Quatro ângulos do Mapa Astral: como eles definem sua vida

Descubra como os quatro ângulos do Mapa Astral mostram sua personalidade, carreira e relações, e como está o seu caminho evolutivo

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Apesar de grande parte da interpretação de um Mapa se centrar nas análises do Sol, Lua e Ascendente (o famoso Big 3 da Astrologia), os ângulos do Mapa Astral são fundamentais para entender a estrutura de uma personalidade, como ela se formou, o que a sustenta e como ela funciona.

Os quatro ângulos do Mapa Astral são o Ascendente, o Fundo do Céu, o Descendente e o Meio do Céu. Neste artigo, você vai entender o papel de cada um e como usá-los para o seu autoconhecimento e desenvolvimento pessoal.

Primeiro, entenda o Mapa Astral

Um Mapa Astral é uma fotografia do céu no momento em que nascemos. É calculado segundo o lugar de nascimento, porque é o céu que veríamos se ao nascer olhássemos para cima.

A hora de nascimento é fundamental porque determinará a divisão das Casas no mapa, que são as áreas de atividade das nossas vidas.

Esse conjunto de informações levantadas segundo a data, hora e lugar de nascimento de uma pessoa determinarão seus potenciais e as características.

Enquanto os signos nos falam de traços de caráter, as casas se relacionam com condições. Gosto do exemplo lúdico de comparar a Astrologia com o teatro:

  • Os planetas seriam os atores
  • Os signos seriam os papéis que interpretam
  • As Casas seriam os cenários ou situações onde o elenco atua.
  • E dentro destes cenários, os ângulos do mapa são lugares de muita energia, que manifesta muito do que somos e do que gostaríamos de ser. São fundamentais para entender nosso passado, presente e futuro.

O que são os ângulos do Mapa Astral?

Os ângulos do Mapa Astral são pontos de grande importância na mandala astrológica. Eles são chamados de ângulos porque marcam as quatro direções principais do mapa (formando uma cruz) e indicam momentos de transição e desenvolvimento na vida de uma pessoa.

Representam aspectos essenciais da jornada de cada indivíduo e ajudam a entender a interação entre o eu pessoal, as relações, a família e a carreira:

  • Ascendente (Casa 1): Indica a identidade, a forma como nos expressamos e iniciamos novos ciclos.
  • Fundo do Céu (Casa 4): Relacionado às raízes familiares, infância e base emocional.
  • Descendente (Casa 7): Reflete nossos relacionamentos e parcerias.
  • Meio do Céu (Casa 10): Representa nossa carreira, imagem pública e aspirações profissionais.

Esses pontos formam o eixo fundamental da leitura astrológica, mostrando a conexão entre nosso passado, presente e futuro.

Significados dos ângulos do Mapa Astral

Ascendente

  • Localização: o Ascendente está localizado na Cúspide da Casa 1.
  • Temas: mostra a nossa personalidade, nosso temperamento e tendências naturais, nossa individualidade e forma de nos expressarmos. É a forma como “nos embalamos” e “nos vendemos”. Mostra a nossa abordagem da vida.
  • Fase da vida: o Ascendente está relacionado aos inícios, incluindo o nosso nascimento. Mas também ao início do dia, determinado pelo nascer do sol no horizonte todas as manhãs, e de todos os nossos empreendimentos.

Fundo do Céu

  • Localização: o Fundo do Céu está localizado na Cúspide da Casa 4.
  • Temas: mostra o nosso lar de origem, nossos pais, e o lar que vamos formar. Aqui vemos ancestralidade, raízes psicológicas e vida privada. Mostra o genitor que mais nos influenciou durante a infância, e que funciona como base de nossa personalidade, de nosso caráter.
  • Fase da vida: está relacionado à nossa infância.

Descendente

  • Localização: o Descendente está localizado na Cúspide da Casa 7.
  • Temas: mostra nossas parcerias conjugais e de negócios, o casamento, o divórcio, os contratos, os processos, as negociações, qualquer trato com o público. Envolve nossos inimigos declarados, a nossa cooperação (ou falta de) com os demais. Indica também aquilo que mais nos falta, já que está em oposição à Casa 1, que é a casa dos nossos traços mais marcados de personalidade. Em outras palavras, é uma casa “projetiva”, porque ainda aquilo que cremos que nos falta, e por isso buscamos no outro, são características nossas, com as quais ainda não entramos em contato, qualidades ainda não desenvolvidas.
  • Fase de vida: nossa adultez, a juventude e o início da vida adulta.

