Você é sustentável para si mesmo?
Reveja sua estratégia para lidar com a vida e faça um plano de mudança
Por apiki
Sustentável é o nome que damos para o conjunto vivo de recursos, movimentos, ações, esquemas ou comportamentos que nos oferecem como resultado consequências “mantenedoras”. Algo sustentável é autonutritivo, não corre riscos de escassez perigosa ou interrupção bruta – se sustenta, se mantém, se multiplica.
A sustentabilidade tem estado em pauta com foco no planeta, na ecologia de recursos naturais e biológicos. Mas ela é igualmente importante para o indivíduo em suas relações e em seu desenvolvimento pessoal. Sustentabilidade também pode indicar algo de ruim, quando ela aparece no crime organizado, por exemplo (sistema vivo de crime que é sustentável, não se derruba fácil).
Portanto, quero abordar aqui, a sustentabilidade pessoal, com vistas a pessoas sadias, e que prezam por seu desenvolvimento, em paz e com seu destino expresso. Naturalmente, é desnecessário enfatizar que multiaspectos da vida estão em cena: físico, mental, emocional, espiritual, social, familiar, amoroso, sexual, quântico! Para sermos sustentáveis “pessoalmente”, nosso nível de maturidade e aprendizagem com a vida conta muito!
Personalidade e estratégia
Temos uma estratégia pessoal para lidar com a vida, desde muito pequenos, que vem em curso. Ela aparece no Mapa do Método Quantum, no Mapa Astral, no Eneagrama, ou nas falas da nossa mãe, sobre nosso “jeito de ser”. Com seus traços genuínos, você pode se lembrar de muitas coisas que conquistou na vida. A extroversão, e a capacidade de fazer amigos, a concentração e o conhecimento adquirido que tanto serve ao mundo, o talento para resolver problemas práticos, ou a vocação para cuidar de quem precisa… A beleza da sua personalidade adota uma estratégia de base, em termos comportamentais, em seu apoio.
No vídeo sobre Sustentabilidade pessoal postado no site do Grupo Quantum (www.metodoquantum.com.br), o texto me comoveu quando diz que: “usar os seus talentos é uma questão de solidariedade com sua felicidade pessoal. Talentos não utilizados se transformam em sintomas. Portanto, é imperativo, para estar em sintonia com seu desenvolvimento (sustentável), conhecer a si mesmo. Saber seus sonhos, e ousar sonhá-los. Considerar com seriedade suas características, e administrar a dor e a delícia de ser o que somos – requer atenção. Estudo, coaching, orientação, experiências. Descobri, por ser terapeuta, e estudar o interior das pessoas, que elas se julgam muito, de formas distintas, e acabam presas no seu desenvolvimento (interrompido!) por se condenarem antes de tentar resolver as coisas com uma estratégia pessoal…
Libere-se das amarras
E se a sua estratégia pessoal (de base, por assim dizer) não funcionar? Ajeita, manobra, revê e reage! Libere-se primeiro emocionalmente de amarras de certo e errado, procurando uma abordagem pessoal ecológica (boa para você e boa para os resultados que você espera do meio). E tenha um plano de mudança envolvendo:
- O que você quer
- O que os outros querem
- O que vocês podem fazer juntos pelo resultado
- Quais evidências provarão que o caminho está favorável?
- Quando e o que comemorar?
Há muitos anos sofro de uns dois ou três problemas de ordem disciplinar ou tática e eles variam, mas são similares. Constato, sem grande susto, que a maioria das pessoas tem uma neurose (padrão repetido de comportamento) como principal inimigo da sua sustentabilidade pessoal.
Há o caso do cidadão que nunca consegue vender o próprio trabalho – embora seja bom e precioso seu serviço. Tem a moça que fez curso de “pessoas boazinhas”, e não sabe se colocar, dizer o que pensa, vive engolindo sapo, mas prejudica os outros também por passividade e hipocrisia. O outro é agressivo, decidido, mas atropela e coleciona inimigos, não consegue respeitar os demais e acaba solitário. Gente que espera demais, ou permanece meio refém, na mão dos outros… Gente que tem medo de tudo.
