Afinal, a nossa vida é justa?
Encare as situações difíceis como chances de aprendizado
É muito comum, ao sofrermos um grande trauma ou passarmos por situações difíceis, buscarmos um entendimento acerca dos motivos que fizeram com que aquilo ocorresse. Tentando atribuir um sentido lógico aos acontecimentos, muitas vezes precisamos apontar um responsável, alguém em quem se possa depositar nossa dor, raiva, frustração e mágoa. Esse alguém pode ser uma pessoa de fora, o destino, Deus, ou nós mesmos… Afinal, por que será que acontecem coisas ruins com pessoas boas? Eis a velha questão que sempre aparece.
De fato, o ser humano não está preparado para a dor. Somos ensinados desde novos a buscar a felicidade, mas… e quando ela não vem, por algum motivo inexplicável, apesar de tanto esforço? Não nos diziam que era só fazermos a nossa parte e tudo daria certo? Será que só nos resta aquele gosto amargo da derrota e do fracasso?
A essa altura do texto, algum leitor já pode estar desanimado. “Não quero falar de dor, sai pra lá”. Esse texto também não tem esse objetivo, e sim o de fazer brotar em quem estiver lendo a semente da coragem. Passar por situações ruins não tem a ver necessariamente com merecimento, mas sim com aprendizado.
Passar por situações ruins não tem a ver necessariamente com merecimento, mas sim com aprendizado.
Por isso, a vida nos convida a todo instante a renascer, através da aceitação dos nossos limites.
Fazer a nossa parte é oferecer nosso melhor, auxiliar o outro a também fazer a parte dele e esperar humildemente pelo desenrolar dos acontecimentos. Não é maravilhoso saber que podemos parar a cadeia do mal em nós mesmos, corrigindo nossos erros e evitando julgar os outros? Merecimento existe sim, mas não do modo como imaginamos. A vida não é uma equação matemática, exata e linear. Os erros fazem parte da trajetória e há vários caminhos para se chegar a um mesmo resultado, por isso, o esforço sempre a vale a pena, desde que tenhamos consciência dos nossos limites.
Paciência, tolerância e aceitação são as chaves de uma convivência de paz consigo mesmo e com o mundo. Lembre-se: culpar os outros não traz a tão sonhada felicidade. E, como diria o cantor e letrista Lenine: “mesmo quanto tudo pede um pouco mais de calma, até mesmo quando o corpo pede um pouco mais de alma, a vida não para (…) A vida é tão rara”.
Vamos aproveitar essa raridade de estarmos juntos aqui e agora para construir algo melhor. Porque justa ou não, a vida é bela e cheia de oportunidades!
Clarissa De Franco é psicóloga, com Doutorado em Ciência das religiões e Pós-Doutorado em Estudos de Gênero. Atua com Direitos Humanos, Gênero e Religião, além de ser terapeuta, taróloga, astróloga e analista de sonhos.
Saiba mais sobre mim- Contato: clarissadefranco@hotmail.com