Musicoterapia ameniza sintomas do estresse
Para ter uma vida mais calma, use os sons a seu favor
Por Nydia Monteiro
Atualmente, a maioria das pessoas quer sempre se manter atualizada, informada e competitiva, na corrida para ter o que julga mais importante, como itens atuais de consumo; contas pagas; capacidade de dar conta das exigências do trabalho (se o tem) ou correr atrás de um emprego para manter tudo que a sociedade e vida atual exigem. Se a descrição resumida já estressea, imagine o exaustivo dia a dia, ufa!
Os nossos antepassados tinham que sobreviver tentando não ser atacados por animais ferozes, conseguir o que comer ou até mesmo disputar territórios. Estes mesmos mecanismos de defesa, de fuga e de sobrevivência – orgânicos e fisiológicos – são acionados em nossos organismos e causam o estresse.
O problema é que em nosso século nós acionamos estes mecanismos muito mais vezes, provocando liberação de substâncias responsáveis pelo estresse, como cortisol e epinefrina. O equilíbrio desses hormônios no organismo mantém as pessoas saudáveis, mas quando estão em desequilíbrio podem desencadear doenças em todos os níveis, como distúrbios psicológicos; diabete; sobrecarga no sistema cardiovascular, respiratório e digestivo; gastrites e úlceras. O estresse ainda influi sobre o sistema imunológico, tornando-o mais vulnerável a doenças infectocontagiosas, autoimunes e outros.
Alguns sinais de alerta podem sinalizar que seu corpo está sofrendo as consequências negativas do estresse, como:
- Tremores
- Sensação de fraqueza
- Tonturas, tensão ou dor muscular nas costas, pescoço e coluna
- Fadiga crônica
- Falta de ar
- Palpitações, aumento da frequência cardíaca e elevação da pressão arterial
- Mãos frias e boca seca
- Irritação, impaciência e ansiedade
- Depressão
- Dificuldades de concentração e memória
- Indecisão
- Insônia
- Perda de horário e compromissos
Se você se identificou com alguns desses sintomas, é importante ir ao médico para descartar outros diagnósticos.
Mas isso também pode significar que você está causando estresses excessivos a si mesmo. É impressionante como a maioria das pessoas faz tudo fora de hora e das regras – o que só serve para piorar e gerar mais estresse na própria pessoa e muitas vezes nas que a rodeiam. Quando alguém está estresseado e atende o celular enquanto está dirigindo, na tentativa de resolver um problema do outro lado da linha, pode até causar um acidente por conta de seu comportamento, que sinaliza falta de atenção e de responsabilidade.
Musicoterapia no combate ao estresse
Neste contexto, a Musicoterapia – que surge como uma terapia científica – pode ser eficaz contra o estresse, porque os dois – tanto a música quanto o estresse – são percebidos pelas mesmas estruturas cerebrais. Logo, as reações fisiológicas do estresse podem ser interrompidas com a aplicação da Musicoterapia, exercida por um profissional musicoterapeuta qualificado.
Essa terapia tem sido realizada como um trabalho preventivo em ambientes de trabalho, ajudando a melhorar as relações e a diminuir ou eliminar as doenças causadas pelo estresse e outros. Musicoterapia em grupo tem efeitos muito prazerosos e é um investimento de baixo custo, que ainda contribui para melhorar a qualidade de vida das pessoas. Nesses casos, o profissional musicoterapeuta é o mais indicado para realizar este trabalho.
Confira abaixo alguns conselhos preventivos da Musicoterapia, para deixar dias mais calmos:
- Tente sempre controlar sua respiração, principalmente nos momentos tensos. Para isso, aumente o tempo de expiração e solte o ar pela boca lentamente.
- Desligue o celular em alguns momentos para se concentrar no que deve. Só depois retorne as ligações ou então avise por mensagens, a partir de que horas estará disponível.
- Coloque toques de celular mais lentos, menos acelerados e com menos volume.
- Tente falar mais baixo e de maneira mais lenta quando você notar que está “querendo” se estressear. Isso pode ajudar você a se acalmar.
- Se o ambiente do trabalho é coletivo e barulhento, experimente usar fones de ouvidos. Opte por ouvir a música instrumental de sua preferência, em volume baixo, especialmente nos momentos em que estiver mais estresseado. Vale lembrar que o gosto pela música é pessoal. É papel do musicoterapeuta avaliar individualmente a identidade sonora de cada um, antes de iniciar o tratamento.
- Quando puder, procure entrar em contato com os sons da natureza, como o barulho das ondas do mar e do vento, o canto dos pássaros ao natural, etc. Busque frequentar lugares onde não escute sons de motores e buzinas. Se isso não for possível, apenas fique em silêncio e ouça o universo tocando a mais linda música da qual você faz parte e tinha esquecido o arranjo: a da sua essência.
Dê essa chance a si mesmo. E sem estresse, seja feliz !
Para continuar refletindo sobre o tema
Educadora Musical e musicoterapeuta.Pós-graduada em musicoterapia, atende em Teresina e é pioneira nesta especialidade no Piauí.
Saiba mais sobre mim- Contato: nydiadoregomonteiro@yahoo.com.br