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Entenda a ligação entre transtornos alimentares e feminino reprimido

Entenda como transtornos alimentares refletem o feminino reprimido e qual é o caminho para curar questões como obesidade e anorexia

Atualizado em

Outro dia, ouvi alguém dizer: “Meu corpo carrega um peso que não é só físico.” A frase ecoa o que Marion Woodman explora em A Coruja era Filha do Padeiro, da Editora Cultrix. A autora, analista junguiana, examina a ligação entre transtornos alimentares e feminino reprimido.

Esse peso, muitas vezes, vai além do corpo e reflete um mal-estar profundo da alma, que se manifesta em comportamentos alimentares disfuncionais.

Qual a ligação ente Feminino reprimido e transtornos alimentares?

Para Woodman, distúrbios como a obesidade e a anorexia não são apenas questões de dieta ou de imagem corporal, mas sintomas profundos de uma desconexão com o princípio feminino.

Por exemplo:

  • Obesidade pode ser uma forma de proteção, um escudo contra vulnerabilidades emocionais e o medo do abandono.
  • Anorexia é uma tentativa de controlar o corpo, negando sua própria vitalidade e sensualidade. 

Ambas expressam um grito silencioso da alma, pedindo reconexão com o Self, com o que há de mais autêntico e sagrado em nós.

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Corpo age quando a alma não pode falar

Cada pessoa terá uma maneira muito particular e subjetiva de lidar com a interação corpo-psique.

Isso se relaciona com sua história de vida, momento atual e suas questões pessoais, que muitas vezes permanece inconsciente e o corpo apenas atua, sem saber exatamente qual a função interna disso.

Por isso, os transtornos alimentares são respostas a uma cultura que valoriza excessivamente os princípios masculinos de controle, competitividade e produção. Assim, acaba reprimindo o mistério, a receptividade e a nutrição, inerentes ao feminino. 

Esse desequilíbrio pode levar à fragmentação psíquica, no qual a mulher se desconecta de sua essência, passando a viver apenas de maneira superficial.

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A função simbólica dos transtornos alimentares

Obesidade e anorexia não são “inimigos” a serem combatidos, mas mensageiros. Por exemplo:

  • O excesso de peso protege frequentemente a mulher de uma sexualidade que ela não se sente pronta para explorar.
  • A recusa alimentar pode simbolizar uma negação de alimentar a vida. 

Portanto, são complexos que carregam significados profundos, mas que, ao serem compreendidos, podem abrir portas para a uma consciência ampliada.

O Caminho para a Cura

A psicoterapia é um caminho poderoso para compreender essas mensagens. Ela oferece um espaço seguro para explorar a relação com o corpo, os sonhos e os padrões emocionais, a finalidade que sustenta esses sintomas. 

Somente ao encarar nossos próprios olhos é que podemos encontrar nossa voz autêntica e libertar o feminino reprimido.

Se você sente que carrega um peso emocional ou percebe que seu corpo está manifestando algo que sua alma tenta comunicar, considere buscar apoio psicoterapêutico. 

O processo pode ser desafiador, mas é também profundamente transformador. Afinal, o caminho para a harmonia psique/corpo começa com o primeiro passo: o de ouvir sua própria história.

Araiê Berger

Araiê Berger

Especialista em Psicologia Clínica e Hospitalar, dedica-se a temas como sonhos e simbologias. Possui mestrado em Ensino nas Ciências da Saúde e mais de 14 anos de experiência em psicoterapia clínica e supervisão de psicólogos, atuando presencialmente e online com foco em psicologia analítica.

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