Dificuldade de orgasmo pode ser causada por sexo rápido e agressivo
Saiba se o tipo de sexo que você pratica é agressivo e rápido e saiba porque você pode estar sentindo dificuldade de orgasmo
Por Roberta Struzani
A dificuldade de orgasmo é um dos problemas sexuais mais comuns entre as mulheres. Após mais de dez anos de prática clínica, posso afirmar que a principal causa da anorgasmia é excesso de sexo rápido, e muitas vezes, agressivo.
Eu não estou falando de quando a mulher sofre uma agressão. Isso é crime. Eu vou explicar melhor o que é sexo rápido e agressivo.
Independentemente da identificação do par, muitas mulheres acabam adotando esse padrão influenciadas por conteúdos consumidos ou experiências com outras pessoas que também adotam esse tipo de sexo e acabam tendo dificuldade de orgasmo.
O que é o sexo agressivo?
O sexo agressivo se refere a uma relação sexual mais rápida e bruta, com pouca ou nenhuma preliminar. Nesse ato, geralmente se busca apenas saciar necessidades físicas.
No entanto, o corpo de uma mulher leva três vezes mais tempo para se preparar para o ato sexual.
Isso acontece, porque um corpo com clitóris e vagina precisa de aumentar muito mais o trabalho cardíaco para levar maior quantidade de sangue para a região íntima, o que leva de 20 a 40 minutos.
Ou seja, enquanto uma pessoa com pênis pode estar no auge do prazer, quem tem clitóris e vagina ainda pode nem ter começado a esquentar o corpo. Vem saber mais sobre o clitóris e prazer aqui.
Prejuízos do sexo agressivo
- Redução da sensibilidade e do prazer: o sexo agressivo e rápido pode “calejar” as terminações nervosas da mulher, reduzindo a sensibilidade na região íntima. Quando isso acontece, ela precisa atritar o clitóris durante a relação para ter orgasmo. E mesmo quando tem um, é extremamente físico e local — e não por inteiro.
- Baixa libido: ao ter relações sexuais sem prazer, o corpo da mulher vai se recusando a fazer sexo e criando bloqueios em relação à prática, seja negligenciando-o sexo ou simplesmente fazendo-o automaticamente.
- Problemas físicos: com o tempo, o sexo agressivo gera rigidez e fraqueza da musculatura vaginal, prejudicando ainda mais o prazer e o sexo. É por isso que o desejo sexual e o ato em si são partes necessárias da qualidade de vida e da saúde do corpo. Pompoarismo pode ajudar!
- Desgaste emocional e da relação: esse tipo de sexo dificilmente satisfaz uma mulher, resultando em um desgaste emocional e desequilíbrio na relação.
Vale reforçar, em primeiro lugar, que não existe culpa. Dificilmente alguém nos ensina a fazer sexo ou diferenciar as necessidades sexuais de cada pessoa.
Em segundo, é preciso deixar claro que a prática sexual não se refere apenas a uma relação sexual com outra pessoa, mas também envolve a masturbação e de como a mulher pode se conhecer melhor por meio disso. Entenda mais sobre masturbação feminina aqui.
Para vencer a dificuldade de orgasmo
Muitas mulheres dizem que estão satisfeitas com sua vida sexual, pois nunca conheceram um sexo prazeroso. Isso envolve muito estímulo emocional, como beijos, carícias e preliminares para despertar o desejo sexual.
É preciso se entregar gradualmente ao clima sexual, ouvindo os desejos do corpo e experimentando o prazer de corpo inteiro.
Ou seja, deixar a respiração ficar ofegante e sentir os sinais da vagina que “pede” pela penetração, pelo vibrador, pelos dedos ou o que quer que esteja envolvido na prática sexual.
Somente neste momento a mulher está pronta e poderá usufruir de um prazer de corpo inteiro, e não só local e genital como muitas se acostumaram.
A excitação sexual intensa desencadeia a liberação de hormônios que impactam diretamente nas emoções, proporcionando uma sensação de catarse e plenitude.
Quando o sexo supre as nossas necessidades, as duas pessoas se nutrem com a energia sexual. Desse modo, fortalece o elo do relacionamento.
Mesmo que seja uma relação casual, ambos fortalecem mutualmente, ao emanarem o respeito pela entrega dos dois corpos e garantem o prazer de cada envolvido.
Especialista em Sexualidade e Ginecologia Natural. Pioneira no estudo de Ginástica Íntima e Reconsagração do Ventre no Brasil, contribuiu para a formação de diversas terapeutas e desenvolveu um trabalho personalizado que traz benefícios para a saúde da mulher, do físico ao emocional.
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