É mais caro ser solteiro?
Entenda se pessoas desacompanhadas realmente gastam mais dinheiro
Muita gente que está sem par reclama que a solteirice encarece a vida, já que o solteiro acaba gastando mais com lazer, comida delivery e até motel. E é justamente neste ponto que nasce a pergunta: é realmente mais caro ser solteiro?
Naturalmente ninguém está querendo que você, leitor, balize sua decisão de ser solteiro ou casado com fundamento na questão econômica. Na minha opinião, casamento e união não têm absolutamente nenhum perfil de investimento financeiro e, consequentemente, as regras econômicas não se aplicam de forma direta ao assunto.
Mas deixando de lado o aspecto social e indo para o aspecto econômico da vida em conjunto, podemos fazer algumas reflexões. Para facilitar nossa análise, vou sugerir que nosso olhar sobre o tema venha de dois ângulos diferentes.
O comprometido
Sob este ângulo, existem algumas considerações que podem ser feitas de forma inquestionável. Há um grupo de itens que consomem recursos financeiros, e que fica bem mais barato quando duas pessoas se unem e os dividem, como por exemplo:
- – Moradia
- – Alimentação
- – Empregada doméstica
- – Tarifas como energia elétrica, água, condomínio, IPTU
Quando pensamos neste ângulo prático, a vida de solteiro pode ser realmente mais cara. Mas este ângulo também permite outra visão. O casamento pode levar a despesas que não existiam antes, como por exemplo o custo de criação de um filho, que não é nada baixo, mesmo quando dividido.
O solteiro
Já no caso do solteiro, ele pode ter um desembolso maior ao assumir sozinho as despesas com moradia, alimentação, etc. Por outro lado, pode não ter despesas com a criação de filhos – pelo menos na teoria, é claro.
Por outro lado, o solteiro costuma comer mais fora de casa, ir a baladas e programas sociais, viajar e, enfim, gastar mais com outros itens que ele não gastaria se deixasse de lado a solteirice.
Mas então, o que fazer?
Bom, se você não sabe se casa ou compra uma bicicleta, lamento informar que não é a questão do que é economicamente mais viável que vai responder ao seu dilema existencial. Quer saber a verdade? Tudo é uma questão de disciplina financeira e não de relacionamento a dois.
O solteiro, que vive com suas finanças desreguladas, que avança no cheque especial, que parcela o saldo do cartão de crédito e que gasta mais do que ganha não vai resolver seu problema unindo-se a alguém. Pois mesmo que esta união represente mais recursos financeiros disponíveis para a pessoa, seu perfil indica que ela continuará gastando mais. Em outras palavras, se ela se casar e diminuir alguns itens de despesas, por dividi-los com alguém, pode até ter um alívio nos primeiros meses, mas em pouco tempo vai elevar seu nível de gastos e a pessoa voltará a se endividar.
O solteiro que consegue conjugar rendimentos e gastos e que tem, portanto, uma realidade financeira estável, ao se casar continuará com este procedimento e manterá suas finanças equilibradas. Mesmo que assuma novas despesas no futuro, com filhos, por exemplo.
Não é missão do casamento equilibrar suas finanças. Essa missão é sua. Então, aí vai minha dica: aprenda a lidar com suas finanças, sendo você solteiro ou casado, e tire o assunto “finanças” do seu ambiente de relacionamento afetivo. Acredite, seu estado civil ficará bem mais agradável.
Vicente Sevilha Jr é bacharel em ciências contábeis e autor do livro "Assim Nasce Uma Empresa", voltado para empreendedores que desejam abrir um negócio próprio.
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