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BBB 24 e transtorno de imagem: o que as críticas ao corpo de Yasmin Brunet trazem de alerta

Embora seja um programa de entretenimento, as ações e palavras proferidas pelos participantes têm ecoado no emocional e na autoestima

Atualizado em

As críticas ao comportamento alimentar e ao corpo de Yasmin Brunet colocam em evidência questões fundamentais relacionadas à saúde mental e transtorno de imagem. Embora seja um programa de entretenimento, as ações e palavras proferidas pelos participantes têm ecoado no emocional e na autoestima de todos os envolvidos.

O cantor Rodriguinho se destacou por suas atitudes e comentários polêmicos em relação aos colegas de confinamento. Além de comentar e estimular a compulsão alimentar de Yasmin Brunet, as críticas direcionadas à aparência física são muito problemáticas em muitos sentidos.

Como consultora de imagem e estilo, quero fazer alguns alertas sobre como críticas constantes à imagem e à aparência podem ter um efeito devastador na autoestima, podendo levar a consequências drásticas.

Impacto da pressão estética na sociedade atual

Vivemos em um mundo onde a aparência é frequentemente valorizada, impulsionando a busca incessante pelo “corpo perfeito”. 

Os padrões de beleza impostos pela mídia, cultura e até mesmo pelas interações sociais contribuem para a insatisfação corporal, especialmente entre as mulheres, desde jovens.

Não importa o quanto a gente tente, nunca vamos conseguir nos ver belas como as representações na internet, nas revistas e programas de televisão. E essa insatisfação vai nos distanciando cada vez mais da nossa real imagem corporal.

Veja aqui o que é estilo pessoal e como identificar o seu.

Consequências da insatisfação corporal

Estudos recentes indicam que mais da metade das adolescentes estão insatisfeitas com sua própria imagem corporal, levando muitos jovens a considerar intervenções estéticas precocemente. 

O Brasil se destaca como o segundo país com mais procedimentos cirúrgicos estéticos no mundo, logo após os Estados Unidos, segundo a Sociedade Internacional de Cirurgia Plástica Estética.

Muitas mulheres, ao longo dos anos, perderam o contato com a realidade de sua própria imagem corporal. Elas podem se perceber como maiores ou menores do que realmente são, alimentando a busca incessante pelo ideal de beleza. 

Tudo isso é exacerbado pela pressão da sociedade e pelo machismo presente em nosso meio. Pois estamos sempre inadequadas:

  • magra demais
  • gorda demais
  • alta demais
  • baixa demais
  • velha demais
  • jovem demais

O caso mais recente envolvendo Yasmin Brunet, alvo de críticas em relação à sua idade e corpo por parte de Rodriguinho, Nizam e Vinicius é um reflexo das normas de beleza inflexíveis. 

https://twitter.com/canalantenados/status/1746089490953666723

Vale destacar que, aos 35 anos, Yasmin ainda é uma jovem adulta, e a sociedade precisa repensar suas definições de envelhecimento e beleza.

Conforme a nossa legislação, uma pessoa é considerada idosa (e não velha), a partir dos 60 anos. 

O que está acontecendo na casa, é reflexo da nossa sociedade, que não tolera o que está fora dos “ditos padrões de beleza”, onde a mulher é duramente criticada quando engorda ou quando envelhece ou quando assume os fios brancos. Essa mesma sociedade que acha o homem grisalho “charmoso” ou uma “barriguinha de chope sexy”.

Fortalecendo a autoestima

Como consultora de imagem e estilo, trabalho o autoconhecimento nos meus atendimentos de maneira a resgatar a autoestima das minhas clientes. 

E autoestima não é apenas se aceitar e gostar do próprio corpo. Autoestima também é o sentimento que cada um tem por si. É um exercício de autoconhecimento.

Nesse sentido, a autoestima está relacionada com a forma como nos vemos, como nos valorizamos, como nos apreciamos e como nos amamos. 

Ao cultivar o amor-próprio, fortalecemos a nossa confiança e segurança, mantendo nossa autoestima elevada.

Por isso, precisamos atentar para as nossas particularidades, e entender que nem tudo que está na moda ou aparece na TV se adequa ao nosso corpo, ao nosso estilo, ao nosso dia a dia e aos nossos objetivos.

Já pensou que aquilo que você não curte em você pode ser exatamente o diferencial para outra pessoa? 

Falo por experiência própria. Já desejei muito e durante muito tempo não ter nenhuma sarda, ter os cabelos platinados, aumentar os seios… e isso porque eu ficava me comparando, olhava e não via que as minhas sardas, meus cabelos e o tamanho dos meus seios estavam em perfeita harmonia com o todo. 

Mas hoje me olho no espelho com muito mais carinho, e em vez de ficar reparando o que eu não gosto ou não gostava, olho para o que eu gosto. E hoje gosto muito mais do que vejo.

A consultoria de imagem (entenda aqui o que é e como funciona) me ajudou muito nesse processo de autoconhecimento. Portanto, essa é a mensagem que quero transmitir para cada vez mais mulheres através do meu trabalho.

Esqueçam regras e padrões estabelecidos. Proponho explorarmos a nossa real beleza, nossos pontos fortes!

Danielle Olivieri

Danielle Olivieri

Consultora de imagem e estilo, especialista em comunicação visual através do vestir.

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