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“La La Land” reflete temáticas astrológicas de 2017

Filme representa impactos que Júpiter em Libra terá na vida amorosa

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“La La Land, cantando estações”, filme de Damien Chazelle, que estreou no Brasil em janeiro de 2017, espelha dois trânsitos deste ano: o de Júpiter por Libra (de setembro/2016 a outubro/ 2017) e o de Saturno em Sagitário (2016/2017), que, respectivamente, estão mexendo com temas como amor e relacionamentos e a persistência necessária para não esmorecer e buscar realizar sonhos e esperanças. Saiba, assim, como o musical fala de questões pelas quais todos nós estaremos passando em 2017!

Júpiter em Libra: relacionamentos e inspiração para o belo

No final de 2016, Júpiter ingressou no signo da beleza, romantismo e relacionamentos, no qual permanecerá durante um ano. Esta passagem desperta o interesse por temas librianos, dentre eles, as relações – tanto as estimula para iniciá-las (conforme explicado aqui), como para revisá-las ou terminá-las quando estão insatisfatórias (saiba mais aqui).

O amor é um dos temas da película centrada em um casal composto de um músico e de uma aspirante à atriz, interpretados por Ryan Gosling e Emma Stone, ótimos atores que têm química na tela. Mas não só o amor. É também o glamour, a beleza, a arte, assuntos librianos por excelência. O filme é lindo e reverencia também as criações cinematográficas, até por ter sido ambientado em Los Angeles, a meca do cinema. É um musical, mas as músicas se inserem em momentos específicos da história. “La la Land” se passa nos tempos atuais, mas com uma estética que remete mais à época em que Netuno ficou em Libra (1942/1957) do que a de 2017, embora os personagens usem aparelhos celulares.

O filme versa sobre paixão e sonhos. A questão da realização de grandes sonhos astrologicamente remete ao trânsito de Saturno por Sagitário. Este é um signo de aspirações, mas Saturno rege a persistência necessária para atingi-las, o que implica em lidar, em 2016 e 2017, com muitas esperas e frustrações no que se refere a este quesito, com a quase perda da fé, como ocorre com os personagens do filme.

A paixão de Mia é pela arte de interpretar, e a de Sebastian pelo jazz, além do sentimento que um passa a ter pelo outro. Ambos têm grandes sonhos em profissões muito concorridas e/ou de difícil realização material. Um aprende com o outro. Mia não entendia nada de jazz antes de conhecer Sebastian, da mesma forma que o músico passa a se interessar mais pelo universo da dramatização depois de conhecê-la. Há um incentivo mútuo. Então, o filme também remete a ambições, lembrando que Júpiter, ao transitar por Libra, faz aspectos com Plutão em Capricórnio, o signo da ambição e da realização profissional. E que o mesmo Júpiter também vai interagir, em 2017, com Urano em Áries, um posicionamento que representa as reviravoltas, instabilidades e rupturas que farão parte das relações em 2017 (inclusive das relações macros entre países). Estes aspectos permeiam a história do filme tanto quanto irão permear o nosso ano. A área afetiva e dos relacionamentos se movimentará muito em 2017, seja para novas parcerias, revisões ou rupturas.

Estética libriana e complexidade de Plutão

Libra, o signo da estética, está presente nas músicas, nas passagens mais leves, na exuberância visual do filme. Mas Plutão surge nos momentos mais difíceis, além de simbolizar o desejo intenso de realização profissional, por estar em Capricórnio, enquanto Urano atua em como as mudanças alterarão os rumos. Ademais, por estar em Áries, traz à tona a questão da individualidade/individualismo versus parceria (Libra).

Até aqui, pouco do filme foi revelado. Foi só para dar um gostinho, especialmente para as almas amantes da beleza, que apreciarão “La La Land” pelos seus maravilhosos figurinos, locações, cores, canções e veia poética. Todavia, para entrar no tema amoroso que caracteriza a obra, será necessário revelar sequências da história.

