Hipnoterapia no combate à obesidade
Método de hipnose identifica e trata causas do ganho de peso
Por Personare
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) a obesidade está entre os dez principais problemas de saúde pública do mundo. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que no Brasil metade das pessoas está acima do peso. Segundo a doutora em Filosofia e Psicologia, Marie-Josette Brauer, mais do que adotar uma alimentação saudável, uma alternativa para quem deseja emagrecer pode ser a hipnoterapia.
O método de hipnose é baseado no Programa Neurolinguístico (PNL). A ideia é reeducar o cérebro para descobrir a origem do ganho de peso e, consequentemente, encontrar estratégias para perder os quilos indesejáveis. “Temos que estar sempre em vigília com nosso corpo e aprender a observá-lo. Quando conseguimos isso, aprendemos a comandar o cérebro. Meu trabalho é ajudar a pessoa a descobrir o que a fez engordar e, a partir daí, conduzi-la ao caminho inverso”, explica Marie, que também é hipnoterapeuta eriksoniana.
Ansiedade e medo em ação
A especialista acredita que fatores psicológicos como ansiedade e estresse são os principais motivos do aumento de peso. “Em geral, a obesidade é um fator emocional. Por mais que a pessoa tenha predisposição genética, como família obesa; alimentação inadequada; ou problemas físicos, como doenças da tireóide, existe um lado da personalidade dela que tornou o ganho de peso possível. A hipnose ajuda a encontrar o ponto inicial que levou a pessoa a esse estado”, explica a psicóloga.
De acordo com a hipnoterapeuta, a ansiedade é o medo de uma situação futura que ainda não aconteceu e pode ser classificada em dois tipos:
- Ansiedade focada: quando a pessoa tem medos específicos, como o de andar de avião ou de dirigir a noite.
- Ansiedade difusa: quando há medo de uma situação hipotética futura. “Será que minha relação vai durar?” e “Será que meu filho vai vencer na vida?” são questionamentos comuns de quem sofre este tipo de medo. Segundo a especialista, o sentimento difuso é o que mais facilita o ganho de peso.
“A ansiedade difusa gera uma sensação de mal estar tão grande, que a pessoa tenta compensar isso de alguma maneira. Tem gente que compensa trabalhando ou estudando, mas algumas pessoas compensam comendo mais. O chocolate, por exemplo, aumenta o nível de serotonina no corpo, que é responsável pela sensação de bem-estar. E o consumo desenfreado de alimentos gordurosos leva ao aumento de peso”, exemplifica Marie.
Hipnose na prática
A hipnose está mais presente no cotidiano do que você imagina. A psicóloga explica que os cantos guerreiros, os hinos nacionais e as músicas religiosas são meios de colocar as pessoas num estado de relaxamento ou transe hipnótico.
Quem busca este tipo de terapia para emagrecer, passa por uma entrevista inicial com o hipnoterapeuta, ao chegar no consultório. Cabe ao especialista começa a traçar possíveis fatores psicológicos que causaram o aumento de peso.
“Certa vez atendi uma mulher obesa, que tinha perdido os pais cedo. Logo na primeira consulta ela contou que foi uma criança muito magra e que, por este motivo, a mãe começou a se preocupar com sua alimentação e adotou um cardápio com comidas pesadas, com o intuito de fazer a menina engordar. No primário, ela já estava bem acima do peso e não conseguia mais parar de comer. Só nessa conversa a paciente percebeu o quanto a necessidade de agradar e obedecer a mãe foi decisiva para ela ficar fora de forma”, exemplifica a psicóloga.
Depois de identificado o problema, começa o tratamento. A hipnose é feita por meio de técnicas de relaxamento e respiração. Uma vez atingido esse estado, a pessoa é levada mentalmente, pelo hipnoterapeuta, às circunstâncias passadas. O objetivo é detectar as causas dos problemas. O especialista trabalha todas as possíveis objeções do paciente à perda de peso, assim como os passos necessários para chegar à forma desejada.
