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Verdades que machucam

Aceitar opiniões incômodas exige de nós maturidade e extrema humildade

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Não é à toa que as pessoas francas, que se posicionam claramente sobre os assuntos e que não hesitam em expor suas opiniões, mesmo que estas possam constranger e ofender, são aquelas geralmente vistas com antipatia por nós. Afinal, temos a tendência a desejar antes o afago, mesmo verbal, àquilo que possa nos fazer crescer ou que nos seja realmente útil.

É provável que por isso costumem dizer que nossos inimigos são os verdadeiros portadores da verdade. Afinal, eles nos apontam falhas de caráter e julgamento que nenhum amigo ou aliado conseguiria normalmente fazer.

Mas esta postura surge da onde? Penso que tudo resida no nosso amor-próprio, na nossa suscetibilidade, na nossa fragilidade imposta pelo ego. Eis aí porque surgem perguntas incômodas, tais como:

  1. Se não disserem o tempo todo que somos bons, inteligentes, belos ou importantes, significa necessariamente que não o somos de fato?
  2. De onde vem esta necessidade de autoafirmação?
  3. Por que colocamos tanto valor nas opiniões alheias, se na maioria das vezes, essas mesmas pessoas são julgadas negativamente por nós mesmos?

Aprendendo a aceitar a verdade

Nestes momentos, é importante não perder de vista a perspectiva correta das coisas, muito menos a lucidez. Se nos iludimos é tão simplesmente pelo fato de desejarmos muito ser iludidos.

Há quem rebata a frase anterior, com seu mecanismo de defesa já ativado, querendo se enganar ao fazer pensar que diz constantemente a verdade. É certo que podemos afirmar que na maioria do tempo o fazemos, porém, dificilmente para nós mesmos.

Aceitar a verdade, principalmente aquela que nos machuca, exige de nós muita maturidade e principalmente extrema humildade. Ter coragem de admitir quem somos e o que fazemos quando não existe nada de louvável a respeito, não é só difícil. Também nos obriga a sufocar o ego, a extirpá-lo.

Entretanto, como é muito mais fácil ignorar o problema e continuar adiante, fingindo que não é conosco, repetindo como um mantra que quem realmente tem problemas ou comete erros são os outros, a verdade permanece oculta e por isso, mal-aproveitada.

Enquanto os elogios lhe mantêm parado no tempo e acomodado, a crítica lhe sacode, mexe com seus brios.

Enquanto os elogios lhe mantêm parado no tempo e acomodado, a crítica lhe sacode, mexe com seus brios.

Enquanto os elogios lhe mantêm parado no tempo, acomodado, preguiçoso e egocêntrico, a crítica lhe sacode, mexe com seus brios. A crítica lhe enche de poder: o poder da escolha e da oportunidade de ser melhor, de ser diferente daquela imagem negativa a seu respeito que hoje se apresenta.

Da próxima vez que alguém disser a verdade, sorria e agradeça. É um presente. Cabe a você utilizá-lo com sabedoria, de modo a nunca mais precisar dele.

Vanessa Mazza

Vanessa Mazza

Graduada em Comunicação Multimídia pela UMESP, é taróloga há mais de 15 anos. Estuda as abordagens desta prática, com o fim de decifrar a complexidade humana, abrangendo em suas consultas temas como feng shui, i ching, astrologia e numerologia.

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