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BDSM, Swing e outros fetiches: o que são e como experimentar

Descubra como explorar fetiches com segurança e respeito, desmistificando tabus e promovendo autoconhecimento e prazer

Atualizado em

O que desperta seu desejo? Para algumas pessoas, são carícias suaves e intimidade clássica. Para outras, são os fetiches que acendem a chama da curiosidade e do prazer. 

Sem tabus, preconceitos ou limitações, é essencial entender os desejos como uma porta para a conexão consigo mesmo(a) e com o outro.

Neste artigo, vamos explorar os fetiches mais comuns, como BDSM, swing, e muito mais, desmistificando práticas, apresentando dicas e mostrando como vivenciar essas experiências com segurança, consentimento e respeito. 

Pronta para embarcar nessa jornada?

Leia também:

Os fetiches mais comuns

1. BDSM: Bondage, Dominação, Sadismo e Masoquismo

Bondage, Dominação, Sadismo e Masoquismo (BDSM) envolve práticas que incluem restrição, dominação, submissão e o uso consensual de dor como forma de prazer.

Cá entre nós, você curte um tapinha na bunda, ou na cara de leve? Claro, é preciso saber dar, senão fica esquisito. Se gosta de tapinhas bem dados, ser enforcada ou puxões no cabelo, talvez o BDSM possa ser um recurso para aprimorar as brincadeiras.

  • Começando com suavidade: Para quem tem curiosidade, é possível explorar o BDSM de maneira leve, utilizando itens simples como algemas, vendas ou plumas, encontrados em lojas de sex shop.
  • A importância da conversa: Uma relação baseada no BDSM exige diálogo e consentimento. Antes de iniciar, é essencial estabelecer limites, palavras de segurança e expectativas. Conversas abertas sobre gostos e limites são fundamentais, e, como especialista, observo que muitas vezes isso falta em relações convencionais.
  • Desconstruindo mitos: Antes de começar, é importante quebrar os conceitos que você pode ter visto em sites adultos. A prática real é bem diferente do que se simula em filmes, que muitas vezes são machistas, objetificam corpos femininos e ignoram o prazer da mulher. No BDSM, tudo é sobre respeito e cuidado mútuo.

Para quem quer experimentar, há uma infinidade de apetrechos disponíveis, como algemas, chicotes, plumas, vendas para os olhos, separadores de braços e pernas, ou até vibradores com controle remoto. 

Além disso, existem festas e eventos como Dominatrix e Libertina, onde é possível explorar esse universo de maneira segura. Após as práticas, o “aftercare” é essencial: momentos de cuidado e carinho que fortalecem a conexão entre os parceiros.

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2. Cuckold 

O fetiche de observar a parceira ou parceiro tendo relações sexuais com outra pessoa é conhecido como cuckold

Esta prática precisa ser consentida e muito bem conversada, pois nem sempre uma fantasia precisa ser trazida para a realidade.

Algumas vezes, é satisfatório e prazeroso imaginar a cena a dois na cama no auge do prazer, mas não necessariamente se tem o psicológico para lidar com isso acontecendo na prática.

  • Consentimento é essencial: Todos os participantes precisam estar alinhados com os fundamentos básicos do BDSM: conversa, consentimento, inclusão, respeito e até o aftercare após a relação. Muitas vezes, pode ser prazeroso na hora, mas é importante refletir sobre como fica a relação após o prazer ter acabado.
  • Cuidados emocionais: Terapia de casal pode ser uma ferramenta útil para quem deseja colocar as fantasias em prática. 

Se houver conversa, respeito mútuo, desejo de sobra e uma pitada de aventura, essa experiência pode dar um grande impulso na relação e até mesmo na autoestima. 

Afinal, libertar-se para sentir prazer com algo que normalmente gera medo entre os casais pode ser transformador.

3. Swing 

O swing é uma prática de troca de parceiros ou sexo em grupo, geralmente envolvendo casais. Essa experiência pode ser uma forma de explorar novos horizontes na relação, trazendo novidades e estímulos que podem fortalecer o vínculo do casal.

  • Planejamento e diálogo: Antes de experimentar o swing, é importante conversar abertamente com o(a) parceiro(a) sobre as expectativas, limites e possíveis inseguranças. Mas estabelecer regras claras e garantir que ambos estejam confortáveis é essencial.
  • Explorando o ambiente: Existem clubes específicos para praticantes de swing, onde o ambiente é seguro, respeitoso e voltado para pessoas com os mesmos interesses. Além disso, participar desses espaços pode ser uma forma de conhecer mais sobre a prática sem pressão.
  • Respeito mútuo: Durante a experiência, é fundamental respeitar o parceiro e os outros participantes. Todos devem se sentir valorizados e incluídos na dinâmica, e assim evitando desconfortos ou situações indesejadas.
  • Após a experiência: Após o swing, é interessante que o casal reserve um momento para conversar sobre como se sentiram, o que gostaram e o que poderiam ajustar. Esse feedback fortalece a confiança e ajuda a alinhar futuras práticas.
  • Exploração em conjunto: Como em outras práticas, o diálogo e o consentimento são indispensáveis. Além disso, a experiência pode trazer um novo fôlego para a relação.

4. Gouinage

O gouinage prioriza a exploração dos sentidos e de todas as zonas erógenas do corpo, sem a necessidade de penetração. 

Trata-se de uma prática que pode ser ideal para mulheres com pouca libido, que se sentem pressionadas pelas cobranças de seus parceiros ou estão em reabilitação de condições como vaginismo — uma contração involuntária da vagina que dificulta ou impossibilita a penetração.

Quanto mais se resiste à penetração, mais aumenta a excitação, tornando o gouinage uma ótima ferramenta para devolver a libido e aumentar o controle e a cumplicidade entre parceiros.

Além disso, o gouinage promove a descoberta de novas áreas de prazer no corpo, que podem gerar orgasmos sem penetração ou mesmo sem estímulo clitoriano. 

Algumas mulheres relatam alcançar o clímax com estímulos em áreas como axilas, pescoço, dedos, virilha ou até mesmo entre os dedos dos pés. O corpo todo é erógeno e, por isso, é possível experimentar novos sabores, texturas e toques que enriquecem a troca íntima.

  • Benefícios terapêuticos: Essa prática é recomendada para mulheres com baixa libido ou que estão em reabilitação de condições como vaginismo.
  • Descoberta de novas zonas erógenas: O corpo é repleto de áreas sensíveis que podem proporcionar prazer, como axilas, pescoço, dedos e outras regiões menos exploradas.
  • Conexão emocional: Essa prática convida parceiros — de qualquer orientação — a explorarem o corpo e as emoções de forma livre, intensa e respeitosa.

Como sempre digo, o gouinage é sobre “menos corpo e mais alma”.

Fetiches: ferramenta de cura e autodescoberta

Durante minha prática clínica, percebi que algumas mulheres ressignificam memórias traumáticas através de certos fetiches. 

Isso não é uma regra, mas mostra como a sexualidade pode ser uma ferramenta poderosa para entender e transformar aspectos profundos da nossa psiquê.

Como sempre digo, a sexualidade é um baú de revelações sobre nós mesmas. Com respeito, cuidado e curiosidade, ela se torna um caminho seguro e libertador para a autodescoberta e o prazer.

Roberta Struzani

Roberta Struzani

Especialista em Sexualidade e Ginecologia Natural. Pioneira no estudo de Ginástica Íntima e Reconsagração do Ventre no Brasil, contribuiu para a formação de diversas terapeutas e desenvolveu um trabalho personalizado que traz benefícios para a saúde da mulher, do físico ao emocional.

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