Lidando melhor com os trânsitos planetários
Para lidar melhor com os trânsitos planetários, é preciso entender o que eles são e a sua verdadeira utilidade
Por Marcia Fervienza
Como lidar melhor com os trânsitos planetários? Muita gente consulta sua Revolução Solar e seus trânsitos com uma expectativa mal dimensionada sobre o serviço que lhe será entregue.
Todos desejam previsões. Porém, o objetivo principal da Astrologia não é prever o futuro, mas sim mostrar tendências e opções para a pessoa conduzir sua vida na direção daquilo que deseja.
Nem sempre essa é uma abordagem que agrada, afinal, quase todos querem certezas. Queremos saber que coisas acontecerão independente do que façamos ou deixemos de fazer.
Queremos saber se aquilo que desejamos vai dar certo ou se vai dar errado… Ou seja, queremos garantias!
Se os trânsitos são “bons” e as previsões acontecem, ótimo, ficamos felizes. Se as previsões são “ruins” e não se concretizam, melhor, porque nos livramos de maus momentos. Lidar melhor com os trânsitos planetários começa por esse entendimento.
Você pode ver os trânsitos astrológicos que você está vivendo agora aqui no Horóscopo Personalizado gratuito do Personare. A seguir, vamos entender o que é um trânsito astrológico, qual é a sua utilidade, e o que é um trânsito fácil ou difícil.
O que é um trânsito?
Um trânsito de um planeta no céu sobre um planeta ou ponto em nosso Mapa Astral nos mostra um momento em nossas vidas que pode estar começando, se desenrolando, culminando ou finalizando.
Essa etapa pode ser de criação, de renovação, de finalização, de mudança, de restrição, entre outras, e pode ser vivida como uma crise ou como uma oportunidade, segundo o aspecto formado entre o planeta transitante e o planeta transitado.
Inquestionavelmente, porém, estes períodos trazem crescimento voluntário ou compulsório: o planeta que recebe o trânsito e sua localização por casa indicará a parte de nossa personalidade que está em transformação ou está preparada para evoluir.
São os aspectos tensos (quadratura, oposição e algumas conjunções) que promovem mais mudança e crescimento. Como a comunicação entre os planetas é desarmônica, existe um incômodo maior para quem o vive.
Com a intenção de resolver aquilo que incomoda, colocamos mais energia na solução daquilo que nos apresenta como problema, impulsionando mudanças e crescimento.
Para lidar melhor com os trânsitos planetários, é importante entender o que um trânsito NÃO é:
- Um trânsito não é um recurso para nos tornarmos milionários (apesar de não impedir ganho de fama ou dinheiro, quando bem utilizados)
- Um trânsito não é a forma que o Universo encontrou para nos revelar nosso destino, que supostamente estaria escrito nas estrelas
- Um trânsito não trará a pessoa amada em três dias
- Um trânsito não serve como justificativa para as nossas falhas, insucessos e para as coisas ruins que nos acontecem ou que fazemos aos demais.
Se você usá-lo de qualquer uma destas formas, estará desperdiçando as possibilidades oferecidas pelo conhecimento antecipado da natureza de um trânsito.
Por que alguns trânsitos se repetem?
No momento em que uma pessoa nasce, os astros ocupam uma determinada posição no céu. Esse retrato do céu é registrado no Mapa Astral de nascimento, também conhecido como Carta Natal — uma das principais ferramentas astrológicas.
No entanto, os planetas continuam a se movimentar, girando constantemente ao redor do Sol.
Esse movimento cíclico faz com que eles formem aspectos no Mapa Astral de nascimento de uma pessoa, originando os chamados ciclos ou trânsitos astrológicos. Que nada mais são do que a comparação entre a posição dos planetas do Mapa Astral de uma pessoa com o céu do período analisado.
- O Horóscopo Personalizado do Personare faz isso por você de graça. É só você criar seu login no site, incluindo os seus dados de nascimento, que a ferramenta analisa os trânsitos dos planetas no Céu em comparação aos do seu Mapa Astral.
Devido a esse movimento constante e cíclico, periodicamente, os astros voltem às mesmas posições que estiveram anteriormente. E como os planetas refletem o que acontece em sua vida, é comum que você passe por trânsitos que já viveu.
A grande vantagem, nestes casos, é usar a sua experiência para enfrentar tal situação da melhor forma possível. Afinal, as tendências podem até se repetir, mas a forma como você age não precisa ser a mesma.
Trânsitos longos x curtos
Os trânsitos que trazem mudanças mais duradouras são os trânsitos dos planetas chamados lentos, como Saturno, Urano, Netuno, Júpiter e Plutão.
Já os trânsitos de planetas como o Sol, a Lua, Mercúrio e Vênus apenas alterarão nosso estado de ânimo por um ou mais dias.
Já Marte funciona também ativando trânsitos mais importantes para nosso amadurecimento pessoal.
