Técnicas de Mindfulness na Natureza e Aliviar o Estresse
Aprenda a práticas Mindfulness na Natureza para melhorar a qualidade da sua atenção e aliviar sintomas de estresse
Mindfulness significa atenção plena e é uma técnica que ajuda sua consciência para o atual momento, sem julgamentos, ou seja, nos tira de processos de estresse e ansiedade que nos levam a momentos do passado ou preocupações com o futuro. Por exemplo, você pode usufruiur do Mindfulness para Praticar na Natureza para aliviar as pressões da rotina diária.
Isso porque o Mindfulness envolve a qualidade da sua atenção. Assim, você traz sua intenção de ver as coisas que normalmente são difíceis de perceber.
A natureza oferece outra forma de interagir com o ritmo acelerado do dia a dia. O Mindfulness para Praticar na Natureza ajuda, portanto, a colocar sua atenção física e mental no que está acontecendo neste momento.
Leia também:
+ Como saber se é fome ou ansiedade?
+ Como transformar hábitos alimentares com Meditação?
Benefícios do Mindfulness para Praticar na Natureza
A conexão com a natureza promove o bem-estar físico e emocional. Observar as árvores ou a paisagem, de acordo com vários estudos, pode auxiliar na redução da pressão arterial, relaxar a tensão muscular, reduzir a dor, diminuir o nível de medo e raiva, dentre outros.
Algumas pesquisas estão relacionando os diversos benefícios do contato com a natureza nas práticas meditativas, como, por exemplo, atenção à respiração, atenção aos sons, caminhando com atenção plena.
Além disso, a natureza pode favorecer a prática de mindfulness ao manter o foco de forma mais suave e sem esforço.
A mente fica conectada com elementos da natureza e, assim, diminui sua divagação e aumenta a concentração ao momento presente.
Essa conexão favorece a diminuição do estresse diário, pois auxilia o corpo a se equilibrar. Reconhecer o que está presente cria abertura para acomodar as sensações e, desse modo, proporciona a sensação de bem-estar.
+ A importância de escutar o corpo e entender as mensagens
Como praticar mindfulness na natureza?
A natureza nos oferece um repertório vasto para experimentar o mindfulness. Ao caminhar em um parque ou praça na cidade, ou passar um final de semana em meio as montanhas, você pode explorar essas práticas. Veja como praticar mindfulness na natureza:
Observar as árvores
Você já observou as árvores que estão ao seu redor? Te convido a notar as árvores que tem no caminho que você costuma percorrer ao andar pela cidade, ao ir para o trabalho bem como no seu bairro.
Para quem mora nas cidades, você pode ir em uma praça ou parque e experimentar olhar a árvore e ver os detalhes como, por exemplo, as tonalidades das cores, os contornos, as diversas texturas, o tamanho dos troncos, das folhas, o caminho que percorre a raiz, o balanço das folhas com o vento.
Para respirar precisamos a troca gasosa com as árvores. Você pode nutrir essa conexão com a natureza e abrir para a inter-relação que temos com outros seres sencientes.
Andar descalços
Como é para você andar descalço e estar em contato com a natureza? Experimente tirar os sapatos e andar na grama, terra, areia ou no jardim. Mesmo dentro de casa você pode testar.
Leve sua atenção para notar as sensações físicas na sola dos pés, como a temperatura (calor e frio), formigamento, pressão, suavidade, cócegas, entre outras. Assim, perceba o estranhamento ou conforto em estar andando descalço com essa qualidade de atenção.
Estar ciente da sola dos pés e as sensações presentes pode gerar estabilidade mental. Ou seja, tomar consciência das sensações corporais auxilia a mente a deslocar dos pensamentos para ampliar essa consciência.
Escute os sons
Abra os sentidos para escutar os sons. Nessa prática é para sua atenção estar em escutar os sons, ou seja, desde os mais próximos, altos, fazem parte do ambiente em que está, até os mais baixos ou sutis.
A natureza te oferece um banquete de sons: pássaros, cigarras, grilos, vento balançando as folhas, chuva, dos passos ao caminhar.
Você pode incluir os sons da cidade e criar as melodias desta orquestra que está disponível para você.
O convite é, portanto, para pausar e realmente abrir o sentido para escutar os sons. Você pode ir em um local na cidade que tenha natureza e notar a mistura dos sons. Fique atento para não comentar sobre o som, pois assim a mente já embarca em uma narrativa sobre ele.
Essa prática, pelo contrário, pode contribuir para minimizar as ruminações mentais, ao estar ciente deste sentido e curioso com a melodia que existe ao seu redor. Aprecie!
Aprecie o vento
Como percebemos o vento? O vento não podemos ver diretamente, mas sim perceber através dos outros sentidos. Você pode explorar essa prática no seu dia a dia:
- Ver o balanço das folhas e das árvores
- Escutar o som das folhas balançando, caindo, o uivar do vento na porta
- Sentir o vento na pele e a temperatura refrescar
Tenha curiosidade para notar como você percebe o vento. Tente experimentar o vento através da sua respiração. Ao inspirar, inalando o ar e sentindo o frescor e ao expirar soltando o ar mais aquecido. A prática é prestar atenção nas narinas a cada respiração e perceber as sensações que acompanham.