Mas vale lembrar que a pessoa não perde a consciência no processo hipnótico, já que precisa aprender com os problemas identificados. Por isso, geralmente o paciente fica sentado e responde muitas perguntas durante o procedimento.
“Podemos comparar a descoberta da causa da obesidade com um bebê que está aprendendo a engatinhar e é colocado no corredor de uma casa. A criança vai ficar amedrontada com aquele novo espaço, pode achá-lo grande demais e impossível de ser percorrido. Se você faz o mesmo com essa pessoa depois de adulta, ela vai rir ao perceber que aquele simples corredor a assustava quando era menor. A hipnose é isso. Damos a percepção daquilo que desencadeou a obesidade em cada um. Quando a pessoa olha para o problema com os olhos de hoje percebe o que a levou comer mais e engordar. É nesse ponto que começa o aprendizado”, ensina a especialista.
Mudança de hábitos
Segundo Marie, a hipnose impede o efeito sanfona, pois as ordens e as determinações dadas ao paciente durante o “transe” são específicas. Por meio de métodos hipnóticos, a pessoa se conscientiza do que precisa ser mudado em sua rotina.
“Na segunda sessão de hipnose com aquela paciente obesa, eu a conduzi até sua infância. Ela lembrou que costumava ter muita vontade de comer frutas, mas não seguia adiante com seu desejo para não decepcionar a mãe, que insistia com as comidas gordurosas. Para aquela mulher, comer alimentos saudáveis significava romper a aliança materna. A partir daí começamos a trabalhar uma série de crenças alimentares dela. No final, ela percebeu que comer bem não significava deixar de amar a mãe. Dois meses depois ela já tinha perdido muitos centímetros e estava renovando o guarda-roupa”, comemora a hipnoterapeuta.
O método hipnótico também pode oferecer mais disposição para que a pessoa pratique exercícios físicos. Quando o paciente percebe os vários fatores que estão ligados à sua obesidade, ele se conscientiza que isso não faz mais sentido na sua vida. Ou seja, o motivo que o levou a comer compulsivamente deixa de existir e ele começa naturalmente a tomar medidas conscientes para perder peso. Isso inclui praticar atividade física e adotar hábitos mais saudáveis no dia a dia.
Quem pode se submeter ao método
Segundo a hipnoterapeuta, quem já tomou remédios ou fórmulas para emagrecer pode ter mais dificuldade no tratamento. “Nesses casos, temos que trabalhar a memória celular do corpo, do ponto de vista hipnótico e não-hipnótico. Dá mais trabalho, por que temos que reorganizar o sistema do organismo, que aprendeu a trabalhar com o apoio da medicação. É algo que não depende só da consciência da pessoa”, alerta.
Marie ensina que a dica é não deixar para depois e começar o tratamento assim que perceber um descontrole do corpo. “Além de combater a obesidade, a hipnoterapia também pode ser usada para aumentar medidas, ganhar massa muscular, dentre outros objetivos. 99% das pessoas são hipnotizáveis e os procedimentos costumam dar certo. Basta querer”.
A especialista acredita que os resultados da hipnose podem ser percebidos imediatamente após a primeira sessão. Geralmente pessoas obesas precisam se submeter ao procedimento semanalmente, durante cerca de quatro meses. Quem deseja perder poucos quilos para entrar numa roupa nova, por exemplo, consegue emagrecer depois de duas sessões. No caso de mulheres que engordaram durante a gestação e querem voltar ao peso normal, em geral três sessões são suficientes.
Para conhecer de perto a hipnoterapia, é importante escolher bons profissionais. No Brasil, existe a Sociedade Brasileira de Hipnose, por exemplo. “Há sociedades de hipnose no mundo inteiro, em todas as línguas. É só procurar e agendar uma consulta com o profissional mais próximo de sua casa”, sugere a hipnoterapeuta.
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