Sua vida virou de pernas para o ar?
Entenda como agir durante quadratura Urano-Plutão, que dura até 2017
Por Vanessa Tuleski
No artigo “Nações em Estresse” analisamos o impacto da quadratura Urano-Plutão para algumas nações. Mas este aspecto, que vem ocorrendo desde 2010 e só termina em 2017, não está influenciando apenas o cenário internacional. Sugere mudanças também na vida das pessoas, em especial daquelas que têm Ascendente, Meio-do-Céu, Sol, Lua, Mercúrio, Vênus e Marte entre os graus 8 e 14 de Áries, Câncer, Libra e Capricórnio, que são aqueles cobertos pela quadratura até o seu término. Para saber seus posicionamentos astrológicos, faça gratuitamente a versão mini do seu Mapa Astral.
Se você passou recentemente por uma mudança brusca em sua vida, que ainda está tendo de digerir, ou se está se sentindo em crise entre caminhos antigos (representados por Plutão transitando em Capricórnio) e novos e desconhecidos (representados por Urano em Áries), vale a pena continuar lendo este artigo.
Como uma grande onda
A quadratura Urano-Plutão é, antes de mais nada transformadora, embora isto muitas vezes seja na base do “doa a quem doer”. Ela é contrária, portanto, à resistência que o ser humano costuma apresentar em relação à necessidade de transformar, evoluir e crescer. Só por este motivo já não é fácil, concorda?
Simbolicamente, é como se ela fosse uma grande onda, em que é melhor saber como ela funciona e o que fazer diante dela. Em um mar agitado, quando vem uma onda o que se faz é mergulhar por baixo e tentar se posicionar da melhor forma, certo? Tenta-se fazer isto antes que ela quebre, pois, se não se proceder desta forma, com um bom senso de oportunidade e até um bom posicionamento, ela tenderá a puxar o seu objeto e jogá-lo de um lado para o outro como uma máquina de lavar.
A quadratura Urano-Plutão estressea devido aos dois planetas que a compõem. Veja:
- Urano – mudança, imprevisibilidade, nervosismo
- Plutão – crises, problemas, apegos inconscientes, transformação
Mas como este aspecto atua na vida das pessoas?
- Possibilidade de haver um fator disparador, que pode ser um casamento que termina, um novo chefe que assume, um falecimento, etc. Mas isto poderá vir em “dose dupla”, ou seja, o casamento termina e com traição, o novo chefe assume e não gosta de você (ou você dele), você quer sair de um setor porque acabou seu ciclo, mas a sua chefia não quer liberar. Em suma: aquela ocorrência vem mesmo como uma grande crise.
- Se a ocorrência vem desta forma, não será de se surpreender o sintoma seguinte, que é a possibilidade de gerar pressão interna. Em termos simples: você pode variar do saco cheio ao completamente esgotado e deprimido ou, ainda, surtado devido à situação.
- Como você chega a um esgotamento, a consequência seguinte é a de que a “onda” Urano-Plutão provoque um intenso questionamento de condutas e caminhos tomados até então, o famoso “efeito limite”: você está no meio da pressão e quer sair dela, mas, a princípio, não sabe ainda como.
Detalhe: o “efeito-limite” ocorre principalmente em algo que insistiu, investiu ou quis muito, já que Capricórnio rege o tempo e o esforço, e Plutão, o mergulho profundo, as necessidades envolvidas e a vinculação. Eis porque pular deste barco não é fácil. Parte de você pode tentar resistir. Ou é você quem quer pular fora (Urano: liberdade), mas alguém, que pode ser seu chefe ou seu marido, não quer (Plutão em Capricórnio). Ou então está tudo misturado, você quer e não quer mudar!
Mas, se a crise continuar, em breve você começará a cogitar outras saídas, pois, como foi dito, uma das características mais destacadas deste aspecto é a pressão. Muita pressão. Como a tal onda do mar. E uma das formas de fazer pressão é justamente fazer com que você se sinta diante de um muro (regido por Capricórnio) ou dentro de uma prisão. Nesta hora, pode haver depressão, nervosismo ou desespero.
