pessoas utilizam a música, através do canto, como forma terapeutica. “Quando eu soltar a minha voz… eis aqui uma pessoa se entregando”, cantava Gonzaguinha. Soltar a voz, ser ouvido, ser reconhecido, é vital para seres comunicativos como nós. O canto auxilia na dicção, postura, sensibilidade, autoestima, audição, afinação, segurança.
Musicoterapia
Cantar é a respiração estruturada com efeito fisiológico que se transforma em massagem para o intestino e em alívio para o coração. Essa respiração fornece ar adicional aos pulmões, impulsiona a circulação sanguínea e melhora a concentração e a memória. Cantar nos harmoniza e também reforça o sistema imunológico. Desde o final da segunda guerra a música passou a ser utilizada também de forma terapêutica por um profissional musicoterapeuta graduado e/ou pós-graduado. Foi necessária esta especialidade para tentar minimizar as graves seqüelas causadas pela guerra. Em todos os continentes,cursos e associações foram criados e a formação deste profissional que utiliza esta arte com objetivos terapêutico e científico na saúde e qualidade de vida passou cada vez mais a ser valorizada e utilizada. Surgiu a Musicoterapia.
Se a música, através do canto,naturalmente causa bem estar e provoca equilibrio, quando é aplicada por um profissional capacitado, sua eficácia é certa. Caso haja um desequilíbrio maior, pode-se procurar este profissional e utilizar de forma mais direcionada e eficaz para a saúde; o canto, a música e diversos recursos sonoros prazerosamente. “Por isso uma força me leva a cantar, por isso esta força estranha no ar…” Por isso, cantem, não parem. Usem a voz, a música e vivam melhor!
Educadora Musical e musicoterapeuta.Pós-graduada em musicoterapia, atende em Teresina e é pioneira nesta especialidade no Piauí.
Saiba mais sobre mim- Contato: nydiadoregomonteiro@yahoo.com.br