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Quatro formas de detectar o câncer de pele

Método simples de observação identifica sinais precoces da doença

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O câncer de pele é aquele que surge de mansinho, chega de forma que você não percebe de imediato. Geralmente começa com uma pequena mancha, e vai se desenvolvendo aos poucos. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), estima-se que o Brasil terá, no ano de 2012, 62.680 casos novos de câncer da pele não-melanoma entre homens e 71.490 em mulheres. Esses valores correspondem a um risco estimado de 65 casos novos a cada 100 mil homens e 71 para cada 100 mil mulheres.

Pouca gente sabe, mas o câncer de pele normalmente aparece depois de alguns anos. Ou seja, a pele deve ser alvo de cuidado constante, desde a nossa infância. A exposição ao sol é o grande vilão dessa história. Lembra quando era criança e seus pais insistiam em lambuzar você de protetor solar, principalmente se brincava na água? E eles estavam certíssimos! O protetor atua em nossa pele como uma espécie de escudo, impedindo que o mal maior aconteça. Infelizmente, a exposição prolongada ao sol ou em horários inapropriados, das 10h às 16h, nos leva a ter problemas sérios na fase adulta.

Outro fator que também não podemos esquecer é o de ordem genética, e que precisa ser observado. Pessoas que possuem casos de câncer da pele na família devem ficar atentas e tomar mais cuidado ao se expor ao sol.

Prevenir ainda é o melhor remédio

Para evitar males como o câncer, sugiro filtro solar com proteção 15 ou mais, chapéu e óculos escuros. Aliar a prática de esportes à uma dieta saudável, rica em verduras, cereais integrais, frutas e nozes ajuda igualmente a prevenir diversas formas de câncer. Também é importante fazer um “check up” pelo menos uma vez ao ano para avaliar determinadas pintas ou sinais que surgem na pele.

O cuidado com o sol é essencial. Os raios ultravioletas estão em toda parte. Mesmo em locais fechados, mas iluminados com lâmpadas fluorescentes, há irradiação UV. Portanto, deve-se usar protetor solar diariamente. O abuso crônico da exposição à radiação solar traz danos à imunidade da pele, induzindo os carcinomas (câncer) e provocando o envelhecimento da pele (manchas, vasos, flacidez).

Diagnóstico e tratamento

Os melanomas são lesões que normalmente se originam de pintas já existentes, e que frequentemente se transformam com rapidez. Os sinais mais precoces podem ser detectados através de uma regra conhecida como ABCD:

  1. Assimetria: uma metade da pinta é diferente da outra.
  2. Borda irregular: contornos mal definidos.
  3. Cor variável: muitas tonalidades numa mesma lesão (preta, castanha, branca, vermelha, azulada).
  4. Diâmetro: maior que 6,0 mm (diâmetro de um lápis).

O autoexame constante da pele já é um bom início para evitar ou tratar a doença precocemente. Ao aparecer qualquer mancha, pinta nova na pele ou uma espécie de ferida, anote a data em que ela apareceu. Manchas pruriginosas (que coçam), descamativas ou que sangram são sinais que indicam que algo não está bem. Em frente ao espelho e com a ajuda de um espelho nas mãos, faça o autoexame. Caso encontre qualquer diferença ou alteração, procure orientação médica.

Se identificou alguma alteração na sua pele, é preciso consultar um especialista para que ele solicite ao paciente uma biópsia. Com o resultado em mãos, cabe ao profissional decidir a melhor conduta para cada caso: cirurgia convencional, quimioterapia, radioterapia ou cirurgia micrografia. O câncer de pele tem grande poder de metastatização, ou seja, pode se espalhar com facilidade para outros órgãos do corpo. Por esse motivo, deve ser diagnosticado e tratado no início.

Quando detectado precocemente, o câncer de pele apresenta altos percentuais de cura. Infelizmente, o número de pessoas que podem chegar a ser acometida com esta doença ainda é relativamente grande. Vale lembrar que pessoas de pele clara têm maior incidência de ter a doença, assim como aquelas que se expõem demasiadamente ao sol, são fumantes ou se submetem com frequência a câmeras de bronzeamento artificial.

Gabriela Casabona

Gabriela Casabona

Médica dermatologista, participou da equipe da primeira temporada do programa "10 Anos Mais Jovem", do SBT. Co-autora do livro Cosmiatria em Dermatologia, mantém consultório em São Paulo e colabora no Ambulatório de Laser da Faculdade de Medicina do ABC,

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