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Três forças que enfraquecem relacionamentos

Reflexões trazem equilíbrio para casal e mudam forma de viver o amor

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Relacionar-se de forma comprometida e madura, em alguns momentos, é desafiador. Usando o trocadilho, a relação pode virar uma “ralação”. Por essa razão surgiram tantas propostas para tornar nossa comunicação, interação e vida a dois mais amorosas e suaves. Afinal, relacionar-se, em algum momento, também significa “ralar”, encontrar nossa própria sombra. É, ainda, um caminho de evolução que pode ter suas partes doloridas. Algumas das maiores forças que empurram um relacionamento para o ralador são: apego, vitimização e projeção.

1 – Apego: quando você se prende a quem o outro foi

A parte mais difícil é o apego ao outro estático. Ou seja, queremos que a pessoa parceira se comporte e reaja para sempre de uma forma positiva e previsível. Por exemplo: tenho apego ao que meu namorado era no primeiro mês de namoro. E o homem que ele se tornou hoje sempre é comparado com aquele menino inicial (Que injustiça!). Sou eu a mesma mulher? Em tantas coisas eu sou outra também. Somos metamórficos, estamos em constante evolução. E isso é desejável.

Então, mapeio aqui o apego ao outro do passado como sendo um veneno nocivo para um relacionamento. Desapega! E olhe todas as vezes para seu par com um olhar fresco, como se fosse a primeira vez. Ele não merece ser rotulado. Assim como você também não gostaria de sempre ser enxergado e comparado com suas atitudes passadas. É muito desagradável quando as pessoas pré-conceituam todas as nossas reações, deixando de dar a atenção devida e ter a troca mágica do momento inédito acontecendo agora.

2 – Vitimização: você acha o outro culpado pela sua infelicidade?

A vitimização é um tópico óbvio e clássico. Isso é “autorralação”, ou seja, significa esfregar um ralador no próprio coração. Eu estou em um relacionamento por escolha. Sim, pode ser uma escolha difícil de largar, o outro pode vacilar muito. Mas eu escolho estar aqui e agora. Então, por mais que seu par seja uma má companhia no seu ponto de vista, ele não é o culpado pela sua infelicidade. A pessoa pode apertar todos os botões para isso e estimular sua falta de alegria, mas quem está na relação é você. E outra: essa pessoa está tentando se livrar da dor e ser feliz, nas limitações da sua própria sombra e marcas da sua história. Topa encarar? Se não topar, caia fora e não se vitimize. Isso gera peso no outro e desempodera ambos. Devemos ficar na relação por amor e deixar o outro ir pelo mesmo motivo. As pessoas têm o direito de ser quem são.

3 – Projeção: características que não tolera no outro estão dentro de você

Isso fica claro nas brigas verbais, quando começamos a apontar o dedo para o outro, sem perceber todos os espelhamentos que produzimos! Projeto no outro o que não dou conta de ver em mim. Para as questões de projeção, muitas vezes precisamos de ajuda, afinal, temos muitos exemplos de relacionamentos afetivos arquivados no nosso inconsciente e esses interferem nossa visão clara da realidade. Modelos de relacionamentos irrealmente perfeitos, como príncipes e princesas de contos de fadas ou aqueles patologicamente construídos, como pode ser o caso das relações que vimos na própria família, dos pais e avós. Quando finalmente percebemos nossa necessidade e vício de projetar os desejos e as aversões no outro, damos a chance do apego e da vitimização serem revistos e aliviados. Largar a projeção é poder escrever sua própria história, permitindo que o outro a crie com você, cada um no seu tom original, com espaço para aceitação e a colaboração.

5 perguntas para analisar a saúde da sua relação

Segundo o Dr. Keith Witt – psicólogo e autor de livros sobre intimidade, desenvolvimento humano, espiritualidade e sexualidade a partir de múltiplas perspectivas – existem 5 pilares que equilibram uma vida a dois saudável. Trago aqui as reflexões baseadas no seu estudo, para que, seja você comprometido ou solteiro, reflita sobre como relacionar-se a partir de agora.

