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Reaprendendo o que é Feminino

Especialista no tema convida à reflexão sobre o valor das mulheres

Atualizado em

“Para toda mulher, há sempre três mulheres: ela menina, sua mãe e mãe da mãe” – D.W. Winnicott

Amo os homens, mas aprendi a ser mulher com as mulheres: sendo filha da minha mãe, sendo amiga, sendo mãe das minhas filhas, e sendo mulher do meu companheiro e não sua filha ou mãe.

Precisamos reaprender o que é o Feminino. Minha mensagem urgente para as mulheres é: precisamos voltar a sentir com o nosso útero.

Afinal, se não há espaço para a fisiologia feminina, como as meninas vão aceitar seu corpo como ele é?

Quantas mulheres atualmente deixaram de observar os ciclos do próprio corpo, deixando de lado a riqueza desse período de introspecção, recolhimento e contemplação de si mesmas?

Precisamos cuidar de nossos filhos e não simplesmente delegar essa importante tarefa a outras pessoas.

Não estou criticando as mães que precisam trabalhar e sustentar sua família, mas temos que parar e refletir um pouco sobre a função da maternidade na evolução da mulher e quais são as nossas prioridades femininas.

Precisamos conviver com nossas crianças, escutá-las e amá-las.

O que são dois anos de dedicação de uma mãe, diante de toda uma vida de identidade fortalecida de seu filho que teve seu apoio e presença? Que ouviu sua voz e sentiu seu cheiro e calor?

Pois sabemos que uma mãe nunca tem paz se seu filho não é capaz de viver sua própria vida.

E o que vemos hoje são muitos jovens perdidos, em todos os níveis: emocional, físico, mental, intelectual e espiritual.

Precisamos lutar por leis mais flexíveis e justas para as mulheres. Na Suécia a licença maternidade chega a 480 dias.

Na União Européia, o pai tem duas semanas de férias remuneradas como forma de receber plenamente a criança em seu nascimento, criando a chamada “paridade parental”.

O que é feminino: Carreira e sexualidade

Por outro lado, a identidade feminina não vem só da maternidade. Vem do estudo e de ganhar nosso próprio dinheiro. E de voltar a ter orgasmos, sermos donas da nossa sexualidade.

Enfim, precisamos nos reunir para resgatar a nossa identidade de mulher, que não precisa se sentir impotente, insegura, hesitante, bloqueada, incapaz de realizações, entregando a própria criatividade para os outros.

Muitas escolhem parceiros, empregos ou amizades que lhe esgotam a energia, sofrendo por viver em desacordo com os próprios ciclos.

Não precisamos ser superprotetoras de nós mesmas, inertes, inconstantes e vacilantes, incapazes de regular nossa própria marcha ou de fixar limites. Esses foram os padrões que recebemos do mundo patriarcal; já é hora de dar o “Basta!”.

Para vermos isso acontecer, vamos criar pequenos rituais que nos possibilitem o reaprendizado do feminino.

Visitar nossas mães, tias, avós e mulheres que nos passem amorosamente sua experiência de vida feminina.

Podemos instituir no mês o “Dia da Amiga”, para estarmos em um ambiente acolhedor, reunidas com nossas amigas queridas, falando do que nos dá prazer.

Somos mulheres e queremos viver e amar como mulheres.

Eliana de Almeida

Eliana de Almeida

Pedagoga, facilitadora didata de Biodanza formada pela Internacional Biocentric Foundation. Trabalha com grupos regulares há mais de 12 anos de Biodanza e também com grupos de mulheres para o desenvolvimento do self feminino - www.biodanzario.com.br

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