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10 queixas femininas mais comuns no divã

Especialistas esclarecem principais insatisfações das mulheres

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Quem disse que ser mulher é fácil? Se alguém ousou pensar dessa maneira algum dia é porque, provavelmente, nunca viu uma mulher cheia de tarefas, compromissos e vontades, precisando conciliar tudo ao mesmo tempo. É a atenção com os filhos e o marido, o trabalho que vai até tarde da noite, a limpeza da casa e o cuidado com o próprio corpo, tudo para ser feito em apenas vinte e quatro horas. Diante de tantas demandas e expectativas, é comum que os problemas surjam e acabem ameaçando o dia a dia – que já não é nada tranquilo.

Pensando nisso, a Equipe Personare entrevistou especialistas e terapeutas em diversas áreas. E cada profissional destaca quais são queixas femininas mais frequentes em seus consultórios. Além disso, os especialistas apontam porque as mulheres andam insatisfeitas e de que maneira esses problemas podem ser vencidos.

Queixa 1 – Não consigo achar o equilíbrio entre minha vida profissional e familiar

As mulheres são conhecidas por conseguirem fazer várias coisas ao mesmo tempo, mas às vezes esse excesso de deveres pode acabar fazendo mais mal do que bem. Carla Panisset, coach e instrutora de treinamentos, aponta que uma das reclamações mais frequentes das mulheres durante seus atendimentos é a dificuldade de equilibrar o trabalho com a família, o que acaba deixando a vida ainda mais difícil.

“Encontro cada vez menos mulheres workaholics, pois hoje em dia se tornou importante equilibrar o tempo entre trabalho, cuidar da família e da relação amorosa. Viver para o trabalho nos levou à hipercompetitividade, aumento do estresse, consumo desregrado de medicamentos, isolamento e ao narcisismo, e muitas vezes também não trouxe o retorno financeiro desejado. Afinal, quantas mulheres conhecemos que ganham os mesmos salários de altos executivos?”, questionou Carla.

Para ela, os danos causados pelo estresse no trabalho são sérios, como a sensação de não valorização dos esforços, o cansaço extremo e a incapacidade de manejar tanta preocupação sem adoecer ou estar ausente para os filhos e a família. A especialista acredita que uma das maneiras de amenizar essa situação é tomar conhecimento do que a mulher consegue fazer. “Quando utilizamos todas as nossas habilidades, ganhamos mais autoestima para encarar os desafios de frente, mais resiliência e capacidade de medir as consequências dos nossos atos. Também aumentamos nossa responsabilidade por nossos feitos e conquistas”, aconselha Carla.

Questão 2 – Acho difícil obter reconhecimento profissional

Desejar se estabelecer na profissão é o desejo de muitas pessoas – mulheres ou homens. No entanto, a especialista em carreira Carla Panisset percebeu que algumas mulheres têm necessidade de se afirmarem no ambiente de trabalho por meio do salário, que segundo o desejo delas, deve ser cada vez mais alto. A profissional acredita que quando a realidade não corresponde à expectativa, surge a frustração com o emprego.

“O que eu vejo como mais grave é que a mulher está constantemente em busca do novo emprego (ou atividade) por não aguentar tanta insatisfação. Ou seja, não desenvolve um trabalho consistente numa mesma organização, o que poderia criar sua reputação no mercado e, em longo prazo, fazê-la ganhar mais. Uma carreira sustentada a partir de muitas atividades diferentes para várias organizações – a não ser que a mulher trabalhe em consultoria – dificilmente irá trazer aprendizado e desenvolvimento das próprias competências e habilidades”, relata a especialista. Segundo ela, a dica é descobrir exatamente o que você quer de sua carreira profissional, tomando conhecimento de suas habilidades e se dedicando a um trabalho que lhe faça bem.

Questão 3 – Não consigo mais dormir à noite por causa do meu bebê

Deixar de ser só filha ou esposa e tornar-se mãe é algo novo para todas as mulheres que passam pela maternidade. Mas para algumas esse processo pode trazer problemas. Denise Gurgel, fisioterapeuta materno-infantil e professora de shantala, destaca que uma das principais reclamações das mães envolve noites de sono mal dormidas ou passadas em claro por causa do bebê.

“Um bebê exige muita atenção e cuidado. O tempo da mãe fica todo voltado para a criança, e se adaptar a essa mudança de rotina leva tempo. Afinal, mãe e bebê estão se conhecendo e tempo é preciso paciência até tudo entrar nos eixos”, aponta Denise.

