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Me apaixonei no trabalho. E agora?

Conheça os prós e contras de investir em uma relação no ambiente profissional

Atualizado em

*Com colaboração de Aline Saramago

Muitos estudos sobre atração e relacionamento mostram que proximidade e similaridade entre as pessoas podem resultar em romance. Tendemos a desenvolver amizades e relacionamentos com aqueles que vemos com frequência e interagimos, assim como com quem se parece conosco.

Você lembra de ter escutado histórias de  gente que se dizia apaixonada, e relatava que via com frequência a pessoa na qual estava interessada? E pessoas afirmando que estavam encantadas e esperançosas com um(a) possível parceiro(a) porque tinham bastante em comum?

E no trabalho, convenhamos, temos muitos pontos possíveis em comum com as pessoas, como, por exemplo, a atividade, o estilo, e facilidade em ver e interagir por estarmos no mesmo espaço físico.

Amor e carreira: como lidar com relacionamentos no emprego?

Pode ser difícil lidar com a paixão ou com relacionamentos amorosos no trabalho. Por isso, trouxemos algumas situações possíveis:

1 – Você ficou com uma pessoa e não “deu liga”

E agora você a vê   todos os dias e talvez até torça  para que a transfiram, pelo fato de ter ficado uma  situação complicada. O encanto terminou para uma das partes ou para ambas. Fique tranquilo(a), não é porque agora se conhecem mais intimamente que não podem conviver novamente com maturidade e cordialidade, construindo um novo dia a dia baseado no respeito mútuo. Dialoguem e façam um acordo de convivência.

2 – Você se apaixonou por uma pessoa comprometida

Pode ser embaraçoso  tentar dar o primeiro passo com  alguém que não está disponível. Não confunda os seus sentimentos com os do outro.  Respeite a escolha do outro e, dessa forma, você continuará tranquilo. Saiba que a paixão tem prazo de validade e, se você encontrar outro alvo,   conseguirá esquecer essa pessoa que não está livre para você.

Continue na busca e comece a fazer atividades fora do ambiente de trabalho: escolha um hobby, frequente um clube, oficinas ou esportes ao ar livre para conhecer pessoas que tenham os mesmos gostos que você, só que em ambientes mais “livres”.

3 – Você quer o seu chefe

Mulheres são atraídas por homens que podem prover recursos e, por isso, se apaixonar pelo chefe pode ser mais fácil do que se imagina. Neste caso, pode acabar em muita fofoca, pois  outros funcionários podem pensar que você subirá de cargo por conta da relação e não por mérito. Isso de fato muitas vezes acontece, seja porque uma das partes pressiona, seja porque o outro quer impressionar ou agradar. Avalie friamente o quanto quer investir e converse com a pessoa para um dos dois tentar uma transferência para outra área ou mudar de empresa caso o relacionamento evolua. Estipulem um prazo para tomar essa decisão conjuntamente.

4 – Você quer agora se relacionar com outra pessoa do trabalho

Já viveu um  relacionamento que não deu certo e agora está interessado(a) em outra pessoa.   Eu lhe pergunto : O que você aprendeu com a experiência? Será que vale a pena pular de cabeça em uma nova relação, sem refletir e conhecer a pessoa melhor para realmente ter certeza? Fica aqui o convite para você ter paciência, pois se for para ficar com essa pessoa, vai acabar acontecendo . E não precisa ter pressa.

Autoimagem e reputação profissional

Quando nós nos apaixonamos, muitas das nossas questões subjetivas vêm à tona: como ansiamos por aprovação externa, como nos identificamos com o ser amado, como lidamos com a rejeição ou com a emoção de sermos retribuídos… e o outro também está lidando com essas mesmas questões. Só isso já é o suficiente para criar pontos cegos e mal-entendidos. Esses fatores afetam significativamente nossa autoimagem e como passamos a ser vistos pelas demais pessoas no ambiente de trabalho.

Quando estamos batalhando para sermos reconhecidos, buscando com afinco nosso “lugar ao sol” e estabelecermos na mente dos colegas, superiores e clientes nossa reputação, a paixão pode acabar sendo um elemento de distração e de perda de energia que poderia ser direcionada a crescer na carreira.

Essa é uma fase em que investir em seu autoconceito profissional pode te dar frutos fantásticos. No entanto a pessoa apaixonada começa a se perguntar:

  • “Almoço com o pretendente ou visito um cliente na hora do almoço?”
  • “Fico até mais tarde para finalizar ainda hoje aquele relatório importante ou saio no horário e vou me encontrar com ele(a) no happy hour do setor?”
  • “Será que eu deveria evitar aquela colega que me perguntou se estou saindo com tal pessoa?”

Todo esse tipo de situação “extra” no trabalho começa a roubar seu foco no sucesso. Acreditar que ninguém vai saber (caso a empresa não recomende) é pura ingenuidade.  Rapidamente notamos alguém que se enamorou pois as atitudes, a expressão corporal e o tom de voz mudam, principalmente na presença do “alvo” amoroso.

Muitos fingem  não ver , mas todos   acabam notando se a relação perdurar. Começa-se a criar rótulos sobre os envolvidos nos comentários e, a curto prazo, será difícil separar o “joio do trigo”.

Ajuste seu relacionamento e vida profissional

Casais que trabalham juntos por muito tempo enfrentam arduamente os prós e contras de misturar amor e trabalho. Alguns chegam a estender um casamento falido para não prejudicarem suas carreiras. Outros combinam regras como: “Em casa não falamos de trabalho”. E são felizes assim após fazerem vários ajustes, pois as áreas se interpenetram com uma força sutil, mas incontestável.

E, por fim, é fundamental conhecer o código de ética e as regras do local onde se trabalha para saber se relacionamentos amorosos estão vedados. Nem todas as empresas proíbem, atualmente algumas inclusive estimulam namoros entre colegas para que passem mais tempo lá dentro, saiam mais tarde e falem mais de trabalho entre si! É a velha história: “Se não podemos impedir vamos tirar proveito disto…”

De alguma maneira haverá um certo tipo de julgamento de seus superiores, o que pode acabar alterando decisões sobre sua promoção ou para receber convites de novos projetos. Portanto reflita se quer realmente passar por coisas do tipo antes de se deixar levar pelos ventos da paixão.

* Aline Saramago é psicóloga e coach. Email: ​contato@alinesaramago.com

Carla Panisset

Carla Panisset

Especialista em Aumento de Performance Profissional e transição de carreira. Treinadora, Comunicóloga e Relações Públicas. Já treinou mais de 1.000 líderes e profissionais brasileiros, tendo 25 anos de carreira. Facilitadora de Biodanza® Sistema Rolando Toro (em formação).

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