Sobrecarga profissional e shiatsu
Benefícios do shiatsu para quem acumula estresse no trabalho
Por Gustavo Lunz
Você se considera uma pessoa sobrecarregada profissionalmente? O que faz para reduzir essa pressão?
As necessidades modernas de eficiência e aproveitamento máximo de tempo são práticas comum nos centros urbanos. O sacrifício da saúde também, mas isso é o que chamam de “marketing pessoal negativo” e quase ninguém comenta, a não ser no consultório médico ou com outros profissionais de saúde. Como shiatsuterapeuta, me enquadro nessa segunda categoria. Assim, pela experiência de trabalho dentro do ambiente empresarial, tenho a oportunidade de observar as consequências da sobrecarga profissional em muitas pessoas diferentes.
A questão envolve regime de horários, dieta, modo de trabalho, condicionamento e constituição física, entre outros fatores. Para exemplificar, vou compartilhar um exemplo: mulher, analista, trabalha de nove às seis. Faz regime para emagrecer, passa a maior parte do tempo em frente ao computador, estuda depois do trabalho. Essa mulher está insatisfeita com o próprio peso, precisa cuidar dos filhos pequenos quando chega em casa, dorme seis horas por noite e acorda cansada. Sua disposição psíquica é um estado oscilante de irritação e todas as suas queixas de saúde derivam de um diagnóstico igualmente irritante que todos conhecem muito bem: estresse.
Reuni opiniões de 16 mulheres que se enquadram nesse perfil, sobre o benefício pessoal que conseguem com apenas quinze minutos de shiatsu, duas a três vezes por semana. Aquelas que mais se repetiram podem ser dividas em dois blocos. No primeiro estão: sensação de proteção contra a atmosfera negativa do ambiente de trabalho, diminuição do acúmulo exagerado de tensão psíquica, momento de quebra de rotina e recolhimento ideal para “recarregar as baterias”, melhora da concentração e clareamento das ideias.
O segundo bloco aborda os benefícios do relaxamento. Todas as mulheres entrevistadas têm em comum a dificuldade de relaxar. Não por acaso é exatamente com esse argumento que chegam até nós. O fato é que um dos recursos de combate ao estresse, perfeitamente legítimo, é o relaxamento. Quando levamos em consideração que para atingir este estado raramente dependemos exclusivamente de nossa boa intenção, o shiatsu revela-se uma ferramenta poderosa neste sentido, principalmente quanto à qualidade: a profundidade de relaxamento proporcionada pelo shiatsu é atingida com mais velocidade e requer menos tempo quando comparada com outras técnicas. Se você já dormiu durante uma sessão de shiatsu, sabe do que eu estou falando.
Por outro lado, tenho de explicar que o relaxamento é um subproduto da técnica, pois o objetivo do terapeuta é desfazer as estagnações periféricas de chi (energia vital) produzidas por má postura, esforço repetitivo e noites mal dormidas, principalmente, neste caso. Ocorre também, desde que a prática se torne regular, uma preservação do sistema de imunidade do organismo que se fortalece contra doenças oportunistas graças à liberação de endorfina que o shiatsu promove. Essa é a fonte da sensação de bem estar que percebemos ao fim da sessão e que nos esforçamos para levar a diante ao longo do dia.
O principal vilão que verificamos é o estado de alerta permanente que o “funcionário comprometido” precisa exibir para ser notado nesses ambientes competitivos. Ele, junto com todas as condições de trabalhado já citadas, é quem dispara a ordem de tensão muscular e termina por obstruir gradualmente a circulação de chi do indivíduo. O organismo se mobiliza para a sobrevivência numa resposta biológica preparada para a luta ou a fuga, e a perpetuação dessa condição sem a resolução do problema é o que se chama de estresse negativo, ou seja, a frustração gerada por um fracasso de adaptação.
Dessa forma, mesmo que você só procure o shiatsu para aliviar a tensão nos ombros, a dor lombar e a sensação de peso nos braços provocado pelo mouse, saiba que está fazendo muito mais pela sua saúde do que o senso comum poderia supor.
Dicas práticas para diminuir o estresse acumulado no trabalho
Postura: a atividade muscular que requer maior esforço do organismo é aquela onde há contração e não há movimento. A dor é o primeiro sinal de uma estagnação e o movimento a forma mais simples de evitá-la. Se você precisa permanecer sentado por uma hora diante do computador, separe alguma fração deste tempo para movimentar ombros, braços, troncos e pernas, principalmente. Se vai ficar 6 ou 7 horas sentado, crie interrupções dirigindo sua intenção para esses grupos musculares. Eles também precisam de atenção.
Acupunturista e shiatsuterapeuta pela Academia Brasileira de Artes e Ciências Orientais. Atua em programas empresariais de qualidade de vida.
Saiba mais sobre mim- Contato: gustavo.lunz@gmail.com