A conexão com a natureza pode trazer inúmeros benefícios, no entanto isso pode variar para cada pessoa. Por isso, estar consciente e escolhendo o que pode contribuir para você.
Caminhadas mindfulness: como realizar?
A meditação andando é uma prática muito antiga e usada pelos monges, que ao se deslocar de um povoado ao outro aproveitavam para estar atentos a cada passo.
Na meditação caminhando você está ciente do que está acontecendo de momento a momento. Para auxiliar nessa prática, pode usar alguns apoios para sustentar sua atenção no presente.
Tarchin Hearn descreve em seu livro Caminhando em Sabedoria essa prática dos Quatro Suportes Fundamentais:
1. Sorrindo
Pause por um momento antes de iniciar a caminhada e se conecte com sua respiração, com o momento e com sorriso interior.
Durante a caminhada intencione um sorriso com o coração. Você pode sorrir com a boca se for natural para você. O intuito é esse sorriso surgir de dentro de você, por isso a pausa e a conexão interna são essenciais.
2. Respirando
Note o fluxo da sua respiração ao caminhar. Pode perceber o movimento do corpo e a intensidade de cada respiração, a fim de estar ciente do seu corpo respirando de momento a momento.
3. Consciência do movimento físico
Esteja ciente do movimento do corpo ao caminhar, ou seja, a integração de uma variedade de músculos que fazem com que o corpo se movimente. Perceba como o caminhar é algo que fazemos no automático, mas agora você pode escolher ter consciência do movimento físico a cada passo.
4. Ser sustentado por inúmeros seres vivos
Ao caminhar você pisa sobre diversos seres vivos, como, por exemplo, a grama, a terra, os insetos, as flores, as folhas e muitos micro-organismos. Ao caminhar sobre esse universo vivo também somos sustentados por eles.
Experimente, então, um apoio de cada vez, faça por algumas vezes e depois você pode ir combinado e incluindo na sua caminhada. Não tenha pressa em usar os quatro suportes ao mesmo tempo. Desfrute a sua caminhada de momento a momento.
Meditação ao ar livre: qual é a importância?
Meditar ao ar livre pode ser uma forma de integrar o ambiente na sua prática. Cada pessoa tem preferências e a natureza pode te beneficiar e favorecer sua atenção nesta prática.
Aprecie o que estiver disponível para você ao ouvir o som das folhas balançando, sentir o frescor na pele da brisa, o cheiro de uma flor bem como o corpo se movimentando a cada respiração.
Explore na meditação ao ar livre como uma forma de praticar mindfulness e desenvolver essa atenção ao momento presente.
- Escolha um local tranquilo porque isso ajuda você a se conectar com o momento presente.
- Encontre um local para sentar, ou seja, um banco, na grama, no pé de uma árvore.
- Leve atenção para sua postura, fazendo ajustes necessários para estar confortável. Note os apoios: pés, pernas, costas e mãos.
- Respire – a respiração é um apoio para se manter no momento presente. A prática é estar atento a cada respiração, de momento a momento.
- Ao final da sua prática pode agradecer e compartilhar os benefícios com outros seres sencientes.
Superando distrações: quais estratégias aplicar?
A mente gosta de distração, de mudar de assunto e estar ativa e tagarela. No nosso dia a dia estimulamos a mente a se distrair fazendo várias coisas ao mesmo tempo, usando redes sociais e os diversos dispositivos eletrônicos.
A primeira estratégia para lidar com a distração é a gentileza. Seja gentil com sua mente distraída, ao notar que estava em uma história, um pensamento e, gentilmente, direciona sua atenção para sua respiração novamente. Isso pode acontecer muitas e muitas vezes durante a meditação.
Ao praticar o mindfulness, estamos escolhendo ser mais atentos de momento a momento a algo específico, como a respiração, aos sons, a cada passo. Este é o treino da mente para se manter presente.
Imaginar que não terá distrações só lhe causará frustração e mais inquietação, por isso fortaleça essa voz gentil de direcionar a atenção ao momento presente.
Desligue os alertas do celular, tablete ou qualquer dispositivo eletrônico durante o momento da sua prática. Escolha por alguns minutos estar desconectado destes aparelhos, isso irá favorecer a sua mente estar mais conectada com a respiração, os sentidos e o corpo.
Como manter o Mindfulness para Praticar na Natureza no dia a dia
A natureza está presente em nosso dia a dia e pode ser um poderoso lembrete de cultivar a atenção plena de momento a momento. Esse lembrete pode ser um grande aliado para nutrir o bem-estar, pois introduz uma pausa no que estiver acontecendo e direciona a atenção ao momento.
Abra seus sentidos para se conectar com o momento presente: ao sentir o sol esquentando a pele ao atravessar a rua, a brisa entrando pela janela e tocando a pelo do rosto, a melodia dos pássaros, a chuva caindo, o aroma das flores, a beleza das cores do pôr-do-sol.
Aprecie os sentidos, esteja aberto para notar o que está disponível para você, de momento a momento.
Referências
Jan Chozen Bays. Como domar um elefante. Alaúde Editorial, 2013.
Tarchin Hearn. Caminhando em Sabedoria. AME, 2017.
Psicóloga, instrutora de Mindfulness e Mindful Eating, praticante de meditação e yoga, que encontrou no Mindful Eating um grande significado para sua atuação.
Saiba mais sobre mim- Contato: contato@luizacamargo.com.br