Existe ponto G? Aproveite para descobrir o seu
Zona de prazer da mulher é localizada no interior do clitóris
Por Roberta Struzani
Você certamente já ouviu falar em ponto G, mas sabe o que isso realmente significa? Esse pode ser considerado o ponto forte do amor, pois, após encontrá-lo, a mulher tem mais possibilidade de sentir prazer e facilmente alcançar o orgasmo.
Mas vale reforçar que o prazer deve ser sentido pelo casal durante o ato sexual. Afinal, o sexo, quando vivenciado de forma saudável e estimulante para ambos, pode ser o termômetro da relação e até favorecer a boa relação amorosa em todos os aspectos, trazendo alegrias inclusive para outros setores da vida, como social e profissional.
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Existe ponto G?
Sim, existe ponto G. Mas o ponto G não é uma estrutura à parte da vagina da mulher, mas, sim, a porção interna do próprio clitóris. Por isso, esta zona erógena pode ser tão polêmica e contar com diversas opiniões diferentes do ponto de vista médico sobre sua existência.
Além disso, o fato de não possuir um nome científico, o ponto G dificulta a aceitação de muitos médicos, pois não se trata de um ponto, mas de todo um sistema que envolve estruturas, órgãos, nervos, músculos, vascularização, comportamentos e resposta à excitação sexual.
Embora isso seja complexo do ponto de vista científico, na prática, é muito mais simples do que parece.
Um estudo realizado pela educadora e pesquisadora sexual, Dra. Beverly Whipple, e publicado na Revista Científica Scandinavian Journal of Sexology, sugere que o ponto G realmente existe e pode ser o segredo para que a mulher chegue ao orgasmo.
Este estudo foi realizado com mais de 800 mulheres com alto potencial de chegar ao clímax. O casal era deixado sozinho, em uma cabine semelhante ao aconchego de um quarto, e era orientado a iniciar uma relação sexual.
A mulher simplesmente se entregava ao momento, enquanto o homem ficava com um ponto acústico para receber orientações dos especialistas sobre a penetração de seu dedo no canal vaginal. Com isso, era possível medir com precisão o local de maior prazer em todas as mulheres que se submeteram a pesquisa, constatando que o ponto G existe, de fato.
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Como ter prazer com o ponto G
No entanto, justamente pelo ponto G se tratar do próprio clitóris, cada mulher terá uma resposta e sensações diferentes a ele. Quem já sente prazer ao toque clitoriano, por exemplo, tem mais tendências a ter um orgasmo por meio desse local.
Mas não basta estimular esse ponto, o grande segredo para as mulheres que ainda não o encontraram está no envolvimento que ocorre na procura pela zona erógena.
O corpo precisa sofrer todas as alterações da excitação para que o ponto G fique mais fácil de ser localizado. A mulher deve estar envolvida, relaxada e entregue à relação, para que as paredes do canal vaginal inchem, diminuindo o calibre da região, e o pênis ou os dedos do parceiro possam alcançar o ponto G.
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A relação entre o ponto G e o pênis
O clitóris da mulher corresponde ao pênis do homem. Quando o embrião está se desenvolvendo no ventre materno, ele sempre possui um clitóris, independente de qual será o sexo da criança.
Se os gametas forem femininos, então o clitóris permanece e se desenvolve melhor, mas se forem masculinos o clitóris se desenvolve e transforma-se em um pênis. Portanto, a mulher tem o mesmo prazer no clitóris que o homem tem na cabeça do pênis.
E se o pênis fica erétil, o clitóris também fica e isso possibilita maior sensibilidade ao toque.
Isso significa que quanto mais o desejo da mulher for favorecido na relação sexual, deixando-a excitada, mais fácil será encontrar o ponto G, pois ele ficará mais vascularizado, inchado e proeminente.
Descobrir o seu ponto G
Vale dizer que dificilmente a própria mulher consegue encontrar o seu ponto G, já que ele fica localizado na parede frontal da vagina, perpendicular ao próprio clitóris.
Para a pessoa parceira encontrar o ponto G da mulher, é preciso que ela esteja deitada de costas e o outro introduza o dedo indicador ou médio no canal vaginal com a palma da mão voltada para cima.
Depois vale fazer um movimento sutil e lento com as pontas dos dedos, até que a mulher sinalize que o ponto G foi tocado. Após isso, ela pode guiar a pessoa parceira para tocá-la mais leve ou mais forte.
É indicado que os casais se aprofundem em conhecer os pontos de prazer da mulher, mudando as posições no ato sexual, como, por exemplo, deixando-a deitada de barriga para cima e elevando suas pernas, assim como outras posições para facilitar ainda mais o acesso a esse ponto.
Dessa forma, ela terá mais chances de ter múltiplos orgasmos, sem esquecer que para isso a mulher precisa estar bem psicologicamente com a sua sexualidade.
Benefícios do orgasmo
- O orgasmo aumenta a frequência cardíaca e respiratória, além do fluxo de sangue por todo o corpo.
- Os poros se dilatam e levam a uma maior sudorese, assim como a pupila dos olhos, que capta mais luz.
- Mais de 30 partes do cérebro são ativadas ao mesmo tempo, e uma pequena região no centro do cérebro, quase na altura média entre as orelhas, chamada de hipotálamo, é ativada, liberando ocitocina na corrente sanguínea.
- Essa é a mesma substância liberada pela mulher no trabalho de parto, que no orgasmo leva às contrações, como espasmos na vagina.
- O curioso é que as contrações vaginais de uma mulher com musculatura mais forte e saudável, quando atinge o clímax, podem apertar a glande do homem, que o levará a ter orgasmo junto com ela.
Para as mulheres com anorgasmia, ou seja, com dificuldade de atingir o orgasmo, estimular o ponto G pode ser uma ótima possibilidade de experimentar o prazer.
Apesar de essa zona erógena estar localizada na região interna do clitóris, a sensação orgástica desse ponto é bem diferente da clitoriana e cada mulher também experimenta orgasmos diferentes uma das outras.
Não esqueça que o segredo para encontrar o ponto G é estar envolvido com a relação sexual e a busca por essa zona pode ser encarada como uma brincadeira que aprimorará a vida do casal.
Especialista em Sexualidade e Ginecologia Natural. Pioneira no estudo de Ginástica Íntima e Reconsagração do Ventre no Brasil, contribuiu para a formação de diversas terapeutas e desenvolveu um trabalho personalizado que traz benefícios para a saúde da mulher, do físico ao emocional.
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