Como Urano-Plutão é um contato muito nervoso (vide o que está acontecendo no plano internacional), é muito comum que traga momentos de “surtos” e descontrole emocional. Neles talvez venha a existir propensão ao exagero, que, no entanto, para a pessoa é vivido como real: ela realmente se sente no limite. Nestas horas, um bom conselheiro (astrólogo, psicólogo, terapeuta, amigo, etc) é de muita valia, pois poderá trazer chão, ordem, estabilidade, e, principalmente, apontar novos caminhos e alternativas, que é precisamente o que Urano estando em Áries pede, mas que se reluta tanto em aceitar. Plutão em Capricórnio pode representar o nosso lado que tenta se agarrar ao passado, seja ele um caminho ou uma forma de ser e fazer que já se esgotou.
Plutão em Capricórnio pode representar o nosso lado que tenta se agarrar ao passado, seja ele um caminho ou uma forma de ser e fazer que já se esgotou.
Mudanças compulsórias
Assim como está fazendo no mundo, Urano-Plutão pode trazer mudanças compulsórias na vida das pessoas. Uniões de décadas podem acabar da noite para o dia. O que fazer quando alguma mudança o atingiu sem que você a tenha desejado?
Querendo ou não, não é possível mais ficar com o velho, simbolizado por Capricórnio, e pela corrosão que Plutão causa no que é antigo ao transitar por este signo. Plutão faz isto porque representa a função renovadora da natureza. Ele é morte e renascimento. É a natureza que muda e transforma, independente dos nossos apegos. Ele atual em prol do nosso crescimento. É chamado de planeta transpessoal (assim como Netuno e Urano) porque trabalha a favor da alma, e não do indivíduo. Assim, se algo está barrando o nosso crescimento, a tendência do nosso sombrio amigo é levar da nossa vida. E a sua obrigação, depois do que ele faz, é tentar entender para onde ir e como se regenerar.
Assim, depois de viver uma intensa crise plutoniana, que envolve muita dor emocional, pois por muito tempo paralisa a pessoa em um impasse, fazendo-a questionar o que fazer, a única saída (repito, única) é partir para Urano em Áries, isto é, rumo ao novo: libertação, novas abordagens, saídas, leituras, códigos. Para isto a ajuda do outro será fundamental. O outro poderá ser quem fará com que enxerguemos o quão no buraco ou enjaulado estamos na antiga forma e que novas abordagens podemos buscar.
Para sair da crise
Se você se sente “na panela de pressão” e quer começar a sair dela, comece a cogitar os seguintes passos:
- Deixar vir à tona os sentimentos de crise. Não é fácil. Enquanto pudermos, taparemos o sol com a peneira, mas o primeiro passo para a mudança é reconhecermos os “nãos”, isto é, que NÃO estamos bem, que NÃO sabemos o que fazer, que algo que tentamos NÃO deu certo e que continua a NÃO dar, mas, finalmente, que queremos MUITO alguma solução para o que nos aflige. E se realmente quisermos, o mais importante é que tentemos ficar abertos a ela.
- Constatada a falência (Plutão) do que não está bom, só resta buscar um novo caminho (Urano em Áries), para isto será preciso deixar de lado a onipotência (que, afinal, Plutão em Capricórnio também desafia, vide nações poderosas passando por problemas) e procurar ajuda, e, como já foi dito, se abrir para o novo (Urano em Áries), se permitindo encantar por aquilo que ele poderá trazer, reiniciar a jornada (Urano em Áries), deixando o antigo para trás (Plutão em Capricórnio). Afinal, você está vivo e tem muitos potenciais! Em termos espirituais, você é ilimitado, e o seu espírito tem sempre vontade e capacidade para avançar.
Frase de Plutão: o que não tem remédio, remediado está.
Uma música Urano-Plutão
Depois de conhecer a geografia, a bioquímica e funcionamento do aspecto Urano-Plutão, que tal ouvir música?
