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Como encontrar o amor depois da separação

É preciso viver o luto do término para estar com o coração realmente desocupado da relação anterior e, então, poder viver um novo relacionamento

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Muitas pessoas não se separam porque acham que nunca mais vão encontrar outro parceiro. Outras não se separam, porque acham que dá muito trabalho começar de novo.

Enquanto outras se separam apenas quando já estão atreladas num outro relacionamento. Há aqueles, ainda, que se separam com a agenda tomada por baladas, compromissos com amigos e todos os aplicativos de encontros instalados.

Tem ainda o outro lado, de quem não decidiu se separar, mas o parceiro decidiu. E além de ter de lidar com a rejeição e o abandono, os medos de ficar sozinho também assombram.

Tudo isso é efeito do que chamo de “ditadura do amor”.

Parece que se a pessoa não está “amando”, não está numa relação, não está saindo com ninguém, ela não está completa, tem algum problema ou é afetivamente incapaz.

Ao invés de a pessoa dar um tempo a si mesma, de esperar passar suas dores, de entrar em estado de reflexão e acolhimento de si mesma, ela se sente cobrada, impelida, quase que forçada a encontrar um parceiro – como se isso validasse sua existência.

É preciso encontrar um amor logo depois de uma separação?

Amar é bom, namorar é bom, ter uma companhia também é bom! Sim, claro que é!

Mas quando falamos nisso tudo logo após uma separação, estamos falando também na dificuldade de tantas pessoas de estarem em contato com suas feridas.

Ninguém precisa ficar recluso. É bom espairecer, se divertir um pouco, dar um tempo da solidão, da dor desses primeiros meses depois da separação.

Todavia, querer engatar um novo relacionamento nesse período sem arejar os sentimentos, é praticamente o mesmo que negar a dor. É negar o incômodo tão natural que atinge a todos aqueles que acabaram de se separar.

E quando não vivenciamos esse período de luto, essa dor permanece latente e vai surgir lá na frente, quando algum evento trouxer à tona tudo o que ficou por sentir ou por chorar.

Ainda que não haja mais amor naquele relacionamento, a perda não diz respeito apenas ao parceiro: são sonhos que estão ficando para trás, um projeto de vida, eventualmente o convívio com outras pessoas queridas da família do ex, uma rotina estabelecida e que transmitia alguma segurança.

Parar para dizer adeus a tudo o que se está perdendo é realizar o luto da separação em sua plenitude.

Como fazer para recomeçar

Cada um encontra seu caminho e é desejável que se façam boas reflexões, uma espécie de contabilidade afetiva para “zerar o caixa” do coração e, finalmente, se sentir pronto para recomeçar.

É preciso estar em paz e com o coração desocupado da relação anterior para que não se caia na armadilha das comparações, para que não queiramos dar continuidade à relação anterior, só que com outro personagem.

Ninguém chega pronto em nossa vida. Uma relação é construção, e a intimidade tem seu tempo para amadurecer.

A ansiedade por desejar recomeçar é uma grande inimiga, porque ela nubla nossa percepção. A ânsia de querer namorar e refazer a vida afetiva rapidamente pode vir coroada de muitos enganos e ilusões a respeito de quem seja o novo parceiro.

O risco de ter de enfrentar uma nova separação num curto prazo não é pequeno.

Uma boa dose de amor por si mesmo, sentir que resgatou a autoestima e que os tempos de recolhimento afetivo chegaram ao fim são os grandes sinalizadores de que o terreno está fértil para receber um novo amor.

A pausa não é obrigatória

Em alguns casos, essa maturação da separação ocorre dentro do próprio relacionamento.
Às vezes, antes da separação a pessoa já experimentou esse luto, já está certa de que não existe possibilidade de dar continuidade àquela coexistência e se sente pronta para acolher um novo amor.

Em outros casos, o relacionamento entrou num período de inércia, em que o casal está junto por estar. Vão levando a vida sem se dar conta do vazio e da solidão a dois em que estão mergulhados, até que um dos dois propõe o desligamento.

Para quem propõe, já está claro que não há mais caminho a seguir juntos.

Para o outro, que foi obrigado a sair da zona de conforto, o susto pode ser grande, mas rapidamente se dá conta de que seu coração também já estava desocupado e não será difícil encontrar a alegria de voltar uma vida afetiva mais produtiva e emocionada.

Como encontrar o amor depois da separação?

  • Com o coração leve e desejoso de compartilhar a melhor porção que existe dentro de cada um de nós!
  • Sem pressa.
  • Consciente de que merece uma vida afetiva renovada e acrescida das experiências vividas, que nos contam como não repetir os mesmos equívocos e para que a próxima relação seja tão longa e harmoniosa quanto for possível.
Celia Lima

Celia Lima

Psicoterapeuta holística com abordagem junguiana há mais de 30 anos e pós graduanda em Psicologia da Saúde e Hospitalar pela PUC-PR. Utiliza os florais, entre outras ferramentas como método de apoio ao processo terapêutico, como vivências xamânicas, buscando um pilar metafísico para uma compreensão mais ampla da vida, da saúde física e emocional.

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