A especialista ainda alerta que quando a mãe está muito cansada, pode acabar deixando de aproveitar como deveria os momentos com o bebê. De acordo com Denise é importante ler livros sobre o assunto e participar de grupos sobre maternidade desde o início da gestação. A ideia é que a futura mamãe já esteja familiarizada com o mundo do bebê quando ele chegar.

Questão 4 – Tenho dificuldade de voltar ao trabalho depois da licença-maternidade

Depois que a licença maternidade acaba, a maior dificuldade das mães, segundo a terapeuta Denise Gurgel, é como deixar a criança em casa e voltar para o trabalho, mas sem se preocupar demais.

“Não é fácil escolher onde deixar o bebê e pensar na hipótese de ficar o dia inteiro sem ele. As dúvidas são muitas. Como ele ficará? Deixarei com babá ou num berçário? Decidir onde deixar é complicado e se adaptar ao retorno ao trabalho exige tempo também. As mães se sentem divididas, querem passar mais tempo com o bebê, que ainda precisa muito delas”, comenta Denise.

A especialista acredita que para a mãe ficar mais tranquila na hora de voltar a trabalhar, ela deve deixar seu bebê com alguém de confiança, como os avós ou parentes próximos. Caso não seja possível, ela orienta que opte por uma creche bem recomendada e que você tenha certeza de que cuidará muito bem do seu bebê.

Questão 5 – Tenho dificuldades em ser feliz na vida amorosa

Segundo o tarólogo Leonardo Chioda, as perguntas relacionadas à vida afetiva costumam ser as mais frequentes em uma consulta de Tarot. O especialista acredita que nem sempre as mulheres têm paciência para esperar que o amor aconteça, e que falta consciência para perceber que determinadas atitudes não permitem que o afeto se estabeleça.

Segundo Bruna Rafaele, coach e mestre em estudos da linguagem, as mulheres solteiras estão cada vez mais exigentes no momento de procurar por um parceiro. “Hoje a mulher descomprometida está muito mais seletiva, pois se conhece muito bem e não aceita qualquer parceiro para ser seu marido, e muito menos o pai dos seus filhos”, reforça a especialista.

Justamente por causa dessa impaciência, o público feminino tende a querer encontrar respostas positivas no Tarot, sobre a vida afetiva. Mas segundo o tarólogo, mesmo quando as tendências são boas, a maioria das mulheres espera que o que foi dito nas cartas aconteça imediatamente em suas vidas – o que pode acabar em frustração.

“Acredito que primeiro as mulheres deveriam se questionar sobre seu próprio comportamento em relação a assuntos importantes, como o amor. A partir daí o Tarot seria bem aproveitado, já que a leitura se tornaria ainda mais rica e eficaz ao consulente”, destaca Chioda.

Para Roberta Struzani, especialista em sexualidade, as mulheres deveriam praticar o autoconhecimento antes de procurar por um novo amor. “É preciso desenvolver o amor próprio e aceitação de si mesma, além de deixar de prestar tanta atenção aos detalhes do corpo. Quando as mulheres aprenderem essa lição, serão mais felizes e sedutoras”, conclui a especialista.

Questão 6 – Meu filho não se comporta e não estuda. Como posso ajudá-lo?

Enquanto as noites em claro e a volta ao trabalho costumam ser as maiores dúvidas de uma mãe de primeira viagem, aquelas que já têm filhos crescidos chegam com outras reclamações e questionamentos. A psicóloga Maria Cristina comenta que uma das perguntas mais frequentes em seu consultório é sobre como lidar com um filho que não obedece aos pais.

Para ela, a chave para melhorar uma situação como essa é, primeiramente, buscar o autoconhecimento. “A primeira pessoa que a mulher precisa aprender a se relacionar é com ela mesma. Em seguida, é importante verificar o próprio relacionamento com os pais, pois isso ajuda a também tentar entender a relação com os filhos. Afinal, o que aprendemos, transmitimos”, ensina a psicóloga.

Questão 7 – Não consigo sair de um relacionamento infeliz

O relacionamento com uma pessoa que amamos deveria ser uma das experiências mais enriquecedoras da vida, mas não é o que acontece com algumas mulheres que se veem presas em relações fracassadas. A queixa de que não conseguem sair de um relacionamento que só faz mal é muito ouvida no divã da psicóloga Maria Cristina.