Surpreendentemente, ao pesquisar sobre o assunto, descobri que há 40 anos atrás o músico Tom Jobim fez uma música que é a cara deste aspecto: “Águas de março”. Seria Tom, além de poeta, um profeta? A explicação é mais simples. Na época de Tom, Plutão e Urano estavam próximos um do outro também em um signo cardinal. No ano em que a música foi lançada, ambos estavam em tensão com Saturno, que é o regente de Capricórnio, por onde Plutão transita. Falando em linguagem simples: muitos ingredientes de hoje estavam presentes naquele momento, apenas reunidos em uma outra receita! Lembre-se que era o auge da Guerra Fria e de muitas ditaduras, o que deixavam as pessoas em estado de tensão e medo. Algo diferente, mas parecido com agora, e também um tempo de muitas mudanças culturais. Hoje se questionam direitos civis dos gays, dentre outros assuntos, enquanto na época se discutiam temas como divórcio e casamento.
Agora vejamos um dos trechos da famosa música:
“É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um pouco sozinho
É um caco de vidro, é a vida, é o sol
É a noite, é a morte, é o laço, é o anzol
Agora dê uma pequena olhada no glossário de significados astrológicos.
- Plutão: fim, transformação, morte, crises, noite, mistérios, profundidade.
- Capricórnio: pedras, estruturas, tocos, restos, solidão.
- Urano em Áries: vida, começos, esperança, alternativas, inventividade.
Nos versos acima, há diversos símbolos ligados a Plutão e a Capricórnio, onde Plutão transita atualmente: pau, pedra, fim, resto, toco, sozinho, caco de vidro, noite, morte.
De Urano, que surge como a emergência do novo, por estar no primaveril signo de Áries temos a vida, o sol, o laço e o anzol (este último, representando uma possível solução).
A música segue com imagens fortemente ligadas a quadratura Urano-Plutão, mestra, como vimos, em abalar as estruturas, como “o vento ventando” ou “a chuva chovendo”. São imagens de grande dinamismo, como este momento que vivemos agora.
Além disso, a música é uma ode ao fim e ao começo.
- “É o fim da ladeira”: a sensação de crise e esgotamento de caminhos para indivíduos e nações. Com um detalhe: montanhas e ladeiras são capricornianas!
- “No rosto, o desgosto” daqueles que perderam pessoas em tragédias coletivas ou tiveram de encerrar de maneira brusca capítulos em suas vidas pessoais.
- “É o carro enguiçado, é a lama, é a lama”: os padrões que não servem mais, seja no consumo, na economia, na ecologia, na forma de agir, na vontade de ficar no mesmo lugar, sem evoluir.
Os versos finais representam a aurora de Urano em Áries, que também se antevê em palavras como passarinhos, atiradeiras e regatos:
“São as águas de março fechando o verão
É a promessa de vida no teu coração”.
Dica final
Você se enxergou no que foi dito por este artigo? Se sim, não desanime. Procure realizar a sua transformação onde lhe for mais difícil (Plutão em Capricórnio). Tenha coragem (Urano em Áries). Descubra onde e como precisa se libertar (Urano em Áries) de apegos que, no fundo, só estão te atrapalhando (Plutão em Capricórnio). Afinal, você é livre (Urano em Áries).
Nossos apegos podem ser nossos medos, sonhos pouco realistas, enganos, mágoas do passado, pessoas que não querem estar conosco. É onde quer que estejamos insistindo sem ter o devido resultado. Isto significa que estamos precisando mudar de estratégia, de abordagem, de visão, de paradigma.
O ser precisa ser maior que os obstáculos que enfrenta e é a teimosia e resistência (Plutão em Capricórnio) que muitas vezes nos faz afundar. Ou então salva, mas sempre para procurar novas alternativas (Urano em Áries).
“O tempo não para”, já dizia Cazuza. A vida não para.
Vanessa Tuleski dá consultas astrológico-terapêuticas e foi pioneira na Astrologia brasileira ao falar do Céu geral, ao invés do tradicional horóscopo signo a signo. É idealizadora do curso "Alimentação e seu Mapa Astral" no Personare. Participa dos programas semanais de previsões astrológicas no canal do YouTube do Personare.
Saiba mais sobre mim- Contato: vanessatuleski@gmail.com
- Site: http://www.vanessatuleski.com.br