Pilates pode ajudar no combate à depressão
Método regula o funcionamento do cérebro e oferece mais autoestima
Por Cristina Abrami
Há muito tempo especialistas vêm pesquisando sobre os efeitos do exercício físico não só no corpo, mas, principalmente, no cérebro. Estudos coordenados pelo Dr. John Ratey, da Faculdade de Medicina de Harvard, têm demonstrado que exercício físico e métodos como Pilates podem representar um meio eficaz e natural de regular o funcionamento do cérebro de forma completa, contribuindo para combater algumas doenças mentais, entre elas a depressão.
Joseph H. Pilates – criador do método denominado por ele Contrologia – entre as décadas de 20 e 30, já estava à frente de seu tempo, propondo um método de educação física revolucionário, que levava em conta não só os efeitos positivos do exercício no corpo, mas também na mente e no espírito.
Observador e estudioso das práticas corporais do ocidente e do oriente, da natureza e dos animais, o especialista criou um método inovador de exercícios. O Pilates contempla tanto o vigor do treinamento físico – que torna o corpo forte e bem condicionado – com a flexibilidade e a consciência corporal. Nessa modalidade, o controle da mente sobre o corpo se faz presente, assim como nas artes marciais, no yoga, entre outros.
Na época, o estudioso comprovou pessoalmente esses benefícios, sendo exemplo vivo dos efeitos de seu treinamento na aquisição e na manutenção da saúde do corpo, da mente e do espírito. Para Joseph Pilates, o contato com o sol, a prática de exercícios ao ar livre, com o mínimo possível de roupas, era fundamental para que se adquirisse boa saúde.
Exercício físico faz bem para as emoções
Os estudos sobre os transtornos de humor, embora ainda não tenham revelado a causa das doenças, já apresentam grandes avanços na descrição da atividade cerebral ligada a elas. Hoje sabemos, em grande parte graças às pesquisas sobre depressão, os efeitos positivos que a prática de exercícios faz pelo cérebro.
Autor de diversas publicações sobre o funcionamento do cérebro, John J. Ratey, em seu livro “Corpo ativo, mente desperta – Como o exercício melhora o desempenho do cérebro” (ed. Objetiva), revela que o exercício físico melhora as conexões do cérebro e regula todos os neurotransmissores (substâncias químicas que permitem que o impulso nervoso passe de um neurônio a outro), ajustando a química cerebral como um todo. O exercício afeta tantas variáveis no cérebro que é quase impossível isolar seu efeito específico em uma parte dele, como gostariam os cientistas.
Por ter uma atuação tão abrangente, o exercício físico já vem sendo usado como tratamento de primeira linha contra a depressão, em países como a Grã-Bretanha. Infelizmente, em outros lugares do mundo, como os Estados Unidos e o Brasil, ainda é pouco utilizado para este fim.
Ainda que não se possa prescrever o exercício físico de maneira geral e, especialmente, o método Pilates no combate à depressão, certamente alguns de seus sintomas podem ser, em muito, amenizados com sua prática.
Entre os benefícios da prática regular do método Pilates estão:
- melhora da autoestima
- aumento do vigor físico e da disposição
- maior consciência corporal
- aumento da capacidade respiratória
- diminuição do estresse
- maior capacidade de relaxamento consciente
Todos esses efeitos por si só já garantem um caráter preventivo no que diz respeito à prevenção de estados depressivos. Sem falar nos efeitos sobre o corpo que o Pilates também oferece, como melhora da força e da flexibilidade, menor gasto de energia, movimentos mais graciosos e fluentes, mais saúde e, consequentemente, mais felicidade. Que é o que todos nós buscamos!
Cristina Abrami é diretora técnica do CGPA Pilates e reg, possui o selo internacional de Certified Pilates Teacher e é vice-presidente da Aliança Brasileira de Pilates.
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