Então, se você ainda não assistiu o filme ou não gosta que o suspense seja quebrado, sugiro que volte depois para ler o restante do artigo, combinado? Caso não pretenda ver o filme ou não se incomode com o suspense, entenda abaixo como “La La Land” retrata temáticas muito presentes em 2017.

Primavera: como Mia e Sebastian se conhecem

As estações do filme são as do amor. Ah, o amor de Mia e Sebastian não foi à primeira vista. Muito pelo contrário. Mia talvez tenha achado Sebastian interessante, pelo belo e intenso improviso musical que ele fez em um clube noturno, mas que ocasionou a demissão dele, pois o dono do estabelecimento só queria canções tradicionais. Quando foi elogiar o pianista, tocada pelo trabalho dele, ele simplesmente a ignorou e passou direto por ela. Tempos depois o reencontrou também tocando e não perdeu a oportunidade de dar o troco, com boas doses de provocação e senso de humor. Por detrás das provocações, talvez houvesse a faísca de um interesse não realizado. Logo a seguir, novamente por iniciativa de Mia, começaram a conversar. No início, fingiram que não tinham se sentidos mutuamente atraídos, mas não demorou para engrenarem o jogo amoroso e um Sebastian até então distante passar a procurar por Mia. Aqui temos a fase inicial das relações, em que tudo é leve, o flerte, aquele momento em que ambos apresentam suas melhores facetas. Para o filme, estamos na primavera. A relação andará a pleno vapor e, a seguir, no verão, que é quando se consagrará de vez e manterá o clima de sedução, com um incentivando o outro em suas respectivas carreiras. Até que chegará o tempo do outono.

As provas do outono

O outono é a fase em que o relacionamento precisa avançar no plano concreto e é quando começam a acontecer as provas e testes. Duas pessoas se conhecem, se relacionam e… Vão morar juntas? Casar? Ter filhos? Morar em apartamentos separados? Como funcionará a questão financeira? O que ocorre quando um é notívago e ou outro é matutino? Quando um gasta muito e o outro quer economizar? Quando alguém precisa viajar muito por motivo profissional? Ou quando uma criança aterrissa na rotina do casal? São as questões práticas para resolver quando um relacionamento passa a se estabelecer ou já chegou nesta fase.

No filme, é determinante o diálogo que Sebastian ouve, de Mia conversando com a mãe por telefone e explicando que ele é músico. Ele percebe que a mãe da amada questiona sobre como a relação vai se sustentar em termos financeiros, considerando que tanto ele quanto a jovem não têm uma boa base nisso. Ao perceber os questionamentos da futura sogra, Sebastian resolve aceitar um trabalho que não tem a ver com seus ideais, mas que pode lhe dar dinheiro. E embarca com tudo nisto. Desta forma, inicialmente, garante a continuidade da relação, além de experimentar o sucesso e a consagração, mesmo à custa de deixar de lado seu sonho original – abrir uma casa noturna de jazz. Aqui se apresentou a quadratura que Júpiter em Libra fará a Plutão em Capricórnio em 2017, ou seja, as relações versus a parte estrutural e/ou maturidade.

Neste momento do filme, passamos a ter também a oposição de Júpiter com Urano em Áries. Urano é dinâmico e por vezes se comporta como um trem supersônico: a vida muda, vira, acelera de uma hora para outra. Isto aparece em uma cena com Mia assistindo a banda de Sebastian, tocando com imenso sucesso, e ela sendo empurrada até perdê-lo de vista (e ele a ela). Inicialmente, seus olhos demonstram orgulho pela realização de Sebastian, mas depois, jogada para lá e para cá no meio da multidão, é como se ela se perguntasse onde foi parar a intimidade que sempre caracterizou a relação deles. O sucesso também assusta.

