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Dando asas aos filhos

Qual o momento certo para ampliar os limites das crianças?

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E no começo, eram eles dentro de nós. Depois de nascidos, foram cuidados com amor infinito, acalentados e protegidos o tempo todo. Mas, passados os anos, o colo dos pais deixa de ser tão interessante frente ao mundo enorme que se abre para eles. E que bom que é assim. Filho se cria pra vida, não é o que aprendemos? Mas qual o momento certo para largar a mãozinha deles e deixar que experimentem – aos poucos – a liberdade pela qual tanto anseiam?

Impossível não olhar para nossos pequenos (para nós, mães, eles nunca crescem, certo?) sem pensar em cuidar e proteger. O zelo pelos filhos faz parte do pacote que ganhamos automaticamente quando os colocamos no mundo. No dicionário, a definição dá força ao que escrevo. Zelar é tomar conta de alguém com o máximo cuidado e interesse.

Mas excesso de zelo pode comprometer a independência e a confiança da criança, já que ela acaba impedida de experimentar e criar suas próprias defesas em relação ao mundo e à vida.

À medida que o tempo passa mais ela aspiram por sua autonomia e caso não tenham aprendido a fazer por si mesmas e com confiança, a dificuldade de adaptação será enorme. Amor em excesso e superprotetor pode, sim, asfixiar e impedir que a criança tenha oportunidade de ampliar seus limites

Amor em excesso e superprotetor pode, sim, asfixiar e impedir que a criança tenha oportunidade de ampliar seus limites

, experimentar a vida, descobrir suas fraquezas, sua força e suas habilidades em lidar com as situações.

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Chegou a hora?

Descer de elevador sozinho, ir para escola com os amigos, andar de bicicleta sem a supervisão de um adulto. O melhor momento para você permitir? Não tem resposta padrão. O melhor momento para cada um chega naturalmente quando percebe-se o desenvolvimento e o fortalecimento da independência construída no dia a dia. Um filho amado, seguro e estimulado a encarar a vida de frente é o aval para pais conscientes permitirem gradativamente que os horizontes sejam ampliados.

E quem disse que seria fácil? Pais e mães loucos de amor por seus filhos às vezes sofrem demais, sempre em busca de ajudá-los a trilhar da maneira mais feliz possível este muitas vezes complicado caminho da vida.

E no caminho deles sempre vai ter uma pedra. Ou galhos, buracos, depressões. O carro que não parou no sinal, o menino que faz bullying na praça, a bicicleta roubada. Isso é fato. Mas se olharmos pela perspectiva de que são desafios que os farão crescer, amadurecer e se desenvolver, o coração acalma. E mesmo quando nosso lado super-hiper-protetor ficar tentado a agir, o melhor é estar em equilíbrio. Ansiedade por si só, além de ser um tormento mental, drena nossa energia e nada faz para ajudar de fato.

A maior contribuição que podemos dar quando não estamos por perto o tempo todo é transmitir pensamentos calmos e amorosos para que eles, mesmo tropeçando um pouco, possam conseguir. E se fortalecer. A frase do jornalista americano Hodding Carter nunca fez tanto sentido: existem dois legados duradouros que podemos deixar para nossos filhos. Um deles, raízes; o outro, asas.

Depoimentos

Educo minhas duas filhas para a liberdade. E digo: é mais difícil. A sociedade nos cobra que sejamos o inverso: controladoras. Pois o cuidado estaria no controle, que tem como sinônimo a vigilância. Principalmente nos grandes centros urbanos, cuidar bem significa ter a criança ou adolescente sob controle. Como na vida contemporânea-pós-moderna a mãe não dá conta dessa presença efetiva, a tarefa foi repassada pra babá, empregada, avós, parentes.Eu não percebi o momento de ampliar os limites. Foi uma troca. A Joana, hoje com 15 anos, foi quem começou, por necessidade da idade, a avançar. Foi uma questão de necessidade, que partiu de um desejo dela. O espaço já estava aberto e tinha sido construído e regado pelas relações nossas, pela força do vínculo com a família.Marcia Paraíso, 41 anos, cineasta, mãe de Joana, 15 anos, e Maria, 8 anos, Florianópolis

O que eu fiz foi observar cada um dos meus filhos e conversar muito. Solto meus filhos à medida que percebo que estão prontos para algum novo vôo e com a segurança que também é necessária para nós para que o vôo passe a ser mais tranquilo. Sem muita regra de idade ou alguma instrução especifica além de: cuidem-se porque vocês são muito preciosos para mim! E, de alguma forma, isso tem dado certo. Ainda bem! Não tem momento certo pra nada em educar nossos filhos. Tem o momento e pronto! Acontece! Como mágica…Fernanda Masson, 39 anos, program manager, e mãe de Rafael, 16 anos, e Rodrigo Waddington, 13anos,Rio de Janeiro

Acredito que a questão da independência dada a um pré-adolescente está relacionada a diversos fatores tais como a personalidade da criança, o contexto social e principalmente à capacidade dos pais de perceberem o momento certo de comecar a deixá-los “voar” sozinhos. Meu filho mais velho sempre foi muito responsável, apesar de distraído, e quando ganhou seu primeiro celular (aos 11 anos), comecei a deixar que fosse até sua aula de karatê sozinho, a dois quarteirões de casa. A condição era a de que teria que me telefonar assim que chegasse. Morávamos no Rio e a onda de violência me deixava um pouco agoniada e só relaxava quando ele me ligava. Quanto os menores, apesar de morar numa cidade super tranquila e num bairro de casas bastante calmo, não me sinto a vontade de permitir que andem sozinhos, o máximo é a casa da vizinha… Cristiana Moretzsohn, 45 anos, jornalista, mãe de Felipe, 14 anos, Maria Antônia, 10 anos, e Pedro, 8 anos,Toronto, Canadá

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Carolina Arêas

Carolina Arêas

Iniciou sua formação como terapeuta floral através do Healing Herbs, da Inglaterra, estudando as essências de Bach. Também trabalha com Reiki nível II e massoterapia ayurvédica, e é co-criadora do projeto "Word Rocks" e “Love it Forward List”.

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