Malévola: o conto da transformação
Fábula pode ser comparada com trânsito de Saturno em Escorpião em 2014
Por Vanessa Tuleski
O filme “Malévola” é uma releitura do conto “A Bela Adormecida”, a partir da perspectiva de sua vilã. Protagonizado por Angelina Jolie, estreou em 28 de maio de 2014, na França, com a Lua nova no signo de Gêmeos, que rege o público infanto-juvenil, alvo do filme. Como este signo, porém, é versátil, o filme também pode pode surpreender a plateia adulta com algumas importantes lições e reflexões. E acontece em um momento astrológico de muita transformação, em que Saturno está transitando pelo signo regido por Plutão e este, por sua vez, está passando no signo regido por Saturno. Esta importante troca fala de um cenário em que os aspectos sombrios e não resolvidos de nossa psique podem emergir, principalmente através dos relacionamentos, mas com potencial de serem transformados.
“Malévola” inverte a estrutura dos contos de fadas, em que os personagens maus sempre foram desta forma e terminam assim. O filme é dedicado a mostrar o conto da Bela Adormecida a partir da visão e experiências de sua antagonista. A Malévola do filme é uma bruxa poderosa, de rosto anguloso e chifres de cabra. Para quem conhece o simbolismo astrológico, este visual remete diretamente ao arquétipo do signo de Capricórnio.
Vilã é um misto de Capricórnio e Escorpião
Desde 2009, Plutão, que rege o signo de Escorpião, vem transitando por Capricórnio, para ficar mais de 20 anos neste signo. Desde outubro de 2012, por sua vez, Saturno, que rege Capricórnio, iniciou o trânsito por Escorpião (onde fica até dezembro de 2014 e depois retorna de meados de junho a meados de setembro de 2015). Os regentes de cada um destes dois signos estão, portanto, um no signo do outro, o que em Astrologia se denomina de “recepção mútua”. Trata-se de um contato de recíproca colaboração, como se fosse uma sinergia. “Malévola” é exatamente o produto desta sinergia: a protagonista tem uma aparência caprina, mas exala o poder, a emotividade e a intensidade de Escorpião e de seu regente Plutão.
a protagonista tem uma aparência caprina, mas exala o poder, a emotividade e a intensidade de Escorpião e de seu regente Plutão.
Escorpião é um signo que lida com as questões da sombra e bem pode engendrar um nome como “Malévola”. Mas teria sido a feiticeira sempre assim? A questão é que esta combinação fala de um momento em que muitos estão envolvidos em alguma transformação (Escorpião) estrutural (Capricórnio) de suas vidas. E estão tentando recuperar o tempo (regido por Saturno/Capricórnio) perdido (Plutão/Escorpião, perdas), o que está requerendo muito esforço (Capricórnio).
Malévola: como tudo começou?
No filme se descobre, já no começo, que a toda poderosa bruxa foi, um dia, quem diria, uma bondosa fada. O reino encantado das fadas aparece no Mapa Astrológico da estreia do filme, através do contato do Sol e Lua com Netuno, regente das fadas, dos reinos incríveis e da imaginação. Este reino luxuriante, repleto de espécies de animais e plantas desconhecidos, sobrenaturais e misteriosos, é um dos destaques do filme.
Netuno é o representante do mundo incrível e ilimitado do invisível e da magia. Malévola fazia parte deste universo e tinha enormes asas. Era a principal guardiã do seu reino, o que lembra as grandes responsabilidades do signo de Capricórnio, pois este espaço encantado precisava ser constantemente defendido contra a ganância de um outro reino vizinho: o dos seres humanos.
É do reino adjacente, porém, que emerge a figura que vai encantar Malévola e lhe acenar com o amor. Trata-se do menino Stefan (atenção: se você deseja manter o suspense do filme, deixe, a partir de agora de ler o artigo, pois o enredo será todo revelado). Diferente de Malévola, que nasceu e cresceu imbuída dos mais altos valores morais e da bondade, Stefan não tem a mesma envergadura interior e isto é revelado logo de cara: ele é acusado de roubar uma pedra de um lago da floresta encantada. Mas como é apenas uma criança (assim como também Malévola quando o encontra), depois que a menina-fada o obriga devolver a pedra para o lago, eles iniciam uma gostosa amizade e convivência, que se alonga por anos. Com o passar do tempo, adentram na adolescência e a amizade passa a dar lugar a um sentimento amoroso. Até que Stefan começa a se envolver cada vez mais com o reino ao qual pertence e se afasta de Malévola.
