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Maiores erros ao descobrir a intolerância à lactose

Confira um guia prático para te ajudar no processo de adaptação à nova rotina de alimentação

Atualizado em

Descobrir a intolerância à lactose pode ser desafiador principalmente para pessoas que nunca tiveram contato com o tema ou que não dedicavam atenção à alimentação. Sentimentos como tristeza, raiva e passar por uma fase de negação são comuns de acontecer, o que dificulta o processo de adaptação e pode levar a um percurso de erros e acertos.

Uma parte dos intolerantes à lactose se adaptam bem ao uso da enzima lactase ou a produtos zero lactose, que são feitos com leite de vaca e tem o acréscimo da enzima lactase durante o processo de fabricação. Nesse caso não há grandes impactos na rotina, já que os produtos tradicionais à base de leite são substituídos por produtos zero lactose.

Porém, outra parte não tem boa aceitação ou optam por retirar a lactose da alimentação. Para esse segundo grupo, o processo de adaptação requer maior dedicação.

Há impacto não só na alimentação, mas também na vida social e familiar. Almoçar, jantar fora ou viajar, requer cuidados e planejamento para que não ocorra nenhuma situação inesperada, como passar mal ou ficar sem opções para se alimentar.

Guia prático para não mais errar ao descobrir a intolerância à lactose

Para ajudar no processo de adaptação, listei quatro erros mais comuns que podem ser evitados desde o início da descoberta:

1- Focar na restrição ao invés de se abrir para a expansão

Ações recorrentes ao descobrir a intolerância à lactose são: limitar ou retirar certos alimentos e preparações que faziam parte da rotina, ter a impressão de que não há variedade ou de que as opções disponíveis não são tão saborosas quanto as anteriores e se prender a produtos com custo muito elevado gerando uma sensação de restrição. Porém, se mudarmos o foco podemos sentir esse processo como uma expansão de opções, sabores e descobertas.

A alimentação de grande parte das pessoas tem geralmente baixa variedade, verifique no seu grupo de conhecidos e familiares quantas pessoas consomem somente pão, manteiga e café com leite no café da manhã, por exemplo.

A inclusão de diferentes tipos de leites vegetais, pastas e patês nutritivos para passar no pão, panquecas e mingaus preparados com diferentes tipos de ingredientes, nos mostram como é possível expandir as opções, o paladar e principalmente o consumo de diferentes nutrientes. Tudo isso levando em conta ingredientes naturais, encontrados na feira e a preço acessível.

É se dar a oportunidade de “desembalar menos e descascar mais”, e ativar locais que estavam adormecidos, como a percepção do paladar, o autocuidado e até mesmo a habilidade e a criatividade em preparar receitas.

Reflita se a maior dificuldade é realmente a mudança na alimentação e encontrar produtos ou se na verdade, é a falta de aceitação e o fato de não querer em algum nível ter mais trabalho. Passar pela fase de adaptação vai dispender mais dedicação em um primeiro momento, porém somos seres adaptáveis e após esse período tudo flui melhor.

2 – Achar que apenas consumir produtos sem lactose já é garantia de uma alimentação adequada.

Encontrar produtos sem lactose que podem ser consumidos sem preocupação causam certa empolgação e impulso na hora da compra, porém produto sem lactose não é sinônimo de produto saudável. Por isso, é preciso manter o cuidado e ter critério.

Leia o rótulo, compare produtos e tenha a consciência de que apesar da ausência da lactose os produtos continuam sendo industrializados e processados, podendo conter corantes, conservantes e outros ingredientes não favoráveis a saúde, como o excesso de açúcar, por exemplo. Produtos industrializados e sem lactose podem confundir.

É preciso observar a alimentação como um todo, aprender quais são as substituições saudáveis e que garantem o aporte de nutrientes necessários, o que torna o acompanhamento nutricional um passo fundamental no processo de adaptação.

3 – Ter a expectativa de que as pessoas saibam como é sua condição

É comum vivenciar alguns tipos de situações com amigos, em restaurantes ou até mesmo entre familiares, que não entendem o porquê de não consumir certos tipos de preparações. Neste caso, estou falando com você que não faz uso de enzima lactose por algum motivo e precisa retirar a lactose da alimentação.

Lembre-se do seu conhecimento sobre o assunto antes da descoberta da intolerância, provavelmente você não tinha acesso a tantos detalhes como tem hoje. A maioria das pessoas não sabem do que se trata, principalmente se não vivenciaram ou se não tiveram contato com pessoas que passam pela mesma situação.

Por isso, é importante olhar para a expectativa de querer ser entendido e acolhido pelos outros, para que não ocorra uma projeção de sentimentos o que pode ocasionar em frustrações. Se aproprie da sua auto responsabilidade, esteja aberto a explicar sobre o assunto quando necessário sem criar expectativas que o outro realmente entenda.

4 – Subestimar a influência do estado emocional na saúde

Estados de ansiedade e estresse impactam em todas as áreas da vida, principalmente a saúde. O corpo fala o tempo todo, e os sintomas fazem parte de um mecanismo amoroso que tenta nos alertar que algo não vai bem internamente. As emoções mesmo que guardadas a sete chaves vão continuar pulsando no nosso interior, fazendo com que o corpo grite por ajuda.

Quando fechamos as comportas e não damos vazão a esses sentimentos de forma saudável, cortamos a fluidez do nosso bem-estar e, sim, vai impactar na saúde! Portanto, um sintoma nunca é um inimigo, mas sim uma sinalização que quando percebida e entendida nos leva em direção a vida.

Se você não encontra motivação e disposição para colocar em prática os cuidados com a sua saúde, se mantém em um estado de resistência ou negação focando apenas nos aspectos negativos e nas dificuldades, sem conseguir enxergar as possibilidades, olhe para isso com carinho.

Procure observar o que está por trás e o que realmente te causa desconforto. Utilize tudo isso como um caminho para o autoconhecimento e para o reconhecimento das suas próprias emoções, gerando mais equilíbrio e fortalecimento para encarar os desafios com leveza e se abrindo para novos aprendizados.

Um acompanhamento terapêutico poderá conduzi-lo de forma mais assertiva, contribuindo para o seu bem-estar por completo.

Monalihsa Cávallaro

Monalihsa Cávallaro

Psicanalista, Psicoembrióloga e Nutricionista que escolheu atuar na nutrição do corpo físico, mental e emocional. Atua na assistência a pessoas de todas as idades, desde o ventre até a fase adulta, usando como base a Psicanálise, a Psicoembriologia e o olhar integrativo das terapias energéticas.

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