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Hoje é dia de fazer um idoso feliz

Comemore o Dia do Idoso por meio de gestos de afeto com os mais velhos

Atualizado em

Nessa segunda-feira (01/10) é comemorado o Dia do Idoso. Mas vocês já notaram como atualmente existe um número muito maior de idosos? Pesquisas mostram que houve um considerável aumento na população de idosos em diversos países. De acordo com projeções da Organização Mundial de Saúde (OMS), até 2025 a quantidade de idosos somente no Brasil crescerá 16 vezes, o que nos dará a colocação de sexto país com maior população idosa. Isso contribuiu no interesse em se entender o processo biológico do envelhecimento e em como aumentar a longevidade.

Em 1930, 40% das mortes eram causadas por doenças infecciosas e somente 12% da população morria em decorrência de doenças degenerativas. Hoje esse quadro mudou totalmente e as principais causas de morte passaram a ser doenças degenerativas.

Vendo por outro ângulo

Enquanto a ciência está focada na preservação biológica do idoso, precisamos olhar por outro ângulo para o ser humano que envelhece. Isto é, olhar para o idoso tentando também compreendê-lo em suas necessidades físicas, emocionais e espirituais.

O que nos chama a atenção é que o envelhecimento vem acompanhado de muitas perdas fisiológicas, que invariavelmente são acompanhadas de outras perdas bastante significativas, como a perda da autonomia, da liberdade, dos amigos, de parentes, do trabalho, do contato diário com os filhos, que ao se tornarem independentes vão viver suas próprias vidas. Estas perdas contribuem, ainda mais, para o desgaste emocional.

Reflexões sobre o idoso

Ao observarmos um rosto idoso, esculpido de rugas, podemos nos perguntar: O que essas rugas significam? Será que elas podem desvendar as emoções que ele sentiu em seu passado, ou talvez nos mostrar a rigidez de seu caráter? Quais histórias elas têm para nos contar?

A diminuição da capacidade física do idoso e seus ombros curvados para frente também podem nos levar a algumas reflexões e revelar um pouco de seu passado. Que peso é esse que ele está carregando em seu envelhecido corpo? Excesso de responsabilidades? Lembranças ou sentimentos muito pesados? Uma bagagem muito grande?

E agora? Como esse idoso está reagindo diante de suas próprias dificuldades e como está enfrentando essa nova situação. Ele aceita suas limitações? Admite que precisa de ajuda? Considera-se um estorvo? Procura outras formas para realizar sozinho suas tarefas ou se acomoda e prefere ser dependente? Sente-se desorientado, inseguro? Indiferente? Acha tudo muito monótono? Apresenta perda do interesse em coisas que antes eram muito importantes?

Combatendo o envelhecimento

A observação destes e outros aspectos podem nos auxiliar muito na compreensão das características individuais dos idosos e nos direcionar a formas mais adequadas para o tratamento, a convivência tranquila e o bem-estar do idoso em questão.

A capacidade de adaptação a todas as mudanças que ocorrem no processo de envelhecimento deve ser a principal meta a ser atingida para que o idoso possa ser feliz em sua velhice.

De maneira geral existem alguns fatores negativos que aceleram o envelhecimento, como a depressão, a solidão, a incapacidade de expressar emoções, a facilidade para irritação ou raiva, a falta de rotina diária, de trabalho, e a preocupação excessiva com as finanças, a família ou a saúde.

O idoso é muito mais feliz quando se sente capaz de controlar a própria vida, tem uma rotina diária regular, sente-se útil realizando um trabalho adequado ou pequenas tarefas diárias, relaciona-se bem com amigos e familiares, consegue rir com facilidade e tem uma visão otimista quanto ao futuro.

Preservando o idoso feliz

Tanto familiares quanto terapeutas e demais cuidadores de idosos devem priorizar o estado emocional de seus assistidos, para que as possíveis frustrações, tristezas e outros sentimentos negativos que venham a surgir naquelas “cabeças branquinhas” não se transformem em dores físicas ou doenças degenerativas.Aliviando as dores da alma aliviarão também as dores físicas.

Muitas vezes o que leva o idoso a procurar o sistema de saúde não é a queixa de alguma doença instalada, mas sim a vontade de ser ouvido, e cuidado, de ter atenção. O idoso necessita de muita atenção da família e da sociedade em geral. A solidão é o maior mal da velhice. Quando o idoso recebe afeto, sente que é querido e que as pessoas à sua volta se preocupam, assim sua saúde física também é beneficiada. Ele precisa ter motivação para viver bem e feliz.

Quando o idoso recebe afeto, sente que é querido e que as pessoas à sua volta se preocupam, assim sua saúde física também é beneficiada. Ele precisa ter motivação para viver bem e feliz.

O idoso deve também encontrar um significado para sua vida e segundo Jung, a experiência mais poderosa que se pode ter é a religiosa, pois ela nos leva a nossa essência e as nossas ligações. O medo da morte pode gerar um estresse que faz acelerar o processo de envelhecimento.

A experiência religiosa dá um caminho ao idoso, que não se sente desamparado e sem ter para onde ir. Passa então a entender a morte como um processo de transformação. Na religião está a origem da sabedoria.

Encontrando a criança que existe no idoso

Levar o idoso a encontrar a alegria de viver própria da infância, sem tantas responsabilidades peculiares à vida adulta, pode ser um caminho onde tudo parece mais leve, bonito e divertido. As recordações fazem reviver cenas e emoções não prejudicadas pelas limitações físicas atuais.

Faça o idoso rir, converse com ele sobre aspectos de seu passado que o façam achar graça em contar suas experiências, leve-o a recordações de momentos felizes nas coisas simples, improvise brincadeiras que ele possa participar, conte a ele algumas anedotas ou mesmo as experiências engraçadas ou interessantes que você vivenciou.

Atividades físicas e sociais também são importantes no processo de envelhecimento, o prazer de caminhar, dançar ou namorar faz com que o idoso mantenha viva sua consciência corporal, reduza o estresse e melhore sua qualidade de vida.

O corpo físico do idoso apresenta muitas limitações, porém sua mente é capaz de pensar, imaginar e gerar intensas emoções. Contemplar uma flor, uma nuvem ou um pássaro sem se preocupar com o tempo, ou quaisquer outras questões pode proporcionar a sensação de pertencer ao todo, ao universo, à natureza.

Interpretar a vida como se estivesse vivendo em um mundo maravilhoso capaz de se transformar a qualquer momento, como num passe de mágica, numa passagem para um futuro, no qual haja uma vida eterna onde prevaleça o amor em sua plenitude, pode trazer muita esperança e motivação.

É injusto e desumano nos preocuparmos apenas em prolongar uma vida triste e solitária do idoso, sem contribuir para que ele aceite e aprenda a lidar com suas limitações, e consiga perceber a beleza de envelhecer através do olhar da alma para ter uma vida melhor e mais feliz.

Suely Bello

Suely Bello

Graduada em Naturologia, Educação Física e Pedagogia, com especialização em Psicossomática, atende em São Paulo utilizando as Terapias Naturais para auxiliar no processo de autoconhecimento e de promoção, manutenção e recuperação da saúde.

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