Malévola reúne características de Capricórnio e Escorpião
Um dia, o rei humano, derrotado por Malévola e seus amigos ao tentar invadir o reino encantado, promete a filha em casamento ao súdito que conseguir destruir a poderosa jovem fada. É bom lembrar que, sendo a representação de Capricórnio e Escorpião, Malévola reúne os dois poderes dos dois signos: o mundano, de Capricórnio, através da elevada função que ocupa como principal guardiã de seu reino, e o poder em si mesmo, de Escorpião, que é o da magia e da força interior que possui.
É bom lembrar que, sendo a representação de Capricórnio e Escorpião, Malévola reúne os dois poderes dos dois signos: o mundano, de Capricórnio, através da elevada função que ocupa como principal guardiã de seu reino, e o poder em si mesmo, de Escorpião, que é o da magia e da força interior que possui.
Stefan, ao ouvir a promessa do rei, tem despertada a ambição que desde a infância o caracterizou. Um tema, aliás, bastante ligado a Capricórnio. Porém, o signo é neutro em si, uma vez que ambições podem ser realizadas tanto através de trabalho árduo, planejamento e estratégia quanto por outros meios menos nobres, o que será, infelizmente, o caso do amigo humano de Malévola.
Com a intenção de tirar proveito da antiga amizade, o astuto Stefan reaparece para Malévola, que ficara muito chateada com o distanciamento do seu amor. Ela, porém, confia novamente no jovem que conheceu ainda na infância e retoma o contato. À noite, repousa tranquilamente ao seu lado, totalmente desarmada. Stefan, por seu turno, tem uma missão sinistra: cortar a cabeça da fada e levá-la ao rei. Porém, neste ponto do filme, ainda que já esteja bastante corrompido, ele ainda tem um resto de sentimento, de maneira não consegue executar o intento. Mas se vale de um expediente tão engenhoso quanto cruel: enquanto a doce Malévola dorme, ele amputa suas longas asas para entregá-las ao monarca como prova do seu sucesso e, assim, obter o direito a se casar com a princesa e se tornar o futuro rei.
Aqui se apresenta uma situação que não é de conto, mas sim da vida real. Quantos Stefans não haveria no mundo, pessoas capazes de passar por cima de qualquer sentimento para atingir seus objetivos? Quantos capazes de simular sentimentos inexistentes ou superficiais a fim de obterem algo?
Traição e amargura
A cena de Malévola acordando sozinha e privada de suas asas é uma das mais tocantes e chocantes do filme. Ali ela deixa de se sentir uma fada, pois estas têm asas. Além disso, as asas são seu meio de defesa e também do seu reino. Mas não apenas isto, são também fonte de prazer, pois permitem voar e sentir liberdade. Elas faziam parte de quem era. Elas representam, portanto, várias coisas preciosas para a protagonista, que as perde de uma vez só: sua defesa, mobilidade, prazer, identidade como fada e, é claro, a crença no amor verdadeiro.
Aqui retornam os dois signos que caracterizam a personagem e boa parte das temáticas do filme: Escorpião, simbolizando a traição, e Capricórnio, como uma densa e duradoura amargura que se instalará no coração de Malévola. Ambos os signos simbolizam um doloroso choque com a realidade – um dos efeitos desta combinação, que está ocorrendo no céu neste momento, que não necessariamente é algo negativo, pois pode promover crescimento – mesmo que às custas de alguma dor, marcando desta forma esvaziamento dos bons sentimentos que a fada nutria pela vida e pelo mundo. Quantos de nós já não sentiram isto em algum momento de nossas vidas?
O golpe, muito duro e sombrio para a jovem, faz com que a partir da amputação ela se isole para elaborar sua dor. Depois deste isolamento, irá emergir uma nova identidade, uma nova conduta e uma nova forma de agir. Malévola passará de ex-fada à poderosa bruxa. O acontecimento remete a tempos dramáticos da nossa vida, como acidentes graves, perdas e traições que podem exigir muito emocionalmente.
