Nada como o colinho da mamãe
Além de um gesto de afeto, embalar o bebê traz benefícios para a saúde
Por Denise Gurgel
O colo da mamãe é muito especial, não há nada igual. Em todas as fases da nossa vida precisamos desse contato, mas nos primeiros meses de vida esse aconchego é essencial para o desenvolvimento integral, até para que o pequeno se acostume com a vida agitada fora do útero da mãe.
Quem não ouviu o conselho “Não estrague o bebê, o colo vicia”? E quem não vicia em receber carinho e atenção, ser embalado e acariciado no colo quentinho da mamãe?
Essa preocupação em “estragar” a criança vem de um tempo antigo quando os behavioristas, depois de descobrirem o condicionamento do comportamento, acharam que poderíamos condicionar os bebês a se comportarem como adultos, ignorando seu choro e não lhes dando muita afeição como se o bebê fosse capaz de cuidar de si. Hoje sabemos que é o descaso e não a atenção que “estraga” a criança.
A preocupação de “acostumar” o bebê no colo é real, mas na verdade ele já está acostumado! Durante a gestação o bebê foi gerado e aninhado no colo do útero e nada mais natural do que ele requerer essa continuidade principalmente nos primeiros meses de vida quando o bebê passa pela fase da exterogestação. Essa continuidade é também necessária para a mãe, pois é difícil despedir-se da barriga e oferecer o colo é uma forma de entender a maternidade e estreitar o vínculo afetivo. Não iniba esse impulso animal que possuímos de pegar o pequeno no colo. É uma forma de o conhecermos, numa posição que favorece o contato olho no olho.
Acolhimento sob medida
Sim, os bebês merecem muito colo e esse acolhimento relembra as memórias intra-uterinas do bebê, leva a uma sincronia com ritmo respiratório e cardíaco da mãe que ele já conhecia durante a gestação. A posição no colo e o calor do corpo da mãe foram feitos sob medida para o bebê
A posição no colo e o calor do corpo da mãe foram feitos sob medida para o bebê
, pois era nessa posição intra-uterina que o bebê ficava,num contato íntimo de pele com as estruturas internas da mãe.
Principalmente nos primeiros meses, se o bebê não vivenciar o balanço natural do colo da mãe, seu caminhar, ele pode entrar em pânico. O colinho é uma forma de mostrar que está tudo bem e que como na gestação a mamãe está próxima, que o pequeno pode sentir-se relaxado e seguro.
Benefícios do colo
O embalo no colo além de envolver o bebê em afeto, estimula também a circulação sanguínea, a respiração, o tônus muscular de todo o corpo, inclusive beneficiando o melhor funcionamento do intestino. Estimula o melhor controle postural, equilíbrio, desenvolvimento motor e ajuda ambos a conhecerem a linguagem corporal, um do outro, facilitando a comunicação.
Pesquisas publicadas no livro “Tocar, o Significado Humano da Pele” destacam o efeito positivo do contato físico no crescimento físico, no ganho de peso e ainda na melhora da atividade imunológica do bebê, simplesmente pelo fato de estar coladinho ao corpo da mãe. Os estudos indicam que bebês que foram segurados no colo da mãe durante as vacinas, por exemplo, tiveram uma diminuição da resposta dolorosa durante o procedimento.
Aproveite, pois o logo o bebê estará andando e exigirá menos colo e você sentirá saudades! Desde cedo ensine o pequeno a se comunicar consigo e com os outros através do colo, do abraço, refletindo o melhor ensinamento: o amor!
Para continuar refletindo sobre o tema
Fisioterapeuta materno infantil, especialista em Shantala, consultora do sono e de desenvolvimento motor dos pequenos. Atende em São Paulo e no Rio de Janeiro.
Saiba mais sobre mim- Contato: contato@cursoshantala.com.br