Pesquisar
Loading...

Eu sou frágil, sim, e daí?

Aprenda a encarar a fragilidade como uma qualidade

Atualizado em

Para aqueles que se acham frágeis diante de um mundo que muitas vezes parece exigir de todos uma postura de duro na queda, aqui vai um alento: há força na fraqueza! Reconhecer nossos limites é, sim, uma maneira de mostrar coragem, à medida que, admitindo nossas falhas e inseguranças, nos abrimos para aprender e melhorar.

Isto sem falar no autorespeito conquistado, afinal tem coisa mais bonita do que conhecer e respeitar nossos limites? Essa é a melhor maneira de nos libertamos da expectativa alheia. Sem nos preocuparmos com o julgamento do outro, podemos nos desenvolver. E aí reside o nosso poder, o de sermos nós mesmos, com tudo de grande e arriscado que isto acarreta. Mas é na pele de nós mesmos que descobrimos a genuína força para enfrentar o mundo de peito aberto.

Em um outro texto recente que escrevi, sobre quem se acha o dono da verdade, um parágrafo também cai muito bem aqui: “Na vida há que se ter suavidade, doçura e leveza. Um coração que sabe conciliar estas características com sabedoria, flui pela vida com brandura. Respeita a opinião alheia e entende que a verdadeira realização não é provar nada pra ninguém, mas viver em paz consigo mesmo. E que, sim, há muita força na doçura”.

Encontre a sua força

O que é exatamente força? Ter um físico grande e voz alta? Comprar briga por qualquer motivo? Nunca chorar? Jamais pedir ajuda? Achar que acerta sempre? Desculpe, Super-Homem, mas assim fica difícil acreditar em você.

Força é saber ceder. É saber se colocar com voz suave, porém firme. É acreditar nos sonhos mesmo quando é época de chuvas e trovoadas.

Força é saber ceder. É saber se colocar com voz suave, porém firme. É acreditar nos sonhos mesmo quando é época de chuvas e trovoadas.

É persistir. É se aprimorar. Ter delicadeza diante da loucura do dia a dia. Reconhecer quando está difícil e procurar outro caminho. Saber dar, mas também saber pedir a mão.

É libertador não precisar manter a aparência, aparentar ser forte de um jeito que você realmente não é. Desista de manter aquela fama de mau. Traz uma paz incrível nos aceitarmos exatamente como somos, pois é na verdade que reside nossa força mais inata. Ao encarar nossas fragilidades, damos vez ao autoconhecimento, à humildade e à sinceridade, capazes de transformar em entusiasmo nossa habilidade para gerenciar melhor nossas fraquezas e falhas.

A professora de yoga Ana Cristina Toledo diz que nossas fragilidades são oportunidades incríveis para que nos tornemos mais fortes e recomenda que as utilizemos como fonte de conhecimento e de crescimento. “Exercitando nossas inteligências física, mental e emocional, tornamos nossos corpos mais livres, nossas mentes mais alertas e nossos corações mais receptivos. Por tudo isso, o indivíduo se torna mais forte”, diz ela.

Segundo a especialista, nossas fragilidades servem como fonte de autoestudo, pois ao nos depararmos com situações que desafiam e expõem nossos limites, podemos nos posicionar com mais sabedoria.

Dando espaço para a fragilidade

Quando admitimos uma fragilidade, estamos, na verdade, nos damos a oportunidade de refletir sobre o que não fazemos tão bem e assim tomar medidas para melhorar. Assim como é possível conquistar o mundo, mesmo que você tenha uma embalagem frágil. Digo embalagem por que por dentro – que é o lugarzinho que mais importa – o coração é forte que nem um touro.

Em termos de convivência social, há pessoas que mostram imensa força ao expressar amor, com um jeito gentil e conciliador nas relações. Por serem assim, são capazes de comandar equipes ou serem peças fundamentais em constelações familiares. A doçura é justamente o elo forte no qual todos procuram colo ou conselho. Afinal, é preciso levantar voz ou ser agressivo para justificar um ponto de vista? Não, não acredito nisto. Faço coro com Geraldo Vandré, quando ele cantou que acreditava nas flores vencendo os canhões.

Ou como definiu tão lindamente uma amiga querida (frágil na aparência, mas forte no coração): “minha fragilidade é delicadeza. É empatia. É quem eu sou, de verdade. Num mundo no qual essas qualidades estão escassas, por que tentar ser diferente?”.

Carolina Arêas

Carolina Arêas

Iniciou sua formação como terapeuta floral através do Healing Herbs, da Inglaterra, estudando as essências de Bach. Também trabalha com Reiki nível II e massoterapia ayurvédica, e é co-criadora do projeto "Word Rocks" e “Love it Forward List”.

Saiba mais sobre mim