Malévola passará de ex-fada à poderosa bruxa. O acontecimento remete a tempos dramáticos da nossa vida, como acidentes graves, perdas e traições que podem exigir muito emocionalmente.
São momentos de encruzilhada, ligados ao signo de Escorpião, depois dos quais, não importa que escolhas sejam feitas para se lidar com eles, nada será o mesmo. Depois de graves crises escorpianas, de alguma forma, a pessoa é chamada a se elevar (Sagitário, signo seguinte a Escorpião). Mas este elevar-se pode ser tornar-se melhor, ampliar a perspectiva, ou, então, apenas tentar, de maneira claudicante, preencher esta lacuna com comportamentos compensatórios, como é o caso de Malévola. O que fica claro é que novos caminhos têm que surgir, pois não é possível permanecer da mesma forma.
Transmutação da identidade
O evento rouba não só as asas de Malévola, mas também sua bondade, delicadeza e fé. A ex-fada se endurece (Capricórnio) e se torna uma mulher ainda mais forte do que era, guardando, porém, no fundo da armadura, um coração partido. Ela sofre, portanto, uma grande transmutação, que não será a única do filme. As potências das quais é dotada, de Capricórnio e Escorpião, lhe dão grande força e segurança externas, mas não solucionam os dramas íntimos do coração e de uma solidão básica. Ela sofre uma grande transmutação, que não será a única do filme.Este trauma, portanto, irá permanecer por um longo tempo, como ocorre com muitas pessoas, pois “Malévola”, em boa parte, é uma fábula sobre a desilusão amorosa.
Assim, depois de ficar um tempo oculta chorando as asas e o amor arruinados, ela reassume o seu reino com a chaga chocante e visível das asas ausentes (que até então tinham sido sua principal marca), mas com uma nova altivez (Capricórnio). Escorpianamente, se refaz em uma outra forma (Capricórnio) e se posiciona cada vez mais de acordo com o arquétipo do oitavo signo, inclusive com as falas cortantes e irônicas, que deixam claro o seu poder. O poder, aliás, de quem não tem mais nada a perder.
Stefan, por sua vez, é o arquétipo distorcido de Capricórnio: ao ferir e trair Malévola, ele termina por erodir o que restou dos farrapos de sua alma e sentimentos (Câncer, signo oposto a Capricórnio) e se torna uma máquina de objetivos, interesses e manutenção do poder.
Interesses e tramoias, temáticas de poder e ambições desmedidas, além de crueldade, podem ser facetas sombrias da recepção mútua que envolve Escorpião e Capricórnio. Não por acaso, durante a recepção destes planetas tem-se registrado muitos crimes chocantes e hediondos no mundo.
Interesses e tramoias, temáticas de poder e ambições desmedidas, além de crueldade, podem ser facetas sombrias da recepção mútua que envolve Escorpião e Capricórnio. Não por acaso, durante a recepção destes planetas tem-se registrado muitos crimes chocantes e hediondos no mundo.
Mas é também de Escorpião e Capricórnio o amadurecimento forçado da fada e do seu completo domínio de cena ao se tornar uma bruxa poderosa. No seu melhor uso, esta combinação seria aprender algo com a realidade (Capricórnio) a fim de se transformar (Escorpião). E a transformação, nesta época da recepção mútua envolvendo os dois regentes, é a um só tempo possível, mas também árdua. Trata-se, assim, de uma transformação que precisa ser estrutural. Um construir de novo. Um recomeçar do zero e com a estrutura que restou. Assim como foi com Malévola.
