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Mulher Maravilha e a força oculta do feminino

Filme faz um convite à reflexão sobre os conceitos yin e yang em nossas vidas

Atualizado em

Fui assistir ao filme Mulher Maravilha na busca de um entretenimento com a família, esperando por muitos clichês e me deparei com uma mensagem profunda sobre o feminino e o masculino. É claro que algumas cenas e ações comuns de histórias em quadrinhos estão presentes, mas o filme é sobre a força intrínseca do feminino.

Segundo as tradições chinesas, as energias yin e yang estão presentes em tudo o que existe no universo. São os princípios essenciais do feminino e do masculino, com características opostas e complementares.

Escrevi recentemente um artigo que explica detalhadamente como esses dois princípios estão presentes em nosso dia a dia e reflito constantemente sobre suas manifestações em tudo que está à minha volta.

E quando falo em feminino e masculino, não me refiro a características que sejam unicamente de mulheres ou de homens, pelo contrário, ambas polaridades estão presentes em todos nós.

Naturalmente, tendemos a nos identificar mais com um lado do que com o outro, mas as escolas da filosofia tradicional chinesas explicam que para vivermos melhor é preciso encontrar o equilíbrio destas duas energias dentro de nós.

Entendendo rapidamente os dois conceitos

O princípio yin está ligado ao feminino, à noite, à lua e, consequentemente, aos nossos processos noturnos de descanso, introspecção, conexão com o emocional. Pensando nas emoções, o yin ainda fala de ouvir a intuição, ter leveza e suavidade. Está também conectado ao conceito de expansão, bem simples de perceber, dada a capacidade da mulher de gerar e dar à luz um novo ser.

O lado yang é a energia do masculino, do dia, do sol e de toda ação que conseguimos fazer neste período. É o movimento, a firmeza e o foco necessários para realizar objetivos. Está também ligado ao nosso lado mais racional e ao movimento de retração. E vendo as duas descrições, por mais que estejam mais ligadas a homens ou mulheres, fica bem perceptível que precisamos de ambas em momentos próprios do dia e da vida. Cada uma tem o seu papel em contextos diferentes. Como disse, o caminho proposto por quem estuda esses princípios é o do equilíbrio, assim como a imagem dos próprios símbolos sugere.

Mulher maravilha e o princípio yin

Com esse olhar do yin e yang como filtro em tudo que faço, fui assistir ao filme esperando uma mulher extremamente yang, estereótipo da nova figura feminina, retratada atualmente em filmes e desenhos, na tentativa de quebrar velhos clichês. Personagens que se opõem a padrões anteriores, mas que em si trazem tantos problemas quanto os velhos clichês, criando muitos outros. São narrativas que acabam implantando o aspecto yang de forma extrema em nossa sociedade e, principalmente, nos jovens. E só reforçam um mundo em que as características yin e do princípio feminino são vistas como fragilidades e fraquezas.

De fato, Diana, nome da heroína na história, é extremamente yang no aspecto físico. Tem um corpo forte, rígido e é uma guerreira Amazona, treinada para combates de luta bem característicos do princípio masculino. Mas enquanto no corpo ela traz o yang bem definido, é extremamente yin no aspecto emocional e intuitivo.

Carolina Senna

Carolina Senna

Especialista em saúde integrativa pelo Institute of Integrative Nutrition de Nova York, Mestre em Reiki e sócia-fundadora do Personare

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