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Como resgatar a criança interior que vive em você

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Você alguma vez colocou (ou sentiu vontade de colocar) uma foto da sua infância no perfil da rede social para comemorar o 12 de outubro? É sinal que reconhece dentro de si a presença da criança interior que já foi um dia.

Quando olha para ela, talvez você sinta muito amor e se lembre com carinho do que a deixava feliz!

Pode ser que um simples cheiro de tangerina – ou qualquer outro gatilho aleatório – te leve para uma lembrança. Quem sabe uma tarde quente dos seus 7 anos, no quintal da casa onde morava.

Porém, não são só as memórias felizes que trazemos da criança interior. Os traumas que ela viveu e não soube lidar também aparecem, só que de forma oculta. Dificilmente identificamos que também se trata dela.

Se em algum momento desafiador você sentiu algo sem saber o que fazer, é sinal de que aquela criança se sentiu novamente atingida e, mais uma vez, não soube o que fazer.

Na verdade, neste momento ela está pedindo para ser vista e amparada por você, adulto, que agora pode cuidar dela.

Por que a infância é uma fase tão importante?

Até os 7 anos de idade, estamos muito suscetíveis a aprender com tudo o que nos acontece: em como lidar com o corpo físico (psicomotor), com as emoções e com o sistema cognitivo.

Estamos descobrindo o fazer, o pensar e o sentir.

Estamos elaborando nosso processo do que é ser um indivíduo e de como mover a nossa essência dentro de um corpo físico multidimensional. Porém, ainda sem nenhuma resistência aos impactos que o mundo externo nos imprime. Não temos as condições que o discernimento vai nos oferecer na idade adulta.

Então somos um livro com as páginas em branco, começando a escrever nossa história. O que fica registrado nesses primeiros capítulos são experiências. Por sua vez, estas formam referências de interpretação da realidade para o resto de nossas vidas. Exatamente por isso, feliz ou triste, a nossa criança nos acompanhará pela vida inteira.

Mas é difícil mensurar como, quando e quanto essa criança interior é atuante dentro de nós. Quando saímos da infância, perdemos e/ou deixamos para trás muitas coisas. Por vezes, inclusive, paramos de acreditar em nós mesmos, em quem a criança compreendia e acreditava que viria a ser.

Isso para podermos nos sentir aceitos e pertencentes à família e à sociedade. Também para correspondermos ao que esperam de nós como adultos funcionais ao sistema vigente. E apagamos da memória aquela criança, esquecemos dela com seus sonhos e dores.

Como resgatar a criança interior

É por isso que precisamos resgatá-la e cuidar dela, pois é a nossa essência mais sagrada que ela carrega. Não tem como sermos adultos verdadeiramente realizados sem ela. A criança interior precisa ser restaurada, reconhecida. É preciso dar a ela um lugar junto ao adulto que nos tornamos. Na verdade, o adulto bem-sucedido é aquele cuja criança amadureceu e aprendeu a lidar com os desafios.

Se ela for ignorada e ficar invisível, dará um jeito de ser vista e sem avisar. Poderá tomar o comando de situações que deveriam ser conduzidas pelo adulto.

Criança interior ferida

O conceito de “criança ferida” está ligado às experiências traumáticas ou adversas que foram vividas durante a infância. Essas adversidades podem deixar marcas emocionais e psicológicas duradouras nos adultos, afetando seu funcionamento e bem-estar emocional.

Os traumas na infância podem ser de natureza física, emocional ou sexual. Abusos físicos, sexuais, negligências, separação dos pais, bullying e perda de entes queridos podem impactar profundamente a maneira que encaramos as relações da vida adulta, em todas as esferas de experiências e também como lidamos com o trabalho e tudo que envolve a autonomia.

Estes traumas na infância podem interromper o desenvolvimento emocional e psicológico e levar a sentimentos de medo, ansiedade, depressão, raiva e culpa. As crianças, naturalmente sem recursos mais elaborados para lidar com essas questões, podem aprender a lidar com as emoções geradas por essas experiências de maneiras disfuncionais.

Muitas vezes, para enfrentar estes desafios, desenvolvem estratégias como a repressão emocional, a evitação das situações, a negação, o isolamento ou comportamentos autodestrutivos.

Quando adultas, podem apresentar dificuldades nos relacionamentos interpessoais, baixa autoestima, problemas de confiança, desafios no trabalho e no desempenho acadêmico, bem como uma maior propensão a problemas de saúde mental, transtornos de ansiedade, depressão e transtorno de estresse pós-traumático.

Como sair desses ciclos

Para sair destes ciclos, o adulto precisa compreender que agora, com mais recursos, pode tomar novas decisões. É necessário identificar em quais pontos ele se sente impotente e olhar para eles com autorresponsabilidade.

Quando a criança interior toma o comando frente a situações desafiadoras, se sente vítima, busca culpar um algoz e espera por um salvador. E quando o adulto entende essa dinâmica é que ele pode assumir com verdadeira autorresponsabilidade o direcionamento sobre o desafio que está à sua frente.

É assim que amadurecemos. É assim que podemos nos colocar no mundo de uma maneira mais genuína e com maior autorrespeito. Aprendemos a cultivar o amor-próprio e aceitar as coisas exatamente como foram. Não há mais necessidade de reparar o passado, de culpar alguém e de se sentir impotente.

Compreendemos que aqueles profundos desafios que passamos na infância foram ferramentas importantes de aprimoramento para nosso crescimento.

Podemos nos tornar mais empáticos e mais livres para fazer novas escolhas. Podemos abraçar novos desafios, pois perdemos o medo dos recomeços. Entendemos que somos eternos aprendizes. A mudança é a única constante em nossas vidas. Então podemos mudar!

O trabalho das constelações familiares sobre os triângulos dramáticos aos quais a criança ferida pertence pode trazer profundas compreensões para este processo de amadurecimento e liberação.

Desde junho de 2023, venho desenvolvendo um trabalho totalmente direcionado ao tema e coloco esta ferramenta à disposição a quem possa interessar.

Para agendar sua sessão, clique aqui.

Isabela Borges

Isabela Borges

Terapeuta especializada em terapias transpessoais constelações sistêmicas, astrologia, tarô e Reiki Integrado. Os atendimentos podem ser pontuais ou em processos terapêuticos e promovem o autoconhecimento e o desenvolvimento pessoal.

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