Além disso, ao aceitar o convite para a banda mais comercial, a vida de Sebastian entrou nos trilhos de viagens, turnês e apresentações, suportadas estoicamente por uma namorada que ainda não deslanchou na sua carreira e tenta montar seu primeiro monólogo, com seus próprios recursos e fé em si mesma. Só que a moça aguardava um namorado que uma hora dissesse: “bom, a fase louca passou, agora vamos ter tempo para nós, pois as coisas acalmaram”. O outono faz descer suas cores esmaecidas quando, através das palavras de Sebastian, ela constata que a tal vida louca não tem data para terminar…

O outono faz descer suas cores esmaecidas quando, através das palavras de Sebastian, ela constata que a tal vida louca não tem data para terminar…

Sebastian mudou de vida por causa do relacionamento e a nova realidade agora toma conta dele. Neste ponto, Mia questiona o amado sobre seu sonho do passado, relacionado ao jazz, e ele argumenta que viver exige amadurecimento, o dilema de Plutão em Capricórnio nas relações de Júpiter em Libra. Por que dilema? Porque ora as relações podem não avançar por falta de maturidade e/ou estabilidade, ou seja, por ausência de Capricórnio, ora a carreira e a falta de tempo também podem atropelar o romance, como parece ter acontecido com o casal do filme. Eles tentam se manter em meio à montanha-russa profissional dele, mas o relacionamento começa a ser testado, até porque experimentam também pontas opostas: o pianista está sob as luzes dos holofotes, enquanto a atriz aguarda uma longa espera, sem ainda não ter um palco, sendo que são dois artistas.

Amargo inverno

A relação, que já vem passando por desgastes, sofre mais um duro golpe no dia em que Mia estreia o seu monólogo e tem pouco público na plateia e ainda escuta pessoas falando mal do seu trabalho no final da peça. Mais uma vez, a efervescente carreira do músico joga sombras, já que ele precisa participar de uma sessão de fotos que imaginou ter sido agendada para o dia seguinte e chega atrasado, encontrando a jovem destroçada ao final do espetáculo e desistindo do seu sonho – e da relação deles. É o amargo inverno, marcado por decepções e impossibilidade. Ela retorna para a casa da mãe, em outra cidade, e ele começa a viver a vida dele sem o relacionamento. Terminar um relacionamento é uma experiência de grande vazio e desencanto. Mas há coisas que podem ser ainda mais doloridas do que isto, como mostrará a sequência do filme.

Curtindo a solidão e frustração de um final afetivo, um dia o pianista recebe um telefonema de uma pessoa que viu a peça de Mia e que deseja que ela faça um teste. A moça já tinha feito milhares de testes frustrantes no passado. Sebastian, porém, não tem dúvida e vai atrás dela, buzinando do seu jeito inconfundível em frente à casa da mãe de Mia. São aqueles momentos em que se pensa se ainda é possível recuperar algo. Apesar da amizade que motiva o reencontro, o clima entre eles ainda está complicado, mas ele insiste para uma resistente Mia fazer o teste. Sebastian acredita no talento dela e na oportunidade. Ele, que abandonou o sonho dele pela carreira, incentiva a ex-namorada a acreditar no dela.

Uma desiludida Mia chega para fazer o teste e, despida da vontade de agradar e de outras concessões, mostra toda a sensibilidade que foi lapidada para a arte dela desde a infância. Ela fala com impacto, verdade e profundidade. O papel, então, é finalmente dela, como já pressentira Sebastian. As filmagens serão em Paris. Mia agradece a ajuda do ex-namorado e pergunta como eles ficarão. Ele, que já experimentou o frenesi de uma carreira, diz que não adiantará acompanhá-la, que ela precisará se entregar totalmente ao papel e à oportunidade. E mais uma vez, assim, o casal se separa.

Os dias mais frios do inverno

“La La Land” fala sobre relações, e a de Mia e Sebastian teve encontros e desencontros. Mas o filme, no final, vai além das relações. Pois tem a ver com amor: à arte, aos sonhos, mas também no sentido afetivo. O inverno, assim, não é o amargo fim de uma relação, atropelada por duas carreiras que não são fáceis.

