Busque o silêncio que reside em você
Livre-se da mente tagarela e viva melhor o presente
Por Regina Restelli
Nosso conceito de silêncio é a falta de som. Mas como nós e nosso planeta produzimos ruídos o tempo todo, devemos buscar o silêncio entre os sons e, principalmente, entre um pensamento e outro. Afinal, silêncio interno é uma questão de foco, entrega e esperança. Você acha esta ideia atraente?
O barulho mental em nós, humanos, é imenso. E por esta razão é exatamente aí que devemos investir nossa total atenção. Apesar dos desafios do dia a dia, devemos perseverar e tentar nos habituar a silenciar nossos pensamentos, o que geralmente exige muita determinação. Em alguns momentos será mais fácil, mas outros exigirão muita insistência.
Pratique o silêncio no dia a dia
Recentemente fiz uma semana de silêncio, um exercício que eu recomendo. Entenda bem, eu não fiquei muda ou me retirei para um mosteiro, eu simplesmente me propus a falar só o estritamente necessário, e sempre de maneira suave e calma. Proclamei em minha mente que cada problema a ser resolvido tem o seu tempo exato.
Que durante aqueles dias, tudo seria feito em prioridades, definidas no momento apresentado. Ou seja, eu sairia do controle da realização dos desejos e entregaria tudo ao “agora”. Nada poderia ser feito fora do presente.
O segundo passo foi me permitir ficar quieta e observar, ora os outros ora a mim mesma, em todos os momentos. Lá pelo segundo dia, depois de começar a praticar o exercício, tive uma sensação tímida de grande prazer, pois vi que não precisava debater nenhum assunto e sim aceitá-lo, deixando-o virar passado ou arquivando-o na lista de prioridades.
Com a sequência dos dias, percebi também que o tímido sentimento de prazer estava se fortificando numa paz incomensurável. É claro que tiveram momentos conturbados, nos quais alguma dificuldade parecia ter sido atirada bem em cima de minha cicatriz mais sensível.
Mas mesmo assim, quando me lembrava da proposta silenciosa, a harmonia voltava e o silêncio se estabelecia novamente. Quanto mais os problemas se apresentavam, mais soluções se duplicavam em minha mente. Acabei resolvendo questões importantes para as quais há algum tempo não encontrava respostas.
No último dia, os desafios foram ainda maiores. Resolvi me recolher completamente em meu quarto semissilencioso, para não perder de forma nenhuma os benefícios daquela vivência. Processá-los, digeri-los e acima de tudo assimilá-los no dia a dia foi muito bom!
Aja de maneira consciente
Não posso deixar de contar que no primeiro dia pós-exercício de silêncio me vi envolvida na agitação dos afazeres, com a mente completamente descontrolada. Mas procurei lembrar que os hábitos são feitos com o tempo e que a única diferença entre os dias anteriores era a minha postura interna de escolher poder estar em equilíbrio.
Afinal, se não estou presente em minhas escolhas, estou entregando meu poder de realização ao outro. Temos que estar sempre no comando, mas sem querer manipular os resultados, na certeza de que tudo já está dando certo, mesmo que inicialmente pareça o contrário.
Então chegamos num ponto bem importante, que recebe o nome de fé. Estamos vivendo neste mundo caótico no qual os desafios são inúmeros. E se continuarmos agindo de forma inconsciente, tudo pode ficar ainda mais estresseante.
Mas o que é fé para você? Para mim é um sentimento, um conhecimento interior. Não é mágica, ela não age como um gênio da lâmpada do Aladim. Ter fé não garante a realização dos nossos desejos, isso é a nossa imaginação, que acredita que estamos no controle.
Gosto de me lembrar, mesmo quando um acontecimento parece contra meus interesses, que tudo está sempre certo, do jeito que deve ser para que eu tenha a oportunidade de aprender. Que se não fosse assim muitas outras coisas boas que vieram como consequência de crises, poderiam não ter acontecido.
Nesta questão do silenciar a mente, é adequado cultivar em nosso dia a dia, minuto a minuto, nosso foco na escolha em se “entregar” à esperança. Podemos e devemos fazer tudo em harmonia, escutando o nosso interior.
Afinal toda a sabedoria está dentro de nós, e precisamos nos preparar para escutá-la. Experimente silenciar o seu mundo. Escute o nada entre os sons. Observe o silêncio entre seus pensamentos e deixe a mente solta para escutar sua sabedoria interna com carinho. Permita-se e proponha-se fazer silêncio, ele pode valer ouro. Eu desafio você a viver uma experiência de sete dias, que poderá ser simplesmente libertadora.
Criadora da Terapia dos Chakras e uma das referências em Ho´oponopono no Brasil. Realiza atendimentos online no Personare. Está à frente da webserie Respira e integra o time de especialistas do Programa Medita e Vai.
Saiba mais sobre mim- Contato: sanatkumara.tera@gmail.com