10 bons motivos para assistir à série Uma Nova Mulher
Produção turca, série Uma Nova Mulher retrata a história de três amigas e mostra como a Constelação Familiar pode contribuir para a solução de problemas
Por Alice Duarte
A série Uma Nova Mulher, que estreou no fim de julho na Netflix, tem conquistado o público brasileiro (e em especial o feminino). A obra retrata a jornada de três amigas – Ada, Sevgi e Leyla – em busca de uma nova conexão espiritual e de um novo “eu”. O título original em inglês é Another Self, por isso a referência ao seu novo “eu”.
O sucesso é tanto que há algumas semanas a produção turca figura no top 10 do streaming. Antes de tudo, essa popularidade toda se deve ao fato do seriado abordar de forma brilhante as consequências dos traumas familiares do passado.
Além disso, também retrata como a Constelação Familiar pode contribuir para a solução de problemas cotidianos – que vão de doenças a dificuldades nos relacionamentos.
Sobre o que trata a série Uma Nova Mulher
O seriado é um romance-drama ficcional que pode parecer meio clichê, mas, com o desenrolar das histórias das personagens, vai se tornando mais profundo.
A série descortina o background familiar e as causas dos problemas enfrentados pelas três protagonistas. Elas são mulheres entre 35 e 40 anos que têm em comum seu feminino ferido.
Claro que a série foi escrita para fisgar um público formado por mulheres que enfrentam as maiores batalhas do seu tempo. Elas são fortes e bem-sucedidas, mas escondem dificuldades para ter e manter um relacionamento, para confiar e se entregar aos homens.
A história parte do drama pessoal da advogada Sevgi, que enfrenta a reincidência de um câncer após tratamento quimioterápico. Acompanhada das amigas, ela sai de Istambul e parte para uma cidade do litoral para tentar um novo tratamento.
A partir do encontro com o terapeuta Zaman, ela e as amigas têm suas vidas transformadas após passarem por sessões de Constelação Familiar em grupo. Na série, a terapia é chamada de Expansão da Família de Origem, por restrições ao uso da marca.
A série Uma Nova Mulher é só sobre Constelação Familiar?
Não! É bom ressaltar que a série em si não é sobre a Constelação. Mas a ferramenta assume praticamente a importância de um personagem ao ser catalisadora de grandes acontecimentos.
Isso porque ela leva as mulheres da história e o público a se confrontarem com o seu próprio passado e o de seus ancestrais.
10 bons motivos para assistir à série Uma Nova Mulher
Se você ainda não assistir ao seriado e quer ter boas razões para isso, aqui vão 10 bons motivos para você maratonar a primeira temporada. São apenas 8 episódios!
1 Aborda questões da alma humana
Já vimos uma infinidade de filmes e séries que tratam de questões psicológicas, dramas pessoais e familiares sob a ótica da psicoterapia ou da psicanálise.
Mas, a grande contribuição desta série turca é abordar essas questões da alma humana por um viés sistêmico, transgeracional.
2 Joga luz sobre o passado
Pelo movimento dos personagens nas sessões em grupo, você vai compreender que o passado, independentemente de nos lembrarmos dele ou não, está salvo em algum lugar imaterial (que, na Constelação, chamamos de Campo Morfogenético ou Campo de Memória).
Na prática, são como as caixas pretas dos aviões que armazenam os dados do que aconteceu, não importa quantos impactos sofram. Em dado momento de nossas vidas, esses acontecimentos não pacificados ou integrados ressurgem para que possamos confrontá-los novamente.
3 Ajuda a entender como funciona a Constelação
Se você tem interesse em saber como é feita, na prática, uma sessão de Constelação Familiar em grupo – como acontece a atuação dos representantes, do facilitador, e como isso tudo se relaciona com o sintoma ou queixa do cliente e sua história de vida –, a série é fantástica e muito didática para isso.
4 Não perde a coerência ao longo da história
A obra retrata a Constelação Familiar de forma muito coerente, próxima à realidade e compatível com trabalho feito originalmente por Bert Hellinger – embora o facilitador Zaman adote uma abordagem mais clássica da técnica quando intervém nos movimentos e falas dos representantes.
Nas Novas Constelações, por exemplo, que foi a evolução desse trabalho, as intervenções do facilitador no campo são mínimas, e a participação da pessoa é muito mais ativa: é ela quem fala as frases sistêmicas de solução.
5 Explica o impacto dos padrões familiares
Você vai entender por que padrões familiares se repetem geração após geração e como os segredos de família trazem repercussões severas para os descendentes.
6 Trata das escolhas profissionais
Geralmente, nossas escolhas profissionais são decisões pautadas por eventos difíceis do passado. As profissões das protagonistas da série, por exemplo, foram escolhidas por elas como tentativa de compensar tragédias familiares.
7 Expõe o paralelo entre doenças e sentimentos
Você vai ver que as doenças geralmente representam algo (acontecimento, emoção, etc.) ou alguém excluído, negado, rejeitado. Elas talvez estejam se manifestando na tentativa de fazer você se lembrar de alguma coisa do passado.
8 Discute a carga que muitas pessoas carregam
É possível compreender a natureza dos emaranhamentos sistêmicos, quando os descendentes assumem, inconscientemente, cargas e destinos de membros de gerações passadas.
9 Fala sobre limites terapêuticos
A série ajuda a entender as possibilidades e a aplicabilidade da técnica para inúmeras situações, assim como os seus limites ao não substituir um tratamento médico convencional e, sim, complementá-lo.
O facilitador Zaman deixa claro isso logo no primeiro episódio: “Nós trabalhamos com as raízes espirituais das doenças. Se chegarmos à fonte, a doença pode melhorar e dar uma guinada em direção à cura, mas não é certeza.”
10 Você pode se identificar muito mais do que imagina
Não é só uma série romântico-dramática, é um convite para se observar, se questionar, rever sua história familiar e tudo o que não tem conseguido enfrentar e superar na sua vida.
Afinal, como questiona Ada, “Se soubéssemos o quanto o passado nos afetou, ainda evitaríamos confrontá-lo?”
Alice Duarte é facilitadora de Constelação Sistêmica Familiar e Organizacional, com treinamentos internacionais com o alemães Bert e Sophie Hellinger, e os espanhóis Joan Garriga e Brigitte Champetier de Ribes. Desde 2015 facilita processos de autoconhecimento, cura emocional e solução de conflitos nos relacionamentos. É jornalista, mantém um site autoral com artigos em português e é criadora do programa online Por Uma Vida Sem Amarras. Vive em Curitiba, onde trabalha com grupos terapêuticos, workshops, cursos e atendimentos individuais (presenciais e online) de Constelação Familiar e Consultoria Sistêmica Empresarial. Aqui no Personare escreve sobre autoconhecimento e relações humanas.
Saiba mais sobre mim- Contato: contato@aliceduarte.com
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