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Veja a diferença com outros olhos

Nova consciência significa entender a diversidade

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Muito se fala numa “nova consciência”, mas o que é, afinal, esta mudança de paradigma, esta renovação conceitual? Há diversas opiniões sobre isso, porém uma em específico sempre me chamou a atenção: a nova consciência é o entendimento da diversidade. Temos em nosso mundo culturas inteiramente diversas umas das outras e, dentro destas mesmas culturas, as ideias e pessoas são também singulares. No velho modo de ver, vivemos em torno da cultura da dominação, a partir de um raciocínio dualista que divide o mundo em “vitoriosos” e “derrotados”. Isso inclusive se manifesta localmente, num espaço micro, quando pensamos que o nosso modo de ver, pensar, sentir e amar é o único possível e quem vê, pensa, sente e ama diferente é “maligno”. A nova consciência seria, portanto, um modo diferente de entender a diversidade do mundo. Não significa simplesmente tolerar a diferença, pois “tolerar” é um termo que traz implícito um sentido de “agüentar, suportar”. Significa, isso sim, conseguir apreciar a beleza do diferente, mesmo não gostando dele. Significa conviver, coexistir, e nada disso implica em anular suas crenças e gostos pessoais.

Há no mundo os que creem em Deus de diferentes formas, há os que não creem e há os indiferentes quanto a esta questão. Há homens que amam mulheres, homens que amam homens e mulheres que amam mulheres. Há até assexuados! Poderíamos citar aqui um sem-fim de diferenças, mas você mesmo pode pensar em tantas outras. O que importa, aqui, é o seguinte ponto: por que tais diferenças são vistas como um problema? Ao contrário, elas são uma solução! Não apenas uma solução contra o absolutismo, como também uma demonstração de como o ser humano é capaz de inventar novas formas de ser, sentir, amar e pensar.

Uma nova consciência, portanto, cria um novo mundo. Sim, é possível existir ao lado de quem é diferente de mim, mantendo meu próprio pensamento e entendendo o modo de vida do outro. Abrir-se a uma nova consciência nem sempre é fácil. Trata-se de um trabalho constante de auto-observação, a partir do qual nos tocamos de nossa própria mania de impor nossos pontos de vista aos outros.

Abrir-se a uma nova consciência nem sempre é fácil. Trata-se de um trabalho constante de auto-observação, a partir do qual nos tocamos de nossa própria mania de impor nossos pontos de vista aos outros.

E é normal que derrapemos, afinal fomos criados numa cultura que prega o medo ao que é diferente. Abrir-se a uma nova consciência é libertar-se deste medo, aprendendo a confiar que o diferente não morde, e que às vezes é preciso apenas ouvir o que o outro tem a nos dizer para compreendermos melhor esta outra realidade que se descortina.

Permita-se, nem que seja por um dia, descobrir que a paz é possível. E se este dia se estender pelos outros 364, você se tornou um agente da paz. Mais do que alguém que espera pelo fim dos conflitos: alguém que torna possível este mundo melhor.

Alexey Dodsworth

Alexey Dodsworth

Astrólogo e autor de análises de Astrologia, Tarot e Runas do Personare. Sua afinidade com temas esotéricos se alinha com sua defesa à liberdade de saberes, sejam eles científicos ou não.

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