No dia dela, descubra qual é a pior mentira de todas
A pior mentira e a mais destrutiva de todas é a que você conta a si, pois nos aprisiona em padrões que limitam nossa felicidade e realização
Por Adriano Calhau
No Dia da Mentira, costumamos brincar com pequenas inverdades. Mas além da diversão, quero te provocar: você sabe qual é a pior mentira de todas?
Eu respondo: é a mentira pessoal. Essa é a mais destrutiva de todas, pois molda nossa percepção da realidade e nos aprisiona em padrões que limitam nossa felicidade e realização.
É por isso que aquela música famosa está correra: mentir para si mesmo é sempre a pior mentira.
Vamos refletir juntos sobre isso, entendendo como a mentira pessoal surge e como se libertar dela.
O que é mentira pessoal?
Mais do que um simples autoengano, a mentira pessoal é uma crença limitante profundamente enraizada, que se forma nos primeiros momentos da nossa existência.
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A mentira pessoal é a crença inconsciente mais negativa que temos sobre nós mesmos e sobre a vida.
É pior mentira, porque influencia negativamente como interpretamos e vivemos a realidade, tornando-se um filtro pelo qual enxergamos o mundo.
Trata-se, essencialmente, de uma ilusão: algo que não é verdadeiro, mas no qual acreditamos profundamente porque foi gerado em um momento de extrema vulnerabilidade.
Como um mecanismo de sobrevivência, essa crença se instala antes mesmo de termos consciência racional sobre o mundo.
A origem da mentira pessoal
A Mentira Pessoal não surge do nada. Suas raízes estão na base da nossa existência junto à nossa mãe e ao nosso pai e envolvem o período de concepção, gestação e parto.
Compreender essa origem é essencial para quebrar padrões repetitivos que nos aprisionam em ciclos de dor e autossabotagem.
- Por exemplo, uma criança separada da mãe logo após o nascimento pode, ao nível inconsciente, concluir: “não sou desejada”, “não sou importante” ou “não mereço cuidados”.
Essas interpretações equivocadas da realidade não são racionais, mas registros emocionais e celulares, já que, nessa fase da vida, o cérebro ainda não está suficientemente desenvolvido para compreender a experiência de forma lógica.
Essas crenças limitantes influenciam profundamente todas as áreas da vida. Além disso, muitas vezes, desenvolvemos mecanismos de compensação para lidar com essa dor.
- No mesmo exemplo, aquela criança que inconscientemente acredita que “não merece cuidados” pode crescer e cuidar excessivamente dos outros para evitar a experiência de desamparo.
Esse comportamento perpetua um padrão de autossabotagem e reforça a mentira pessoal.
Medo e sobrevivência como gatilhos
Desde o primeiro instante da nossa existência, nosso organismo está absorvendo informações sobre o ambiente ao redor.
No útero materno, nossa maior necessidade é o pertencimento e a segurança.
- ✅ Se nossa mãe estava emocionalmente equilibrada e segura, sentíamos essa estabilidade através dos hormônios que chegavam até nós pelo cordão umbilical.
- ❌ Mas se nossa gestação foi cercada de estresse, medos e incertezas, nosso primeiro contato com a vida pode ter sido marcado por alerta e sobrevivência.
Pesquisas da Psicologia Perinatal indicam que o cortisol e a adrenalina, hormônios do estresse, atravessam a placenta e influenciam a formação do sistema nervoso do bebê.
Isso significa que, antes mesmo de nascer, já podemos estar condicionados a um estado de alerta ou medo.
Se a mãe vivenciou um período de ansiedade intensa ou rejeição, o feto pode absorver a crença inconsciente de que o mundo é um lugar hostil ou de que precisa \”lutar para existir”.
Entenda aqui tudo sobre como nasce a ansiedade
Nos primeiros momentos da vida, cada experiência molda como percebemos o mundo.
- ✅ Se recebemos amor e segurança, construímos uma base emocional mais estável.
- ❌ Se recebemos medo, rejeição ou trauma, formamos crenças inconscientes que nos acompanham na vida adulta.