Responda por si mesmo
O autoconhecimento é a porta de entrada para sustentar sua vida de maneira orgânica, dinâmica, interessante. A chave da sustentabilidade é responder por si mesmo. É preciso autoconhecimento como primeiro passo, porta de entrada, para que uma pessoa realmente responda por si, assuma sua natureza e interaja com o mundo sendo autêntica.
Responder por si mesmo, por suas ideias, pelo projeto (palavra vista como mero dever e obrigação, que na raiz, é simples interação atenta em envolvimento vivo: responder por!) requer preparo. Constato, entretanto, que gente preparada, muitas vezes, não é solidária com sua própria felicidade, pois deixa uma destas neuroses peçonhentas à solta prejudicar tudo – e os talentos (não usados por isso mesmo) viram sintomas… Excesso de peso, depressão, agressividade descompensada, adicções, fofoca, culpa nos outros, frustração, falta de tesão, alcoolismo, disfarces, manipulações,inveja, jogos emocionais, sentimento secreto de menos valia.
Participei de empresas campeãs em todo o mundo. Um grande esforço de comunicação se fez necessário para que uma postura de responsabilidade pessoal se manifestasse por meio dos funcionários deste ambiente – cuja mentalidade é produtiva, bacana, diferente, interessante, participativa. Inúmeras vezes, testemunho pessoas vindo “do mercado”, cansadas da ladainha dos jargões corporativos, e ao se integrar num ambiente onde podem (e devem) colocar seus talentos, ideias e ações na roda, se tornam inertes, escondidas em processos, com poses, mas pouco caldo. O brilho essencial é sonegado. Elas não foram emocionalmente preparadas para assumir responsabilidades. Então jogam para o chefe decisões pequenas, ou erram em decisões próprias, por não terem adotado uma pessoa para cuidar com amor: si mesmas.
Quanto mais nos criticamos por um erro, mais dele erramos. Não acertou hoje? Outra vez? Ok, tente novamente amanhã. Reconheça, se perdoe e busque preparo (quer seja para ser mãe de um bebê novo, quer seja para ser profissional liberal, funcionário de uma empresa, ou vendedor de sapatos). Não se conforme com sua ignorância, mas seja gentil com você mesmo e determinado com ela. Se você derrotar sua autoimagem faltará ânimo para as pequenas melhorias possíveis e tão necessárias. Mas não permita espaço algum ao conformismo e às avaliações rasas. As pessoas estão banhadas de mediocridade, repetindo ditos feito papagaio. Pode ser usar referências sábias, mas só é sustentável o que funciona na causa e efeito (não apenas na lógica!).
Abrace seu potencial
Para se responsabilizar e ter sustentabilidade pessoal, precisamos sentir, falar e agir em sintonia interior. Embora pareça simples, uma avaliação permanente e educativa de nossas entranhas cai bem. Meu exemplo: descobri em minha experiência subjetiva de disciplina – raízes de uma escola alemã – que definitivamente não me enxergava, não me validava, e certamente tinha um padrão de bullying oficial da própria escola (hoje comum, escolas desrespeitam alunos e pais, com discurso educacional) que meu pai julgava “exemplar” por sua infraestrutura, realmente, impressionante. Buscarás, sem perceber, evitar a dor de ser menosprezado, mal julgado, diminuído ou ameaçado, como força de sustentabilidade – por trás de muitas “neuroses” de base. Um rapaz demasiado criticado pela mãe, a moça anulada pela firmeza do pai, o medo de ser, novamente, chacota dos meninos da rua… Nossa memória inconsciente pede por um novo filme, um novo set de recursos, e por atenção a estas dores que podemos e precisamos ressignificar para conseguir coerência interior, adquirindo novos repertórios próprios (não imitados). Não enfrenta as pessoas? Podemos trocar essa fita antiga e atualizar seu browser? Tente o novo, abrace seu potencial, “bora lá!”.
Seja sustentável, sentindo-se autêntico. Crescer da boca para dentro é libertador. Se um sorriso genuíno aparecer, você está dando conta do recado.