“Muitas mulheres permanecem em relações infelizes com a cara metade, pois acreditam não existir outras possibilidades. As crises nos relacionamentos são constantes e a mulher se vê paralisada. Não querem continuar nas relações vazias, mas também tem medo de ficarem sós”, reforça a psicóloga.

Na opinião da especialista, existe um certo medo da felicidade, como se esta fosse um sentimento proibido na sociedade em que vivemos. O pensamento de que a mulher deve estar em uma relação, mesmo que insatisfatória, ainda permanece para algumas pessoas. “É preciso rever crenças e conceitos herdados e transmitidos através das gerações e que, na maioria dos casos, não são bem elaborados. Assim ocorre o conflito de quem as mulheres deveriam ser, de quem elas são ou se tornaram, e do que elas realmente desejam para si”, finaliza Maria Cristina.

Questão 8 – Não consigo mais sentir prazer durante o sexo

Para a especialista em sexualidade, Roberta Struzani, uma das questões mais comuns das mulheres está ligada ao fato de não conseguirem mais sentir prazer durante o ato sexual. “Muitas mulheres não sentem prazer durante a relação sexual. Outras conseguem ter satisfação no início do coito, mas durante o ato acabam sentindo vontade de parar a relação. Em ambos os casos isso causa um bloqueio na cama e elas acabam negando o problema ou evitando o sexo, o que consequentemente abala a segurança e a autoestima dentro do relacionamento amoroso”, explica Roberta.

A especialista aponta que este tipo de comportamento pode ser fruto de um trauma psicológico ou físico, como um ato sexual que tenha trazido mais dor do que prazer. Neste caso, o melhor é procurar a ajuda de um terapeuta emocional e o acompanhamento de um psicólogo, sem deixar de lado também a saúde do corpo.

Questão 9 – Nunca tive um orgasmo

Muita gente acredita que uma mulher feliz em seu relacionamento deveria ter prazer em seus atos sexuais. Mas com algumas acontece exatamente o contrário. Para essas mulheres o orgasmo ainda é uma sensação desconhecida.

De acordo com a especialista em sexualidade feminina, Roberta Struzani, este bloqueio sexual pode vir do fato da mulher não se conhecer como deveria. Descobrir em que áreas do corpo sente mais prazer, o tipo de carícia que mais lhe estimula e estar mais aberta ao autoconhecimento podem ajudar a relaxar na hora do sexo.

“Diferente do que muitos acham, a atividade sexual não está focada na genitália. Até mesmo a musculatura vaginal e toda sua ação está ligada a um componente geral, de autoconhecimento. E isso pode incluir educação familiar, conceitos religiosos, bloqueios sexuais, construção psicológica de sua feminilidade, seu corpo, sua sexualidade e cuidados com a saúde”, afirma a especialista.

Para ela, o amor próprio e a aceitação são os melhores caminhos para uma vida sexual prazerosa, levando a uma vida mais feliz.

Questão 10 – Tenho dúvidas se devo fazer sexo só depois de firmar um compromisso

O sexo é um componente essencial para qualquer relação amorosa. Mas a dúvida sobre o momento certo de praticar o ato com alguém costuma estar presente na vida de parte da ala feminina. Segundo a terapeuta Ceci Akamatsu, o sexo passou a ser visto como moeda de troca por algumas mulheres, sendo usado para conseguir outras coisas na relação.

“Muitas tentam até usar o sexo como moeda de negociação, do tipo: só me entrego sexualmente se você se comprometer comigo. Mas não temos como controlar o sentimento do outro. Afinal, nem ele mesmo pode controlar isso, nós não escolhemos se vamos sentir vontade de namorar com alguém. Isso é algo que acontece e é construído, não adianta querermos barganhar o amor do outro com sexo”, esclarece Ceci.

A especialista acredita que é necessário ter em mente que o outro pode não ter a mesma vontade de construir um relacionamento de imediato, mas que é possível fazer com que a relação evolua com o tempo. A dica de Ceci é se valorizar e curtir o momento do sexo, sem criar grandes expectativas sobre o que pode vir depois. “Permita-se curtir o sexo como um presente sagrado, divertido, amoroso, picante, carinhoso, ousado (o tempero é você quem decide), mas, acima de tudo, verdadeiro e sincero – para si e para o outro”.

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