Roda da Fortuna: carta do Tarot aponta mudanças inesperadas
Arcano ensina a lidar com início e fim de ciclos
Por Giane Portal
Uma das cartas do Tarot que mais gera confusão é o Arcano X, a Roda da Fortuna. Quase que imediatamente, as pessoas associam a palavra “fortuna” a “riquezas”, e acabam acreditando que essa carta representa dinheiro e ganhos materiais. Entretanto, esse arcano possui um significado muito mais profundo e abrangente.
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Origem da Roda da Fortuna
Em primeiro lugar, é preciso compreender a origem simbólica desta carta. A Roda da Fortuna é o tear das Moiras, Cloto, Láqueis e Átropos – as deusas gregas que fiavam, teciam e cortavam o fio da vida. Trata-se de uma metáfora dos processos de nascimento, crescimento e desenvolvimento, e desencarne. O fio da vida na roca do destino.
Fortuna também é a deusa romana da sorte, seja ela boa ou má. Geralmente é representada portando a cornucópia, símbolo de abundância, e o leme, que por si só já lembra a figura da Roda, acrescido do sentido de direção.
Na imagem desse arcano, vemos uma grande Roda que se sustenta em um eixo, e no topo uma figura (geralmente uma esfinge, que simboliza os desafios), além de uma personagem subindo e outra descendo em seu arco. Não se trata da roda do dinheiro, portanto. É a roda da vida.
Quais ciclos se repetem na sua vida?
Em seu sentido mais amplo, a Roda da Fortuna nos remete aos ciclos do destino. Como as galáxias e os grandes impérios passam por períodos de desenvolvimento, apogeu e declínio, assim também acontece com nossa vida.
Entretanto, o movimento é circular e como nada se mantém para sempre no topo da roda, também nada se mantém em decadência. A roda gira e então inicia-se uma nova fase. São ciclos dentro de ciclos – alguns mais extensos, outros de curta duração.
Este arcano nos questiona, portanto, quais são os ciclos que se repetem em nossa vida; e revela, quando associado a um arcano menor, em que posição da roda nos encontramos naquele momento, em relação a uma determinada situação.
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A transitoriedade da existência
Se tudo é cíclico, a Roda da Fortuna é um aviso sobre a constante transitoriedade de nossas experiências. A separação, de uma forma ou de outra, é inevitável – mesmo no caso dos amores eternos. A estabilidade é relativa, vivemos em constantes mudanças. A duração desses ciclos atua de forma diferente na vida de cada indivíduo.
Assim, costumamos chamar de “estáveis” aqueles períodos nos quais tudo se mantém sem mudanças consideráveis por um longo período de tempo, mas mesmo essa noção de tempo é relativa.
A vida, entretanto, é imprevisível. Reviravoltas podem acontecer a todo e qualquer momento, porque não temos controle total daquilo que nos acontece.
Arcano ensina a lidar com fatores externos
Decisões e escolhas acertadas, assim como nossa capacidade de análise e ação, são grandes determinantes dos rumos que tomamos em nossa existência.
No entanto, é preciso lembrar que estamos sujeitos também a fatores externos, à força das circunstâncias e à vontade do outro – ou dos outros – durante todo esse percurso.
A Roda da Fortuna nos convida, portanto, a ficarmos abertos às oportunidades que o destino nos oferece, a tirar vantagem da boa sorte e a lidar com marés de azar, de negações ou com os períodos nos quais as coisas não vão bem.
Por mais acertadas que sejam nossas atitudes, nem sempre o momento é propício para que possamos atingir aquilo que desejamos. Nem sempre é nossa culpa, nem sempre é nossa responsabilidade.
A consciência de fazer o melhor que podemos e de dar o nosso melhor deve imperar em qualquer experiência, tenha ela um desfecho glorioso ou não. Assim, o conceito de que “somos responsáveis pelo nosso próprio destino” ganha um novo sentido e uma outra dimensão.
O que estamos buscando?
A Roda da Fortuna nos lembra de que o controle total sobre nossa vida, assim como sobre nosso destino, é ilusório. Em determinadas situações, o exercício do livre arbítrio se restringe ao que diz respeito às nossas atitudes e posturas perante fatos consumados e fatores externos.
Não raro investimos muita energia buscando segurança para nossas vidas, mas basta alguma reflexão para percebemos que deter o controle absoluto das situações é uma utopia.
Devemos ser hábeis ao conduzir nosso leme, mas nem sempre podemos prever se o mar em que navegaremos será manso ou revolto. Ou mesmo se uma tempestade chegará sem aviso. Ainda que essas situações tenham sido antecipadas, nem sempre é viável evitar as adversidades.
A Roda da Fortuna nos traz o ensinamento da confiança, em si mesmo e na vida. Impossível não cair nunca. O importante, contudo, é saber levantar. Chegamos então ao próximo Arcano, de número XI, A Força (veja tudo sobre ele aqui).
Estuda Astrologia e Tarot há 16 anos e desde 2006 ministra cursos e palestras. Foi diretora social da Central Nacional de Astrologia e atualmente faz parte do Conselho Deliberativo desta organização.
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