Por exemplo, podemos ter um trânsito de Saturno em conjunção a Plutão em nossa Casa 4 por meses, sem produzir grandes efeitos.
Mas quando Marte faz aspecto com aquele trânsito, algo relacionado ao nosso lar (atual ou de origem) acontece, nos obrigando a voltar nossa atenção para lá.
A utilidade dos trânsitos
Trabalhar com os trânsitos é como aprender a dirigir um carro: uma vez que saibamos como, é muito divertido. Mas para isso são fundamentais alguns requisitos prévios. Primeiro, precisamos nos responsabilizar por nós mesmos. Depois devemos renunciar a ideia de previsões.
Como clientes, precisamos entender que quando nos responsabilizamos pelas nossas próprias ações, é impossível prever o futuro com exatidão.
A predestinação só existe quando nos empenhamos em realizá-la, e só através de nossas próprias mãos. Queiramos ou não, somos diretamente responsáveis por absolutamente tudo aquilo que vivemos.
Com isso em mente, podemos partir para uma observação mais atenta dos trânsitos. A duração de sua manifestação varia.
- No caso de Júpiter, temos aproximadamente dois meses de “alta pressão”.
- Com Saturno, aproximadamente um ano.
- Com Urano, cerca de dois anos.
- Já quando se trata de Netuno ou Plutão, temos um período aproximado de 5 anos.
Conhecer antecipadamente um trânsito nos permite conduzir nossos próprios destinos: ao compreender as mudanças e aprendizados que estão em jogo em determinado momento de nossas vidas, podemos fazer ajustes antes do desafio começar.
Dessa forma, não seremos “vítimas” daquela energia planetária. Podemos nos conduzir em direção ao nosso futuro da maneira que mais nos convém. Somos capitães dos nossos próprios navios e estamos no leme de nossas vidas.
O que faz com que um trânsito seja fácil ou difícil?
Durante muito tempo a natureza de um trânsito (fácil ou difícil) foi associada à natureza do planeta transitante.
É comum ouvirmos que Saturno é o grande maléfico, logo, todo trânsito de Saturno gerará perdas ou restrições. Ou que Júpiter é o grande benéfico, logo, todo trânsito de Júpiter trará benefícios. Isso não é verdade.
Os conhecidos trânsitos difíceis têm uma relação maior com a nossa disposição em aceitar as mudanças que nos são propostas naquele momento de nossas vidas do que com o trânsito em si.
Segundo Eloy Dumón em seu livro “Astrologia Preditiva”, os trânsitos, isoladamente, não produzem nem bons, nem maus acontecimentos. Eles indicam somente a manifestação de certas energias que coincidem com circunstâncias ou situações agradáveis ou desagradáveis que teremos que viver ou enfrentar em determinados momentos de nossas vidas.
Em outras palavras, um trânsito representa um momento que será mais fácil se aceitarmos a mudança que a vida nos propõe, ou mais difícil se nos resistirmos a mudar.
Dumón diz que trânsitos “difíceis” têm a ver com um processo purificador, mas não necessariamente destrutivo, sempre e quando possamos mudar de direção. Ou seja, não depende da gente se vamos ou não viver um determinado trânsito, mas podemos decidir como vamos vivê-lo.
Trânsitos têm início, meio e fim
É preciso entender que todos os processos da vida, assim como a própria vida, têm início, culminação e fim. Os trânsitos só indicam em que etapa destes processos estamos vivemos, e qual seria a melhor maneira de atravessá-los.
Em vez de colocar a responsabilidade do que vivemos em algo que está fora da gente, assumamos a responsabilidade sobre nós mesmos. Ninguém tem o poder de gerar em nossas vidas um acontecimento bom ou ruim.
Um astrólogo lê tendências escritas no céu, que indicam circunstâncias favoráveis ou desfavoráveis para que o sujeito crie seu destino segundo seu desejo.
Mas nem o céu, nem os planetas e nem o astrólogo podem gerar esse destino, só nós podemos fazer isso! Somos os grandes autores e protagonistas das nossas vidas, e é isso que torna tudo tão interessante.
Já pensou como seria entediante se toda a sua vida já estivesse escrita por algo ou alguém? Os planetas indicam culminações de situações em curso, inícios ou finais, que podem ser vividos de outra maneira se atuamos em consonância com o trânsito.
As mudanças que nos pedem os trânsitos podem ser realizadas voluntária ou compulsoriamente. Como faremos, depende de cada um.
E essa é a grande magia da vida: poder criar e recriar constantemente nossa própria história.
Para continuar refletindo sobre o tema
Astróloga e terapeuta há mais de 20 anos. Associa sua experiência com aconselhamentos analíticos ao trabalho com Astrologia para facilitar o autoconhecimento, o empoderamento e a transformação pessoal.
Saiba mais sobre mim- Contato: info@marciafervienza.com
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