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Shiatsu na busca da saúde integral

Saiba como funcionam as práticas shiatsu pés descalços e zen shiatsu

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O shiatsu (shi – dedo; atsu – pressão) é um método terapêutico originário do Japão, que visa – através da pressão com os dedos em pontos de meridianos (linhas energéticas) ao longo do corpo – restabelecer e manter a saúde de forma integral. Isto acontece quando o fluxo de energia vital (Chi, Qi, Ki) não tem nenhum distúrbio em seu fluxo natural.

Na medicina tradicional chinesa, todo ser vivo tem uma capacidade de autorregulação natural. Isso reflete a integração do homem com o meio ambiente, e também do homem com sua própria fisiologia. Propriedade esta também denominada como homeostase. Sendo assim, um desequilíbrio de saúde – seja de ordem física, emocional ou mental – é visto como uma falha desse sistema de autorregulação. Quando isso ocorre, o organismo começa a manifestar uma variedade de sintomas. Nesse sentido, as terapias integrativas e complementares podem fazer com que o corpo retome sua capacidade de equilíbrio e de autorregulação

Dentre as diversas práticas terapêuticas que abordam o indivíduo de forma integral, destacaremos o zen shiatsu e o shiatsu pés descalços. Ambos com sua origem a partir do shiatsu tradicional, que teve diversas escolas difundidas pelo mundo em função da forte migração japonesa, ocorrida a partir da II Guerra Mundial. Sendo assim, em diferentes países surgiram escolas e estilos diferenciados, propagando o shiatsu e suas variações.

Zen shiatsu ou meditação pelo toque

O zen shiatsu é uma dessas variações, idealizado por Shizuto Masunaga e muito difundido na Europa, Oceania e Américas. Desenvolvido através do conhecimento milenar da medicina chinesa e influenciado pelo zen budismo ou filosofia zen, esta variedade do shiatsu pode ser traduzida como “meditação através do toque”, já que a filosofia zen tem como premissa a busca da iluminação através do autoconhecimento.

Masunaga, então, quando une o zen ao shiatsu, estabelece um modelo terapêutico que ultrapassa a pressão dos dedos sobre os meridianos e pontos energéticos. Isto é de extrema importância, já que essa visão foi distorcida principalmente no ocidente. Nesse caso, o zen shiatsu foi visto apenas como uma relação de estímulo de determinados pontos para alívio de sintomas de forma imediata e automática. Esse conceito distorcido acaba deixando de lado a base da própria terapêutica utilizada, que visa ativação da força vital do organismo e sua capacidade inata de autorregulação.

Com a prática correta do zen shiatsu, se intensifica o fluir adequado de energia (chi), tanto do terapeuta quanto do interagente (cliente, paciente). E ainda se desenvolve uma relação terapêutica entre ambos, trazendo durante todo o atendimento uma prática meditativa. São utilizadas durante a sessão de zen shiatsu manobras de pressão, deslizamento, fricção, movimentação articular, alongamentos e, principalmente, a respiração pausada, profunda e tranquila, sincronizadas entre terapeuta e interagente. O que oferece a esta técnica uma característica mais meditativa e suave do que as outras, mas não por isso menos profunda.

Shiatsu pés descalços

Já no shiatsu pés descalços, desenvolvido por Shizuko Yamamoto, o terapeuta trabalha, durante todo o atendimento, predominantemente com os pés, e não com dedos, polegares e palmas das mãos, como ocorre no shiatsu tradicional. Essa prática também se diferencia do zen shiatsu, no qual o terapeuta utiliza manobras com o uso de cotovelos e joelhos. Além disso, no zen shiatsu o terapeuta tem um papel diferenciado em relação ao trabalho com as mãos. Uma permanece o tempo todo em contato com o interagente de forma passiva (sem realizar manobras) e a outra de forma ativa, além dos alongamentos executados ao longo do corpo.

No método shiatsu pés descalços, também derivado do shiatsu tradicional, o terapeuta fica em pé e utiliza os próprios pés – em alguns momentos com pisadas parciais e outros com pisada total (manobra realizada com os dois pés) – sobre o corpo do interagente. Cada manobra utilizada irá depender das patologias a serem cuidadas e da experiência de cada terapeuta. As recomendações e precauções sobre o método também devem ser avaliadas de acordo com a individualidade e necessidade de cada interagente.

No shiatsu pés descalços, a ação gravitacional é utilizada ainda com maior função, pela própria postura do terapeuta. E, assim como o zen shiatsu, o shiatsu pés descalços também tem um ritmo mais lento, em comparação ao shiatsu tradicional. Sendo assim, ocorre um estímulo ainda mais profundo e intenso da energia vital (Qi), trazendo para o método uma característica muito relaxante. De forma geral, o shiatsu pés descalços é mais indicado para pacientes adultos e sadios, como um método mais preventivo, apesar de seu registro no hospital escola de medicina, em Anhui – Pequim, ser a principal indicação para casos de hérnia de disco.

É importante sempre retomar a base de cada técnica aplicada e ter muito critério do terapeuta na escolha da terapêutica para seu interagente. Quando tratamos de práticas complementares e integrativas de saúde, a vivência da técnica e a prática são fundamentais. O terapeuta deve buscar a origem do desequilíbrio, fazer uma avaliação prévia e delimitar os caminhos a serem seguidos.

Giane Honorato

Giane Honorato

Naturóloga formada pela Universidade Anhembi Morumbi, em São Paulo. Possui pós-graduação em Iridologia Alemã e Método Rayd, e em Fitoterapia Clínica e Nutracêutica.

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