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Como encontrar paz quando é difícil controlar os sentimentos?

Às vezes é difícil sentir paz com aquele turbilhão de sentimentos acontecendo, mas existem reflexões que podem ajudar

Atualizado em

Já parou pra pensar que sem encontrar PAZ o amor não encontra espaço e não consegue se manifestar em sua plenitude? Uma alma atormentada não consegue acolher o amor. Amor precisa de um ninho de PAZ para se instalar!

A PAZ mora longe do controle, da birra, da mágoa, da raiva, da ansiedade… Não é o que está fora de nós que pode nos proporcionar PAZ, mas o que fazemos com o que está dentro de nós, que rumo damos aos nossos sentimentos, aqueles difíceis de domar.

Quanto mais mergulharmos nesse solo arenoso das nossas dificuldades, quanto mais entrarmos em contato com esse lado que não queremos aceitar em nós, mais nos distanciamos de nós. Temos o péssimo hábito de jogar pra debaixo do tapete aqueles sentimentos que nos afastam da PAZ.

A inveja, a carência sem fim, os medos, as crenças sobre castigo e punição, as culpas que carregamos indevidamente, são sentimentos que perturbam fazendo com que acreditemos que, de fato, não merecemos estar em PAZ.

Mas que caminhos podemos percorrer para nos encontrarmos com esses sentimentos perturbadores e nos livrarmos dele para que haja um verdadeiro encontro com a PAZ que tanto almejamos?

Como encontrar paz interior?

Não falo de uma PAZ temporária e, ao mesmo tempo, sabemos que a PAZ perene com todas as agruras do dia a dia é quase impossível. Mas como encontrar PAZ que nos coloque num lugar de serenidade para fazermos escolhas que nos levem a uma vida mais suave?

Quanto mais admitirmos nossas dificuldades para nós mesmos, mais perto estaremos desse caminho. Vamos enumerar os sentimentos que nos afastam da PAZ para podermos exemplificar:

Controle

Ao admitir que tenho perfil de pessoa controladora e que se eu não tiver o controle das coisas eu não fico em paz, tenho que trabalhar para deixar o controle de lado.

Porque no fim das contas é impossível que o outro faça tudo o que eu quero só porque eu acho melhor.

O filho não vai se casar com a nora que eu quero, não vai educar os filhos dele do jeito que eu acho melhor, não posso controlar o que as pessoas comem, o que vestem, com quem dormem, para quem rezam. Cada vez que eu me incomodar com as outras pessoas, não estarei em PAZ.

Ansiedade

A ansiedade está também intimamente ligada ao controle. Ter a necessidade de saber o que vai acontecer amanhã ou daqui a cinco minutos ou no ano que vem, esbarra no inconformismo de não ter o controle sobre o futuro.

É a dificuldade de estar no momento presente vivendo o que a vida tem pra dar agora que me afasta da PAZ.

Raiva

A birra e a raiva estão intimamente vinculadas ao controle.

Quando não me conformo pelo fato das coisas não terem acontecido da forma como eu acho melhor, minha impotência se transforma em raiva sobra a outra pessoa.

E essa pessoa, aos meus olhos, não consegue perceber que o meu jeito é melhor que o dele.

Mágoa

O melindre é um sentimento que me coloca no centro de todas as questões.

Aqui entra a mágoa. Tudo me magoa porque penso que as pessoas fazem as coisas com o objetivo de me atingir de alguma forma. Por isso, eu não penso que elas agem porque têm outros motivos que não envolvem a minha pessoa.

Inveja

A inveja, muitas vezes, vem disfarçada de crítica ao outro. E vice-versa: quando sou crítico em excesso, a inveja pode ser o pano de fundo desse comportamento.

Desejar ter algo ou ser parecido com alguém, deveria antes ser um estímulo para que eu alcançasse algo que acho bom, legal!

Não tem nenhum problema almejar um lugar melhor, mais confortável, intelectualmente de maior destaque ou mesmo um corpo mais esbelto.

Mas se eu não me movimento no sentido de alcançar o que acho bom, é na crítica a quem é ou tem o que eu gostaria de ser ou ter que vou me consolar? É esse tipo de paz que me conforta? Diminuindo o outro eu me sinto mais forte ou mais potente?

Carência

A carência afetiva é um sentimento que esbarra na inveja. Usualmente o olhar do carente está em quem ele julga ser feliz e “completo”.

Ou porque o outro tem um amor, ou porque ainda tem os pais vivos, ou porque tem irmãos, amigos, um animal de estimação… é o que o outro tem que serve de parâmetro para avaliar a qualidade emocional da própria vida.

