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Inverno e ciclo feminino: três dicas para aproveitar a estação

Confira três dicas para conectar-se com o inverno dentro e fora de si

Atualizado em

A natureza do feminino é cíclica. O ciclo feminino tem início, meio e fim, e sempre volta ao mesmo lugar por onde começou. Porém, apesar de repetir-se, ciclo após ciclo, ele nunca é o mesmo. Está sempre em constante mudança. Refazendo-se. Renovando-se e recomeçando, tudo de novo – completamente novo.

Nenhuma estação é igual a outra. Nenhuma fase lunar é a mesma. Nenhum inverno é igual ao anterior. O feminino em si também é muito diferente e expressa-se de forma muito única em cada uma de nós. E essa é a beleza dele. Sendo único então, estamos no primeiro inverno de nossas vidas. Porque ele é único.

A bruxa-anciã: inverno, lua nova, menstruação e menopausa

O inverno correlacionado ao feminino tem a ver com a lua nova, com o período menstrual e da menopausa, com o arquétipo do feminino da bruxa-anciã. É a energia do feminino que se contrai, recolhe, esfria e se oculta.

Dentro do corpo da mulher, é quando o endométrio se desprende e menstruamos; ou quando deixamos de menstruar. Nesta fase, a energia do corpo feminino está em baixa e tudo pede recolhimento, afastamento e descanso. Sentimos mais frio, mais cansaço e muitas vezes, estamos mais introspectivas.

Cada mulher recebe a menstruação e a menopausa de uma maneira, porém, no geral, assim como o inverno, é uma fase de introspecção, recolhimento e interiorização e acima de tudo, de apropriar-se de tudo que se é. Por isso, é um período para aproveitar essa energia retraída para trabalhar-se, descansar mais, visto que muitas mulheres sentem-se mais fatigadas, com dores e desconfortos. O inverno não força, não expande e não usa uma energia que não tem agora. Por isso, a palavra chave é preserve-se.

É tempo de recolhimento

No inverno é exatamente igual. A natureza e os animais se recolhem. Tudo é mais silêncio. Os dias são mais curtos, para nos lembrar como é importante diminuir as horas de ação e atividade, e aumentar as horas de pausa, descanso, sono e recolhimento. É um convite para voltarmos para as nossas cavernas modernas, que são nossas casas e apartamentos. Todo mundo tem seu lar, onde pode se recolher.

Esse recolhimento também é interno. É importante voltarmos para nós mesmas. Estarmos mais atentas, sintonizadas e próximas dos nossos corpos, necessidades, cuidados, emoções, pensamentos e sim, da espiritualidade

Essa fase é uma excelente oportunidade de revisar e aprofundar ou iniciar-se em alguma prática ou caminho de espiritualidade, que faça sentido para você. É responder e atender aos chamados da alma. O inverno e a bruxa-anciã nos convidam para nosso tempo de ser e simplesmente estar.

Vou sugerir três dicas para conectar-se com o inverno dentro e fora de nós:

1 – Aumente o tempo de não-ação

Estamos tão habituados a fazer e agir, que esquecemos da importância dos opostos para equilibrar a vida. A não-ação também é uma ação preciosa. Coloque na agenda e no seu dia a dia, momento de não fazer, não pensar, não querer nada.

É como sentar em um banco e só observar a vida passar. Ah, mas que perda de tempo! Perda de tempo, neste caso, é deixar de observar a vida como ela é. Sem agenda. Momentos onde eu simplesmente observo a rua lá fora. Olho para as minhas plantas. Vejo as crianças brincarem. Observo minha respiração. Deixo meus pensamentos passarem. O inverno é recolhimento. É repouso. É descanso. É não querer.

Dê-se alguns minutos ou quem sabe, horas, de folga! Sim, você pode! Tempo da internet, tempo da rotina, tempo do que preciso fazer, tempo dos outros. É um tempo para si, precioso que você precisa resgatar. E verá como é recompensador fazê-lo.

2 – Solitude

Sejamos como o inverno e observemos como os animais se recolhem. Como as plantas se esvaziam. Como tudo entra em modo economia de energia, como seu celular. É hora onde menos é mais. Onde podemos aprender a diminuir a intensidade e quantidade de estímulos, e usar apenas o mínimo e necessário de tudo.

Será que é necessário eu checar se checou mensagens a cada segundo? Será que preciso fazer tanta coisa, mesmo no final de semana? Será que não posso ter um tempo para fazer algo sozinha, que seja apenas do meu interesse, com tanto afinco quando faço algo para os outros? O inverno e a solitude nos ensina algo muito precioso que é parar para ouvir. Porque em meio a tanto ruído acabamos não ouvindo mais o que importa de verdade.

3 – Sonhe

Vejo que no geral, desaprendemos a sonhar. Pelo simples ato de sonhar. Pelo prazer que ele nos dá. Pela perspectiva nova que traz. Pela oportunidade de suavizar o peso da realidade concreta. Sonhar é preciso sim. É tão importante quanto racionalizar. Já que o inverno é o período ideal para colocar sementes no fundo da terra, que simboliza o ambiente fértil dentro de nós.

Convido todas vocês a sonhar. A investir mais momentos no inverno, na menstruação e na menopausa, para sonhar aqueles sonhos esquecidos, impossíveis e ousados. A bruxa-anciã não tem medo. É destemida e já conhece um pouco de tudo. Deixe ela te ajudar a sonhar, a resgatar a magia do criar, de colocar imagens em ação, projetar-se para cenários hipotéticos e manifestar diferentes realidades e possibilidades. Você pode fazer isso, colocando as mãos sobre o útero e deixar a mente ir longe.

Não pise no acelerador e não racionalize, cortando o barato dos seus sonhos. É hora de voar. Vai valer a pena ver os resultados do que semeamos no campo dos sonhos quando chegar a primavera, tempo de colher.

Depois me conte o que funcionou para vocês, suas dificuldades com o inverno e outras ações que tomou para se conectar com esse tempo de recolhimento, de interiorização e de recarregar as energias!

Ana Paula Malagueta

Ana Paula Malagueta

Utiliza diferentes formas, ferramentas e caminhos como o Yoga, Astrologia, Tarot, Danças Circulares, BodyTalk e movimentos em grupos de mulheres para acessar, desenvolver, resgatar e integrar as energias dos Sagrados Feminino e Masculino em nossas vidas.

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