Meio do Céu

  • Localização: o Meio do Céu está localizado na Cúspide da Casa 10.
  • Temas: mostra a nossa profissão, reputação, posição na comunidade. Indica o nosso status, a fama, a promoção, as atividades sociais e de negócios, o nosso empregador, o governo ou qualquer outra autoridade acima da gente. Aqui vemos nossas realizações e como o mundo nos vê e avalia. Indica a influência que exercemos sobre nosso meio. Aqui se vê também o outro genitor, o que não está representado na quarta casa. Mas a informação mais importante que nos dá o Meio do Céu é sobre nosso objetivo de vida: que tão longe queremos chegar?
  • Fase de vida: o clímax de nossas vidas.

A evolução pessoal através dos Ângulos

Agora, reunamos todas essas informações e pensemos no Mapa Astral como um processo evolutivo, e os quatro ângulos mostram esse percurso:

  • Casa 1 (Ascendente): nosso nascimento e a construção da nossa identidade. Durante os primeiros anos de nossa vida serão assentadas as bases de nossa personalidade.
  • Casa 4 (Fundo do Céu): a infância e a base emocional. No nosso seio familiar, que aprenderemos (ou não) a ser cuidados, nutridos, protegidos. Aqui, somos receptores ativos de nosso meio e, com isso, aprenderemos a ser doadores no futuro.
  • Casa 7 (Descendente): a juventude e as relações na fase adulta. Segundo o que recebermos na infância que poderemos dar ao outro.
  • Casa 10 (Meio do Céu): o auge da nossa vida, as realizações e o legado. Conforme nosso desenvolvimento, aqui descobrimos o que podemos dar ao mundo.

Você está seguindo o fluxo ideal?

Crescemos e nos tornamos independentes (Casa 1). Começamos a passear, a namorar, a trabalhar e encontramos um parceiro com quem queremos compartilhar mais do que meros momentos de prazer.

Chegamos em nossa Casa 7, e aqui vamos aprender de que maneira aquilo que somos (Casa 1) e aquilo que recebemos em nossa infância (Casa 4) funciona ou não no relacionamento com os outros.

Então, casamos (Casa 7) e continuamos progredindo. Temos um objetivo na vida (Casa 10), que as vezes nos leva tempo descobrir qual é.

A Casa 10 é onde queremos chegar e, ao lado do nosso companheiro, caminharemos em busca deste objetivo, seja ele pessoal, social ou profissional.

Esse seria o curso “natural” da vida (palavra não usada com qualquer fim pejorativo ou discriminatório). Mas nem sempre o caminho que seguimos é esse, não exatamente nessa ordem, nem com essa fluência.

Há desafios a serem superados a nível pessoal e familiar para alcançarmos nossos objetivos sociais e profissionais. Assim, é ao longo dessa trajetória que vamos nos conhecendo e desenvolvendo nossas potencialidades como ser humano.

Mas, de que conflitos estamos falando?

Os desafios entre os Ângulos do Mapa Astral

As relações entre os quatro ângulos também indicam desafios e aprendizados ao longo da vida:

A Casa 1 se encontra em quadratura (tensão) com as Casas 4 e 10 e em oposição com a Casa 7 – isso acontece no Mapa de todo mundo, porque se deve à divisão das Casas.

O que podemos aprender com a relação (aspectos) entre os ângulos? Vejamos a seguir:

Quadratura entre as Casas 1 e 4:

Nascemos como indivíduos separados e únicos (Casa 1), porém, totalmente dependentes de cuidados alheios para sobreviver.

Só nos desenvolvemos a partir das interações em nosso lar de infância, daquilo que damos, que recebemos, que vivenciamos.

A pergunta colocada por essa relação é:

  • De que forma a vida no lar (Casa 4) sustenta ou reprime a nossa individualidade florescente?