O eterno carente nunca está satisfeito com nada porque não consegue valorizar o que tem, mas está sempre de olho no que acredita que não tem. E claramente isso lhe rouba a paz.

Medo

Os medos regem a vida de muitas pessoas: medo de morrer, de se separar, de adoecer, de não encontrar um amor, de perder um amor, de ser assaltado, de não ser um bom filho, um bom pai ou uma boa mãe, de perder o emprego, de não entrar na faculdade… são incontáveis os medos que perseguem nosso imaginário.

Por que temos medo da vida? Como viver em paz se estamos cheios de medos? Será que não percebemos que a civilização não teria chegado onde chegou se não tivéssemos encontrado a coragem de seguir em frente apesar do inusitado?

Culpas, castigo e punição

São sentimentos e crenças que estão intimamente ligadas aos medos. Muito de nossa cultura está calcada em ameaças, especialmente as imaginárias.

Às vezes nem sabemos se vamos ou não tomar uma atitude que parece ser boa para nós porque temos cravado em nosso inconsciente que não podemos pensar em nós, senão seremos egoístas.

E se eu for egoísta por pensar em mim, me sentirei culpado e, sendo culpado, mereço uma punição: então eu me boicoto. Tenho medo de parecer egoísta, da realização profissional, de ser feliz no casamento, de ganhar meu dinheiro, de ter mais coisas que meus pais tiveram, ou de imaginar que sou mais feliz que um irmão e acabo me sentindo culpado.

Como a culpa me paralisa, não vou conseguir enxergar que posso ser generoso comigo mesmo sem que isso ofenda alguém. Não estarei sendo egoísta com o outro, mas generoso comigo!

Encontrar paz = ser quem você realmente é

Cada um desses itens são exemplos de como facilmente nos afastamos da PAZ. Todos esses sentimentos e situações, na verdade nos afastam de nós mesmos. Estar em harmonia com quem verdadeiramente somos é o que nos aproxima do estado de PAZ.

Imagine um mundo em que cada um pudesse entrar em contato com esse nicho de PAZ na maior parte do tempo! Muitas pessoas em PAZ resultam numa família pacífica, numa sociedade pacífica, num mundo mais acolhedor! Como podemos começar a trilhar esse caminho?

As ferramentas são inúmeras e podemos lançar mão de várias delas. Mas basicamente, seja através dos vários tipos de meditação, da yoga, do uso do corpo para desintoxicar a mente e das tantas terapias que estão à nossa disposição, acredito que seja a consciência de nós mesmos a responsável pelo encontro com a PAZ que já reside dentro de nós!

Ter consciência dos motivos que nos levaram à culpa, inveja, mágoas, carências, necessidade de controle e tudo o que nos rouba a paz, é o passo fundamental e necessário para compreendermos nosso estar na vida.

E só podemos transformar aquilo que a gente entende. É a história de vida de cada um que explica como chegamos onde chegamos!

  • Por que somos muitas vezes violentos?
  • Por que temos medo de tantas coisas?
  • Por que não queremos ter um relacionamento?
  • Por que acho que só vou ser feliz se eu tiver um relacionamento?
  • Por que acho que a felicidade permanente é o único caminho para minhas realizações?
  • Por que entreguei minha vida nas mãos de uma religião?
  • Ou de um companheiro?
  • Quando comecei a acreditar que eu não tenho valor?

As perguntas que devemos fazer a nós mesmos em todas as situações que nos causam desconforto é que vão nos apontar o caminho, através das nossas respostas conscientes, para a PAZ tão desejada e necessária, essa paz que desperta a serenidade e a coragem de enfrentarmos os desafios da vida simplesmente pela alegria de nos permitirmos ser quem realmente somos.

Ninguém está sozinho nessa jornada. Aliás, essa é uma jornada coletiva e de uma forma ou de outra todos podemos nos ajudar a sair do emaranhado de sentimentos que dificultam o processo de consciência. Um apoio terapêutico é sempre muito bem vindo, cada um encontrando o que o deixa mais seguro e confortável.

O amor, a alegria, o desprendimento, o desapego, a esperança… tudo começa na PAZ que podemos nos proporcionar.

Celia Lima

Celia Lima

Psicoterapeuta holística com abordagem junguiana há mais de 30 anos e pós graduanda em Psicologia da Saúde e Hospitalar pela PUC-PR. Utiliza os florais, entre outras ferramentas como método de apoio ao processo terapêutico, como vivências xamânicas, buscando um pilar metafísico para uma compreensão mais ampla da vida, da saúde física e emocional.

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