Essa necessidade de sobrevivência pode nos levar a conclusões equivocadas sobre nós mesmos e sobre o mundo, impactando nossos relacionamentos, nossa autoconfiança e nossa capacidade de realização.
O impacto do nascimento na formação das mentiras pessoais
Estudos da Psicologia Perinatal, como os dos pioneiros Dr. Michel Odent e Frederic Leboyer, mostram que o período do nascimento, desde a concepção até o parto, é emocionalmente impactante para o bebê.
O modo como nascemos influencia nossas emoções, nossos relacionamentos e até mesmo nossa autoimagem.
- ❌ Parto foi traumático: se há muitas intervenções médicas ou separação precoce da mãe, isso pode gerar um registro de medo intenso e abandono profundo.
- ❌ Nascer em um ambiente de pressão e tensão: pode gerar a crença inconsciente de que “a vida é uma luta”, “eu atrapalho as pessoas” ou “não há amor suficiente para mim”.
- ❌Se nos retiram abruptamente do útero: como em uma cesárea, sem um contato imediato com a mãe, pode nos fazer internalizar que “receber ajuda não é bom” ou “não posso confiar no mundo”.
Isso porque essas impressões primordiais se tornam o roteiro inconsciente da nossa vida.
Exemplos de mentiras pessoais e suas raízes
- “Eu não sou bom o suficiente.” Pode ter se originado de uma gestação indesejada, da preferência dos pais por um gênero específico ou de um parto traumático.
- “Eu preciso carregar tudo sozinho.” Pode ter surgido se a mãe passou por dificuldades durante a gestação e o bebê absorveu essa sobrecarga emocional.
- “Eu sou um problema.” Pode estar associado a uma gravidez que ocorreu em um momento inoportuno para os pais.
- “Eu não posso errar.” Pode ter se formado em uma gestação cercada de expectativas, onde o bebê sentiu que precisava ser “perfeito” para ser aceito.
Essas crenças criam padrões automáticos de comportamento que nos limitam na vida adulta. Sem perceber, recriamos situações que reforçam essas mentiras, pois nosso sistema emocional busca coerência com aquilo que acreditamos ser verdade.
Por isso, compreender as causas raízes dos traumas no período do nascimento pode iluminar nossa percepção sobre nós mesmos e o mundo.
Como se libertar da sua mentira pessoal
A boa notícia é que sua história pode ser reescrita. A mentira pessoal que você carrega – aquela voz interna que diz que você não é suficiente, que não merece amor ou que está destinado ao fracasso – não é uma verdade absoluta.
É apenas um reflexo das experiências inconscientes registradas desde o seu nascimento.
Seu Roteiro de Nascimento moldou a forma como você se percebe e como reage à vida. Mas, ao acessar essa origem e ressignificar as primeiras impressões, é possível romper com padrões inconscientes e criar um novo ciclo de vida.
O processo envolve três etapas fundamentais:
- Descobrir a Raiz da Mentira – Explorar como as circunstâncias da concepção, gestação, parto e primeiros anos de vida moldaram suas crenças inconscientes.
- Ressignificar a Dor – Olhar para sua história com uma nova perspectiva e transformar crenças limitantes em aprendizados.
- Criar um Novo Ciclo – Implementar mudanças práticas para que a nova percepção se torne parte da sua identidade e guie sua vida com mais consciência e autenticidade.
Quem você seria sem a sua pior mentira?
- E se a pior mentira que você carrega fosse substituída pela sua verdade mais poderosa?
- Se você acreditasse ser digno de amor, que tem tudo o que precisa para prosperar e que nasceu para ser feliz?
A chave para a transformação está na decisão de parar de alimentar a mentira e começar a viver a verdade sobre quem você realmente é.
Então, me diga:
- Qual mentira pessoal você está pronto para abandonar?
Me conta nos comentários do post!
Especialista em Psicologia Perinatal e Criador do Mapa do Nascimento®. Método que une Ciência e Autoconhecimento para iluminar a importância do início da vida e das histórias de nascimento na formação base da nossa identidade e senso de pertencimento.
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