A Casa 4 indica um dos genitores, e ele funciona como sustentação para nosso desenvolvimento, como base (Casa 4) e trampolim para alcançarmos sucesso social (Casa 7) e profissional (Casa 10). Ou então poderá funcionar como um impedimento ao nosso crescimento.

Oposição entre as Casas 1 e 7

Alguma condição de identidade e liberdade pessoal (Casa 1) tem de ser sacrificada para fazermos com que um relacionamento (Casa 7) funcione.

Assim, esta relação mostra o clássico conflito encontrado na maioria das relações:

  • Quanto de nossa individualidade mantemos e quanto ajustamos à aquilo que os outros necessitam ou requerem?

Se nos ajustamos demais perdemos nossa própria identidade, mas se somos muito centrados em nós mesmos e exigentes, terminaremos sozinhos.

No zodíaco natural, não por coincidência, estas casas são análogas aos signos de Áries (o signo do eu) e Libra (o signo do outro).

Quadratura entre as Casas 4 e 7

A relação entre essas duas casas mostra como padrões estabelecidos na infância (Casa 4) podem afetar nossas relações estáveis.

Os modelos de relações vistos e vividos durante nossos primeiros anos serão, de alguma maneira, levados para a relação a dois, seja como referência do que evitar ou como objetivo a alcançar.

Assim, o cuidado para não perder a objetividade na relação com o outro se torna fundamental.

A quadratura entre as Casas 7 e 10

Esta relação mostra o conflito que a maior parte dos casais vive hoje em dia:

  • Quanto tempo dedicar a carreira, quanto tempo dedicar as nossas relações?

Mais do que isso, aqui se mostra de que maneira essas duas áreas interagem, ajudando ou atrapalhando o alcance de nossos objetivos.

Para alguns, essa interação é harmônica e ambas áreas têm igual peso e valor, tendo sido alcançado primeiro o casamento para juntos ambos saírem em busca de suas realizações profissionais. Mas para outros, há sempre uma escolha a fazer.

Oposição entre as Casas 4 e 10

Considero essas duas casas e a relação entre elas como o eixo fundamental para leitura da personalidade. O eixo (4-10) dá sustentação ao eixo 1-7.

Aqui se vêm ambos genitores (pai e mãe) e sua influência na transformação de um indivíduo de um ser basicamente instintual (Casa 1) em um ser social (Casa 7).

Conforme essa relação, veremos que tão caseira a pessoa é, que valor ela dá a carreira e profissão, e de que maneira a formação dela na infância ajuda ou atrapalha o alcance de seus objetivos de vida, vistos na Casa 10.

Nosso condicionamento infantil (casa 4) influencia nosso funcionamento social mais tarde (casa 10). A pergunta é:

  • As bases cimentadas em nosso lar de origem nos dá força e nos torna mais independentes, ou nos tira autonomia e nos torna mais dependentes?

Quadratura entre as Casas 10 e 1

A autodisciplina é necessária para desenvolver uma carreira, o que invariavelmente limita nossa liberdade e espontaneidade pessoal.

Mas a sociedade, como referência de nossas vidas, impõe restrições à nossas inclinações naturais de personalidade.

  • Esses dois “eus” (privado e social) são muito diferentes entre si, ou são coerentes e harmônicos?
  • Quanto do que somos estamos dispostos a renunciar em nome de nossa reputação, para atender a demandas do meio?
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Conclusão

Entender os quatro ângulos do nosso Mapa nos dá ferramentas para entender e alterar o nosso destino. Há uma razão pela qual somos assim, mas há opções de ser diferentes.

Ao analisar esses pontos, temos ferramentas para tomar decisões mais conscientes, equilibrando nosso desenvolvimento pessoal, profissional e emocional.

Afinal, somos resultado de nossa história, mas também temos o poder de transformá-la. Já descobriu quais são os seus desafios e como superá-los?

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Marcia Fervienza

Marcia Fervienza

Astróloga e terapeuta há mais de 20 anos. Associa sua experiência com aconselhamentos analíticos ao trabalho com Astrologia para facilitar o autoconhecimento, o empoderamento e a transformação pessoal.

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