A maldição lançada sobre Aurora
O tempo passa e o rei Stefan e sua esposa têm uma filha e promovem um festivo batizado. Além de todos os humanos, a ele comparecem também as três fadinhas do reino de Malévola, desejosas em celebrar a criança e agraciá-la com presentes. Generosas, cada uma quer dar a menina um dom. A primeira irá legar o dom da beleza. A segunda, o da alegria. A terceira, no entanto, não tem tempo de se pronunciar, porque a festa é invadida pela poderosíssima Malévola, que, depois de humilhar, ameaçar e assustar os presentes, lança uma terrível maldição sobre a herdeira. Aos 16 anos, a jovem princesa terá o dedo picado por uma agulha de um tear e cairá em sono profundo. Vingativa (uma característica negativa ligada ao arquétipo de Escorpião), resolve cutucar o seu antigo namorado e acrescenta que algo, porém, poderá libertar a jovem do sono eterno: ser beijada por alguém que lhe tenha amor verdadeiro. Depois de aprontar tal arte, sai às gargalhadas, pois como não conheceu, por parte de Stefan, o verdadeiro amor, desacredita nisso e ainda faz o rei provar do próprio veneno. Irado, ele tomas inúteis providências para evitar o destino da filha, pedindo que as três fadinhas a isolem e criem a menina na floresta, distante de qualquer objeto que possa espetá-la.
Temos, neste episódio, além da vingança escorpiana, temáticas capricornianas. Saturno, o regente de Capricórnio, pode reger tanto a lei do carma (afinal, o rei experimenta um retorno do seu próprio comportamento ao ter que se confrontar com o tema do amor verdadeiro), quanto o endurecimento do coração (uma das manifestações deste planeta, mas jamais a única) e, ainda, as questões ligadas ao destino e as tentativas de tentar controlá-lo.
O exílio da princesa
E assim as fadas seguem. Atrapalhadas (afinal, são regidas por Netuno, planeta de natureza mágica, mas não exatamente prática), não têm a menor noção de como cuidar de um bebê. E eis que, querendo acompanhar a princesa para um dia fazer sua maldição se cumprir, Malévola passa a vigiá-la à distância e de vez em quando é obrigada a suprir as vergonhosas inabilidades das boas fadinhas sem que elas notem. A menina, desta forma, cresce de acordo com os dons que recebeu: bela e boa de coração, cheia de vida e alegria.
Quando está próxima dos 16 anos, a adolescente acaba se vendo cara a cara com Malévola. Ao invés de se assustar, reconhece-a, porém, como uma espécie de fada-madrinha que sempre viu e sentiu por perto. Jovem e ingênua, se abre para Malévola da mesma forma que a ex-fada um dia fizera para o pai dela. A bruxa mantém-se discreta, sem revelar quem é, e passa a viver um silencioso conflito entre o afeto que a jovem tem por ela (e que ela progressivamente passa a retribuir) e a maldição que ela própria lançou à princesa. Ela também vê a jovem amar o seu reino como um dia ela amou e ser bondosa como ela um dia foi. Será nesta época que a moça também conhecerá um rapaz de sua idade que irá chamar sua atenção.
Aos poucos, Malévola começa a se enquadrar no papel da protetora em que a jovem Aurora viu nela. Ela tenta secretamente desfazer o feitiço, que fora efetuado com toda a força dos seus sentimentos (Escorpião), mas não consegue. Pouco depois disso, Aurora descobre quem de fato Malévola é e também sua identidade como princesa, que sempre ignorara. Magoada com tantas mentiras das fadas e da sua antiga protetora, ela parte sozinha e sem aviso para o reino do pai. Malévola e o corvo que se transforma em homem e sempre a acompanha seguem juntos para evitar que Aurora se machuque e, assim, a maldição se realize.
A redenção de Malévola
Ao chegar no reino de Stefan, que, capricornianamente, passou muitos anos tramando como derrotá-la (sua única vulnerabilidade é com objetos feitos de ferro, que a queimam), Malévola vai atrás de Aurora, mas já a encontra adormecida, tendo a jovem se ferido da maneira como foi amaldiçoada. Desesperada, ela leva à presença de Aurora o jovem por quem a moça estava começando a se interessar e o instiga a beijar a princesa, a fim de quebrar o encantamento. Mas, para surpresa de todos, o beijo do rapaz não acorda Aurora. Finalmente derrotada, só resta à Malévola pedir desculpas à jovem adormecida no leito e lhe dar um terno beijo no rosto. É este beijo, porém, que desperta a princesa. O amor verdadeiro, quem diria, não precisa ser aquele que vem do enamoramento. Pode ser amor de mãe e filho, irmãos, amigos, etc. E este é um dos aspectos mais interessantes e inovadores do filme “Malévola”.