O inverno, assim, não é o amargo fim de uma relação, atropelada por duas carreiras que não são fáceis.

Turnês, fama, excesso de compromissos não são coisas que ajudem a manter a estabilidade. Que o digam as voláteis vidas amorosas dos famosos. Mas este não é o verdadeiro final. Ele se dá cinco anos depois, quando ambos conseguiram, finalmente, realizar seus sonhos. Sebastian tem o Seb’s (o nome havia sido sugestão de Mia), sua casa noturna de jazz. Já a jovem é agora uma estrela, casada e mãe de uma menininha. Seus destinos nunca mais se cruzaram. Em uma das cenas, Sebastian passa indiferente em frente a uma enorme foto de Mia a caminho do seu trabalho.

Até que o marido de Mia a leva a um clube noturno de jazz, onde um Sebastian, muito à vontade, apresenta atrações e toca seu piano. Expressivo e feliz, até o momento em que avista a mulher que amou intensamente e que conheceu no início de sua carreira, da qual ela foi grande incentivadora. Neste momento, os ombros murcham, a alegria se esvai e os dedos descem ao piano para tocar a canção que havia sido deles. Ambos viajam no sonho incrível de que as arestas do relacionamento tivessem sido aparadas e aquele momento não fosse assim, tão melancólico e irremediável. Ela também está emocionada. Um dia, haviam dito que se amariam para sempre. A relação acabou, mas o amor, a julgar pelos intensos olhares que trocam, aparentemente não. Está congelado nas impossibilidades da vida que a realização mútua de seus sonhos foi engendrando. Ambos tiveram o que quiseram, mas não tiveram um ao outro. A música termina e o marido de Mia pergunta se ela quer ficar. Ela diz que não. Ele sai na frente e ela está saindo também. Até que se vira. E mais um longo olhar triste é trocado com o antigo namorado, cúmplice, amante, amor. E, finalmente, sorriem. Há dias ainda mais frios no inverno.

Filme levanta reflexões sobre relações durante trânsito de Júpiter em Libra

A graça em um filme está em fazer perguntas – e em que cada um encontre suas respostas.

  1. Na sua opinião, o que provocou o afastamento do casal?
  2. O que, em geral, propicia o afastamento em relacionamentos?
  3. O que faz com que uma relação termine, mesmo que ainda há sentimento?
  4. O que deu errado com Mia e Sebastian?
  5. Quais erros foram cometidos, ou não houve erros?
  6. E, finalmente, o que significou o sorriso no final? Teria sido um “realizamos nossos sonhos” ou “gosto de você e quero que seja feliz”, ou, ainda, “temos uma cumplicidade e iremos nos amar sempre”?

Grandes perguntas e, por isto, uma ótima e delicada obra, ganhadora do Globo de Ouro de melhor filme e uma das apostas para o Oscar.

Júpiter em Libra, que inspirou o filme a ser esteticamente lindo, musical e a falar sobre um casal, vai trabalhar muito a temática das relações durante 2017:

  1. O que precisamos desenvolver, mudar, transformar, riscar, refazer?
  2. Quais erros precisamos consertar para viver melhor nossas relações?
  3. Aprender sobre autoestima e amor, sobre quando se posicionar ou ceder e o que nutre e/ou que mata as relações.
  4. Teria você, como Mia e Sebastian, um secreto amor no passado, que teve de ser deixado porque tornou-se impossível?

Relacionamento não é um tema fácil. Funcionar juntos. Dançar juntos. Manter-se no tempo e atravessar estações. Eis a intenção de “La La Land”, falar de relações, mas, principalmente, de amor.

Vanessa Tuleski

Vanessa Tuleski

Vanessa Tuleski dá consultas astrológico-terapêuticas e foi pioneira na Astrologia brasileira ao falar do Céu geral, ao invés do tradicional horóscopo signo a signo. É idealizadora do curso "Alimentação e seu Mapa Astral" no Personare. Participa dos programas semanais de previsões astrológicas no canal do YouTube do Personare.

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