1 – Existe polaridade erótica, ou seja, uma centelha de atração entre mim e esta pessoa?

A polaridade entre o feminino e o masculino, o valor erótico, gera força e contato, o chamado amor humano, simbolizado pelo deus Eros. Essa força erótica, que nos gera prazer e intimidade é uma força de apreciação, amor apaixonado, que podemos sentir pelo planeta Terra, por deidades, ídolos e pela própria sabedoria. A tensão erótica conserva nosso olhar para o outro como alguém amado, admirado, verdadeiro, mas também individual e diferente de mim. Ajuda-nos a recordar que o outro não nos pertence, que somos seres livres e escolhemos estar juntos. Dessa forma, buscamos manter os laços com o amado, pois este amor nunca é “garantido”. Como está a sua relação nesse aspecto? Você percebe o outro com admiração? Existe magnetismo entre vocês? Vontade de estar perto? Existe prazer na existência e presença do outro?

2 – Será que eu e essa pessoa mantemos a nossa saúde física e psicológica?

Cuidar de si é cuidar do todo. Valorize seu corpo, seu espaço, melhore seus hábitos. Um casamento pode melhorar quando hábitos nocivos são abandonados. Quando somos autodestrutivos ou desleixados conosco mesmo, isso machuca também o outro ser que o ama e se importa com você. Claro que sempre é preciso respeitar o espaço e as escolhas do outro, mas quando se constrói uma vida a dois, é preciso responsabilidade para não machucarmos o relacionamento (quem convive com um cônjuge alcoólatra por exemplo, acaba sendo afetado pelas consequências do vício). Isso também fala sobre responsabilidade energética, ou seja: se não quer ajudar, não atrapalhe. Não puxe o outro para baixo, preste atenção nas invejas e comparações escondidas entre o casal. Busque somar, e não subtrair. Dar espaço para o outro, não preencher o tempo livre do seu amado com todos seus problemas. Quando cuidamos dos nossos hábitos (higiene, saúde, comportamento) e da nossa saúde emocional, automaticamente cuidamos mais e atrapalhamos menos o “nós”, ou seja, a relação que é cultivada. Assim, sempre que precisarmos de ajuda, o outro estará mais disponível e não relutante ou sentindo-se sobrecarregado por nossas demandas.

3 – Se houver um conflito, estamos dispostos e capazes de fazer o que for preciso para voltar a amar?

Tenho maturidade para não ser orgulhoso e buscar a renovação da relação? Sei perdoar? Estamos os dois no mesmo time, buscando a felicidade mútua? Sabemos lidar produtivamente com um conflito, sem vivermos ameaçados ou ameaçando?

4 – Como eu e essa pessoa somos como pais ou familiares?

Quais nossos padrões de comportamento como membros de uma família? Se quero construir uma família, estamos equilibrados sobre nossos valores?

5 – Será que essa pessoa tem um propósito profundo da alma?

Será que sentimos apreço e admiração por aquilo que é importante para outro?

Se isso for importante para você, seu parceiro respeita seu relacionamento com o sagrado? Você respeita o dele? Existe algo que compartilham? Valorizam a espiritualidade ou a reconhecem?

Todas essas questões, se em profundo desequilíbrio, podem estragar uma relação. Falta de erotismo, descuido pessoal ou doença física/psicológica, orgulho e imaturidade, sombras e traumas familiares, valores muito distintos, desrespeito ou desestímulo às praticas espirituais/religiosas do outro.

A tarefa é saber que relação é construção. Em alguns momentos, há a ralação. Que vem pra renovar nosso olhar e reajustar o casal ao momento presente, já que nunca somos os mesmos. Boa jornada a todos que buscam evoluir a dois. Eis aí um caminho delicioso e profundo de autodescoberta.

Mari Mel Ostermann

Mari Mel Ostermann

Formada em Naturologia pela UNISUL, faz leitura de aura, é mestre em Reiki Essencial e co-fundadora do curso Integral Way (http://cursointegralway.com/). Trabalha em prol da liberdade das pessoas, combinando técnicas estudadas com suas vivências pessoais.

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