E este amor verdadeiro é recompensado, pois será a jovem, logo depois, quem conseguirá libertar Malévola do subjugamento de Stefan, assim que ele arma uma emboscada para a fada em seu castelo, com suas numerosas armadilhas feitas de ferro. Em um dos momentos mais belos do filme, as asas de Malévola, que tinham sido guardadas em uma redoma de vidro, se agitam devido à proximidade da dona. Só então se descobre que não estão mortas, mas, sim, vivas. E é Aurora quem liberta as asas, que procuram sua antiga fada e, quando a encontram, se encaixam perfeitamente nela, regenerando-se imediatamente (Escorpião).
Então, o que se pensou perdido não estava. Regenerar, recuperar, refazer é também coisa de Escorpião, embora o tempo (regido por Saturno/Capricórnio) para isto nem sempre seja imediato.
Este acontecimento com as asas é uma grande lição de esperança destes dois trânsitos. Mas não há como restabelecer o que foi perdido (Escorpião) sem trabalho (Capricórnio) interior (Escorpião), que foi simbolicamente o tempo que Malévola passou no seu exílio emocional e depois foi convidada a fazer uma mudança de suas concepções a partir do seu encontro com Aurora.
Assim, o filme traz reflexões sobre diversos temas. Primeiro, a natureza do amor. Não seria realista esperar que o contato incipiente entre Aurora e o jovem (que também é um príncipe) já fosse amor verdadeiro. Talvez estivesse a caminho de ser, mas ainda não era. Novamente, há coisas que precisam de tempo para acontecer.
Segundo, o amor verdadeiro não está preso a formas e contatos pré-estabelecidos. É um sentimento que pode ocorrer através de qualquer tipo de contato. Houve críticos que falaram que o filme tinha uma secreta temática homossexual, pois é o beijo de Malévola que acorda Aurora. Penso que isto é uma maneira estreita de compreender o filme, pois o amor não está circunscrito à esfera afetiva (seja ela hetero, bi ou homossexual), podendo surgir através de relacionamentos de outras naturezas, e o apreço que Malévola sente por Aurora é nitidamente o substitutivo do que uma mãe sentiria por uma filha. Além disso, é interessante que não seja um homem que salve a princesa, mas o amor que vem, de alguma forma, de uma linha ascendente (ainda que indireta, pois Malévola fora o primeiro amor do pai), e que pode ser tão vital. Não raro, a ausência deste amor de pai ou mãe é buscada sofregamente em relacionamentos afetivos desastrosos.
O filme também fala de encontros. O encontro com Malévola com Stefan, que tem sua riqueza até terminar mal. E, principalmente, o encontro de Malévola com a princesa, a jovem que é um notável espelho de quem ela fora na juventude e de algo que se perdeu, junto com a crença no amor verdadeiro. Aurora é a pureza, fé, alegria e autenticidade que um dia teve a jovem Malévola.
Quando Aurora passa a se relacionar diretamente com ela, o solo seco da falta de afeto volta a ser irrigado, e, ironicamente, será por meio da moça que a protagonista amaldiçoou que ela conseguirá o retorno das suas valiosas asas e, mais do que isto, de uma compreensão mais ampla e elevada da vida, com um ciclo finalmente terminando para se abrir em outro. Assim, Malévola alça a princesa à posição de rainha de seu reino, e também do reino dos humanos. Finalmente, os reinos se integram e um ciclo inteiro de redenção se processa, no que é uma metáfora do mundo emocional, o que requer vontade, fé, coragem e esforço. Que a mensagem do filme sirva de alento para todos nós neste período da recepção mútua entre Saturno e Plutão, que tem nos obrigado a lidar com aspectos sombrios de nossa personalidade (e de outras pessoas) e reconstruir o que foi perdido ou, ainda, se esforçar para abrir novos caminhos mediante uma relação melhor com a realidade.
Vanessa Tuleski dá consultas astrológico-terapêuticas e foi pioneira na Astrologia brasileira ao falar do Céu geral, ao invés do tradicional horóscopo signo a signo. É idealizadora do curso "Alimentação e seu Mapa Astral" no Personare. Participa dos programas semanais de previsões astrológicas no canal do YouTube do Personare.
Saiba mais sobre mim- Contato: vanessatuleski@gmail.com
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